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Jutâmi e a primavera

JUTÂMI E A PRIMAVERA
Jorge Linhaça

  Andavam Jutâmi e o seu mestre, de aldeia em aldeia, de povoado em povoado.
  Os caminhos começaram a ficar floridos,
as flores , de variados matizes e formatos, preenchiam os outrora monótonos campos.
  Jutâmi apreciava as flores e percebia o vôo das borboletas e colibris a acercar-se delas; as abelhas e outros insetos zuniam pousando nesta e naquela flor.
  O mestre aproximou-se de Jutâmi à espera de algum comentário dele, este, por sua vez, comentou calmamente:

  - Como é linda esta estação, as flores se espalham pelos campos; os pássaros e os insetos executam seus balés de planta em planta; o mundo parece revestir-se de vida.

  - Assim é também a alma dos homens - respondeu o mestre.

  - Quer dizer a alma humana também floresce nesta estação?

  - A alma do homem floresce na sua própria primavera, que nem sempre segue a ordem das estações do ano.

  - Como assim? - perguntou Jutâmi-

  - O homem carrega dentro de si outono, inverno, primavera e verão. Cada estação está ligada às suas experiências de vida, suas alegrias e tristezas.

  - Como pode ser isso? - perguntou Jutâmi

  - Assim como a natureza se renova de tempos em tempos, assim também pode ser a alma do homem, adormecendo em um momento para renascer mais adiante.

- E o que acontece quando a primavera se faz no peito do homem?

- O mundo interior se reveste de luz e de cor, a paz parece brotar de cada fibra do corpo, o semblante reveste-se de beleza e, assim como as flores, a pessoa passa a atrair para si uma multidão de seres vivos que vem beber do néctar que brota de suas palavras e atitudes.

- E por que o ser humano não está em constante primavera?

- Acontece, Jutâmi, que o ser humano , ao ser posto na terra, veio com o propósito de um constante aprendizado, portanto é necessário que haja uma oposição em todas as coisas, não se pode desfrutar plenamente da alegria se não se conhece a tristeza, não se dá pleno valor à paz sem se conhecer os horrores da guerra, não se desfruta as plenitude do sol sem saber o que é sentir frio. Por isso o ser humano traz em si todas as estações do ano, para aprender que tudo tem o seu tempo: tempo de chorar e tempo de sorrir; tempo de semear, tempo de cultivar e tempo de colher.

- E por que os seres humanos não estão todos na mesma estação?

- Por que a sabedoria divina assim determinou. Com os diferentes momentos de cada ser humano, cada um deles pode aprender, não penas com suas experiências, mas com as de outras pessoas. Essa diversidade de ânimos permite que o ser humano encontre ou dê apoio aos demais, dependendo do momento que vive em sua história.
Num momento o ser humano é a flor, no outro a borboleta que se alimenta da flor, e é nessa troca que criam-se os laços de amor e amizade, de respeito e de carinho.

-Então não pode o homem progredir sozinho?

- Por certo que até determinado ponto isso é possível, conquanto que esteja o homem em harmonia com a deidade. A partir daí existe a necessidade do partilhar. Nesta vida não somos donos de nada, somos apenas mordomos do que possuímos e,como mordomos,devemos ocupar-nos zelosamente de uma boa causa e buscar sempre praticar o bem.
Nada do que fazemos nesta vida é em vão e tudo o que fazemos , cedo ou tarde, retorna para nós mesmos.

Jutâmi silenciou e pôs-se a ponderar na valiosa lição que havia aprendido com a primavera e em como poderia aplicá-la em sua vida.

* Jutâmi e o mestre são personagens fictícios criados por Jorge Linhaça para ilustrar suas reflexões.

*****
Que todos nós possamos ponderar sobre a nossa estação pessoal neste momento de nossa vida.Tirando dela valiosas lições para o nosso crescimento pessoal.

Uma linda semana para todos.
Jorge Linhaça
 

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sábado, maio 21, 2011 - 12:27

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