A minha realidade.

Será a realidade uma coisa homogénea? Que se apresenta sempre da mesma forma a todos os seres humanos? E, o que é a realidade no fundo? Será que existem mais realidades, ou são os homens que pintam, de forma singular, a sua realidade como querem?...

Hoje é um daqueles dias, um igual a tantos outros onde não sei nada e sei tudo. Um dos que gira velozmente por entre as raízes pálidas da minha mente. Hoje eu sei que não quero saber apenas para saber que, a falta desse saber que nego, é, no fundo, a essência que preciso para me manter acordado. Hoje, tanto me faz se estou desperto para uma realidade pré-construída ou para uma outra bem distante, idealizada, desejada desde o primeiro dia de consciência até ao penoso rasgar do presente dia em que me encontro. Sim, hoje nada me interessa. Nada me cativa senão o silêncio.

É duro e ingrato tentar ser íntegro na sociedade contemporânea. Por isso, e a todos os que partilham desta mesma realidade, um forte e sentido abraço. Um daqueles que nunca saberemos ao certo se é de verdade ou se é para sempre, mas que nos aconchega a alma quando mais precisamos, num momento particularmente doloroso da nossa vida, e nos ajuda a ganhar a força necessária para continuar a acreditar que é possível sermos pessoas boas e felizes.