A Jornada de Sarah (mistério/erótico) capítulo 5

Capítulo 5 - E tudo ficou claro
 

Sarah continuava a sentir a mão esquerda com um calor humano que pressentia ser de Paul. As suas palavras pareciam estar mais perto, mesmo ao seu lado. Essa sensação fez Sarah abrir os olhos na sua totalidade, enfrentando a claridade que ia diminuindo aos poucos. Espantada, Sarah ouve o seu namorado numa voz já bem audível.
Paul: Sarah, amor! Estás bem!
Sarah, ainda sem se aperceber bem de como Paul estava ao pé dela, sentiu-se estranha. Estava deitada. Tudo em seu redor tinha um branco ainda ofuscado por alguma claridade. Sentiu Paul aproximar-se da sua cara não largando a sua mão esquerda, que agora apertava ao mesmo tempo que o seu coração se desapertava de agonia.
Paul: Tive tanto receio!
Sarah: Onde estiveste? O que aconteceu? Onde estamos?
Paul: Estive sempre aqui! Menos durante a operação, não me deixaram!
Sarah: Operação?
Paul: Sim, mas não te preocupes, os médicos disseram que vais ficar bem. A operação correu bem, fizeram uma intervenção na tua perna direita e trataram de ti.
Sarah, ainda sem se aperceber bem do que tinha acontecido, lembrou-se de Sue e Cons.
Sarah: Onde estão Sue e Cons?
Paul: Quem?
Sarah não voltou a questionar. Algumas coisas começavam a fazer sentido.
Sarah: Tu estás bem?
Paul: Sim, amor, agora estou bem!
Sarah: Mas o que é que aconteceu?
Paul: Foste atropelada – alterando a sua voz de entusiasmo para uma voz de quem se sentia impotente – Quando estávamos a atravessar a passadeira, eu parei para apanhar as tuas rosas que tinham caído e tu deste mais uns passos em frente. Ouvi um grande barulho. Quando olhei, o meu coração tinha saltado do meu peito, tinhas sido atropelada.
A porta da sala abriu e entrou um médico que se dirigiu a Sarah do lado oposto onde se encontrava Paul e, apontando-lhe uma espécie de lanterna pequenina, forçou a abertura do olho direito com os dedos da outra mão e apontou-lhe uma luz branca, que Sarah sentiu ser familiar. Depois, trocou de olho e apontou-lhe para o olho esquerdo. Desligando a luz e afastando-se de Sarah, o médico deu uma vista de olhos na máquina ao lado da cama. Sarah questionou-se sobre tudo o que se tinha passado.
Sarah: Mas eu andei à tua procura, amor. Não sabia de ti!
Foi então que o médico se antecipou à resposta de Paul.
Médico: Pode ter acontecido que tenhas sonhado. É normal. Nunca estiveste em risco, não entraste em coma, a respiração nunca falhou. Além dos cuidados normais neste tipo de situação, tivemos que operar-te a perna. Correu bem, descansa. Nessa altura até pensámos que a anestesia não tivesse sido suficiente e tivemos medo que estivesses em consciência transoperatória, que é quando um paciente acorda durante a operação por não lhe ter sido administrada a dose suficiente de anestesia. Quando estávamos a meio da operação da tua perna, reparámos que tiveste um pequeno tique no braço. Mas depois tudo ficou resolvido.
Sarah: Mas tudo parecia tão real! - recordando toda a aventura ocorrida.
Médico: Pois, às vezes o nosso subconsciente prega-nos partidas.
E aquela palavra, subconsciente, dita de forma pausada pelo médico, fez Sarah perceber quem tinha sido, afinal, a sua companhia na procura do namorado.

FIM
Jude J. Fox Maddison