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A Jornada de Sarah (mistério/erótico) capítulo 4
Capítulo 4 - A voz do namorado
O teste tinha sido feito, Sarah tinha agora quase a certeza que aqueles dois estranhos obedeciam ao seu pensamento. Mas essa descoberta não respondia às questões mais pertinentes que assombravam a mente de Sarah. Começou a pensar se não seria algum teste, feito por seres mais avançados de outros planetas ou, porque não, pelos próprios humanos. Lembrou-se então de varrer a cabana com o seu olhar, à procura de possíveis câmeras que pudessem ter gravado tudo o que se tinha passado desde que entraram. Perplexa com essa possibilidade, levantou-se e, sem se importar com o banho que gostaria de ter tomado, deu três passos para a porta, despreocupada com o que pudesse estar dentro do armário que se encontrava fechado.
Sarah: Sue! Cons! Temos que ir!
Sue e Cons levantaram-se, permitindo a Sarah poder apreciar uma última vez aqueles dois corpos esbeltos que orquestraram para si, e começaram a vestir-se. Sarah aguardou pelos dois e quando se aprontaram, abriu a porta e saiu. A estrada continuava lá. Sarah decidiu voltar para trás. Tinha que ver se o vazio que tinha deixado nas ruas continuava igual. Sentia que precisava disso para ter a certeza que devia continuar o seu caminho para o desconhecido, mesmo que tivesse que passar novamente pela falha na estrada. Sarah virou-se então para Sue e Cons que tinham acabado de fechar a porta da cabana.
Sarah: Vamos voltar ao ponto de partida!
Sue: Algo poderá estar mudado e, se assim for, poderá ajudar-nos a perceber o que se passa.
Sarah continuava a achar aquilo algo estranho, apesar de tudo o que aconteceu dentro da cabana. Parece que Sue e Cons invadiam a mente de Sarah para acompanhar os seus pensamentos. Por outro lado, Sarah não conseguia descobrir o que eles pensavam mas, de certa forma, conseguia um certo controlo sobre os dois.
Cons: Vamos, então! Quanto mais rápido, melhor!
Sarah não se prendeu àquele momento de reflexão. Começou a andar para a direita, retomando a estrada no sentido de onde tinham iniciado a jornada.
Sue: Será melhor corrermos, sempre nos despachamos mais rápido!?
Cons: Sem dúvida!
E Sarah foi a primeira a iniciar a corrida, como se Sue e Cons estivessem à espera da sua aprovação. Correndo em direcção à falha por onde já tinham passado, os três depararam-se com algo diferente.
Sarah: O que é aquilo?
Estava uma porta com a largura da estrada, ali, sem razão, sem explicação, como que a pedir para ser aberta, apesar das imensas dúvidas que assolavam os três. Tinha aspecto de ser rija como se fosse de ferro, apesar da sua cor cinzenta não revelar de que era feita. À volta da porta, um friso estranho que indiciava ser do mesmo material, encaixando-se na porta, mas conforme se afastava da mesma, transformava-se em algo semelhante a um nevoeiro.
Sue: Teremos que passar por ela!
Cons: Eu abro-a! - dirigindo-se para perto da maçaneta que se encontrava do lado direito.
Sarah conclui que, com aquela mudança, podia encontrar as respostas que pretendia quando chegasse ao ponto de partida. Focou-se em Cons que colocou a mão na maçaneta e a rodou, abrindo de seguida, levemente, preparando-se para o que pudesse surgir por trás da porta. Sarah, mais atrás, colocava-se mais do lado direito, esticando o pescoço no mesmo sentido, de forma a poder espreitar enquanto Cons continuava a abrir lentamente. Sarah não conseguia ver nada, pelo menos nada do que estava à espera, via um vazio, e a estrada acabava exactamente na linha da porta.
Cons: Aproximem-se para ver!
Sarah e Sue aproximaram-se. Sarah ficou de boca aberta. Estava cerca de 200 metros acima do solo, onde avistava várias estradas, vários edifícios, mas nada que se movimentasse, nenhum ser vivo, nenhum transporte em andamento, tudo estava estático. Sarah estava confusa. Vários pensamentos apoderaram-se das dúvidas de Sarah.
Sue: Será que estamos num OVNI?
Cons: Será que estamos mortos? E isto é o Céu?
Sue: Ou o Inferno! - exclamava Sue, completando a possibilidade colocada por Cons.
Os pensamentos de Sarah continuavam a dançar na sua cabeça, e Sarah ia dançando com eles à vez, rodopiando com um, sendo lançada a rodar dobre si mesma para os braços de outro, que a amparou e deu uns passos de valsa antes de a largar para a entrada, como que triunfal, de um outro pensamento, agarrando-se a Sarah e fazendo-a inclinar-se para trás... De repente, um dos pensamentos estagnou Sarah, ficou cara a cara com ele, fazendo-a voltar à presença de Sue e Cons.
Sarah: Desculpem! estava a vaguear nos meus pensamentos. Tenho uma sugestão.
Sue: Saltar?
Cons: Podemos estar a arriscar muito. Aquilo que estás a pensar, Sarah, se não for como imaginas, podemos morrer.
Sarah: Estou disposta a arriscar. Mas, claro, depois de vocês.
Sue e Cons trocaram novamente aquele olhar intrigante. E, desta vez, fez Sarah lembrar-se dos olhares idênticos que trocava com a sua melhor amiga quando queriam trocar pensamentos. Onde estaria ela também?
Sarah: E então? - questionava Sarah aguardando pela reacção dos dois.
Cons: Acho arriscado, mas se é isso que pretendes mesmo!?
Inesperadamente, Sarah começa a ouvir uma voz muito baixa, mas que logo identificou como sendo do seu namorado, mas não conseguia perceber o que este dizia, parecia muito longe.
Sarah: Estou a ouvir o meu namorado! Ao longe, só não consigo perceber o que ele diz, ele deve estar lá na zona do acidente à minha procura...
Sue: Mas como consegues ouvir, é muito longe. E porquê ele? Será ele mesmo? E se ele estiver tão longe, não seria óbvio também ouvires sons mais próximos?
Cons: Talvez! - interviu, virando-se para Sarah – Mas o cérebro pode ser muito selectivo, e podes estar a conseguir concentrar-te apenas no som emitido por ele.
Sarah já não se admirava de conseguir focar a sua audição na voz do namorado, já tinha sido capaz de tanta coisa, que as dúvidas que lhe passavam na cabeça baseavam-se no como tudo o que estava a acontecer era possível, e não se seria possível.
Sarah: Tenho que ir ter com ele.
E, sem dizer mais nada, encheu-se de coragem, recheada conscientemente de capacidadades inexplicáveis até ao momento, aproximou-se da beira da porta, olhando uma última vez para Sue e Cons, sobre os quais já não teria certeza se a acompanhariam em tal audácia, e lançou-se para o vazio.
A cair, em posição vertical, começou a duvidar se aquele acto seria realmente ajuizado, iniciando um atrofio mental sobre essa possível estupidez. Conforme se aproximava do impacto, começava a avistar uma poça de água a surgir na zona de queda. E essa poça foi aumentando, aumentando, até deixar de ver os seus contornos, focando-se no sítio que estimava ser o do impacto. Iria cair em água? Tudo dizia que sim, mas se a poça não tivesse profundidade suficiente, não iria sobreviver, tal seria a força com que embateria no fundo sólido. E, eis que chegou a altura do impacto. Um enorme splash se fez ouvir. Sarah tinha acabado de mergulhar e estava a afundar-se com o impacto. Perdeu a noção de quantos metros se tinha afundado, só se sentia incapaz de reverter a direcção. Quando começou a abrandar, movimentou os braços e iniciou uma subida rapidíssima. Quase a chegar à tona, vê a cairem ao seu lado, Sue e Cons, que afinal tinham-na seguido, talvez por verem que ela iria cair numa espécie de lago. Chegou à tona e, não esperando por Sue ou Cons, começou a nadar, antes que as forças se pudessem esgotar, em direcção a uma berma que a sua visão conseguia alcançar e que estava direccionada para o local onde tinha despertado.
Ao chegar, sem muito esforço, à dita berma, onde já se encontrava de pé assente em terra ainda coberta de água, saiu completamente desta e olhou para trás, onde avistou Sue e Cons a chegarem também perto de si, em braçadas rápidas. Sarah virou-se então para a direcção que se lhe destinava, tentando focar-se na voz do namorado, que nunca mais ouviu. Sue e Cons alcançaram-na fora de água e, sem questionarem a despreocupação com eles, prepararam-se para a acompanhar.
Sue: É em frente, Sarah?
Sarah virou-se para ela e acena a cabeça em sinal afirmativo.
Cons: Vamos, então!
Sarah estava empolgada pela voz que tinha ouvido, a qual não tinha dúvidas que era do namorado.
Sue: Voltaste a ouvir o Paul?
Um arrepio apoderou-se de Sarah, que tinha a certeza que nunca tinha mencionado o nome do namorado a nenhum dos dois, fez questão sempre de o omitir, para se salvaguardar de o que quer que fosse aquela situação estranha.
Sarah: Quem?
Sue: O Paul, o teu namorado.
Sarah: Como assim? - tentou Sarah baralhar Sue e ver até que ponto ela tinha certeza do que estava a dizer e, talvez, tentar arrancar-lhe informação que a levasse a perceber como o conhecia ou como sabia o nome dele.
Sue: Não te percebo, Sarah! Estou a falar do Paul, o teu namorado. Tu ouviste-o, certo?
Sarah: Sim, ouvi o meu namorado. Mas tu conhece-lo?
Sue: Não.
Perante esta resposta, Sarah ficou ainda mais intrigada, ela sabia que não tinha dito o nome dele.
Sarah: Então como sabes que ele se chama Paul? Chegaste a falar com ele antes dele desaparecer? Sabes o que lhe aconteceu?
Sue: Não. Sei que é Paul por causa de ti.
Sarah: Como assim?
Os três estavam parados. Aquela conversa parecia centrar as atenções dos três e Cons limitava-se a assistir calado.
Sue: Mas é o nome do teu namorado, certo?
Sarah: Sim, mas nunca cheguei a mencionar-vos o nome dele! - acabou por atacar Sarah.
Sue: Isso pensas tu, Sarah. Mas agora não interessa. Perguntei-te se o ouviste outra vez. Ouviste?
Sarah começou a desconfiar. Quem seriam aqueles dois seres que Sarah já nem acreditava serem humanos. Várias hipóteses que surgiam a Sarah, fizeram-na ficar uns segundos imóvel, perplexa com a situação.
Sarah: Mas vocês vão-me ajudar a encontrá-lo? - tentou perceber Sarah, puxando por mais reacções deles.
Cons: Nós havemos de encontrá-lo, Sarah, afinal, é nisso que tu acreditas.
Sarah continuava muito confusa e aquilo podia ser um sinal para desconfiar deles. Começou a desconfiar se poderia encontrar Paul de forma segura continuando com a presença dos dois.
Sarah: E se vos pedir que fiquem aqui enquanto eu vou ver se Paul está no local que abandonámos e já regresso? Possivelmente não estará lá e vocês escusam de se cansarem a ir e vir. Eu vou e já volto.
Cons: Mas nós vamos contigo!
Sue: Sim, Sarah, não te preocupes, nós não nos cansamos em te acompanhar.
Sarah já não estranhava as respostas deles, começava era a concentrar-se numa solução para os despistar. Então decidiu começar a caminhar sem falar, na direcção acordada, esperando encontrar no caminho algo que a fizesse conseguir deixá-los para trás. Enquanto olhava em volta, começou a ouvir novamente a voz do namorado, desta vez mencionando o seu nome: “Sarah, ajuda-me, não me deixes sozinho”. Estas palavras alarmaram Sarah. Apesar de ficar a saber que ele estava vivo, o pedido de auxílio que não sabia de onde vinha, deixava-a extremamente preocupada. Tinha que o encontrar, mas antes tinha que se livrar de Sue e Cons. Por isso, manteve-se silenciosa e não correspondeu ao pedido de ajuda do seu namorado. Foi então que Sarah começou a sentir um calor esquisito na sua mão esquerda. Alguém estava a agarrá-la. Aquela sensação parecia-lhe familiar. Parecia-lhe Paul a agarrar-lhe a mão.
Sarah: Paul? - murmurou baixinho?
Sue: Que se passa, Sarah? Ouviste-o novamente? Que é que ele diz?
Cons: Sarah, temos que encontrá-lo! Tu queres isso! Não te acanhes connosco!
Sue: Estamos aqui para te ajudar a percorrer este caminho. Tu vais conseguir chegar a ele! Nós confiamos em ti e no teu querer!
Sarah sentiu um certo conforto naquelas palavras que pareciam ser sinceras. Aquela forma de falar de ambos, muito parecida com a sua quando reconfortava a sua melhor amiga, dava-lhe, inclusivé, segurança e confiança. Deixou, então, de se preocupar com eles e focou-se novamente no seu namorado. Continuando a sentir a mão de Paul na sua mão esquerda, tentou perceber se ele a puxava em alguma direcção. Mas nada, a mão dele estava parada e tinha que ser Sarah a decidir em que direcção procurá-lo.
Sue: Sarah, tu consegues!
Cons: Sim, estás quase a conseguir! Falta pouco!
Apesar de aqueles incentivos lhe parecerem cada vez mais honestos, continuava a colocar em causa muita coisa que tinha acontecido até essa altura. Ao mesmo tempo, Sarah questionava-se como conseguia sentir a mão de Paul. Sarah já não sentia necessidade de se deslocar. Algo lhe dizia que não valeria a pena.
Sarah: Algo me diz que Paul está comigo, mas será que está morto? - surgiu-lhe de repente – será que o que sinto é o espírito dele?
Inesperadamente, Sue e Cons começam a falar em uníssono.
Sue/Cons: Confiança, Sarah, sempre foste uma pessoa com uma enorme fé, não conheces ninguém com mais esperança e confiança que tu. Tu acreditas nas tuas capacidades e isso tem-te feito chegar aos teus objectivos. Agora não vais parar! Vais conseguir!
Sarah fechou os olhos, incentivada por Sue e Cons, e concentrou-se. Por uns instantes, assim ficou, imobilizada, sentindo a mão do seu namorado a agarrar-lhe a mão esquerda. Aos poucos, foi ouvindo um barulho de fundo muito baixo, totalmente imperceptível. Mas voltou a ouvir os murmurios de Paul. Nesse preciso momento, decidiu abrir os olhos. Sentiu uma grande claridade que não a deixou abrir os olhos de repente.
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