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Morder Lábios
Morder lábios
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Morder lábios
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Morder lábios
Estou entretido aqui no banco da praça, olhando a senhora que passa, e sem qualquer intenção de fazer rimas,
esta senhora é muito senhora de si, tem um trajo impecável para os dias de hoje onde o desleixo aliado à pressa é palavra de ordem, mas apesar de caminhar depressa mantêm o passo certo e correcto perante todo o espaço calcetado a percorrer.
O meu tempo é livre e completamente desprovido de objectivo, a senhora que se apressa é mantida no meu aborrecimento que a observa, isto a prende agora ao meu tempo para lhe fazer perguntas enquanto caminha para o outro lado da praça, e se distancia cada vez mais do banco aqui da outra ponta.
Diga-me então a senhora de cabelo consolidado por lacas e outras iguarias modernas, a que deve a sua educação sobre os prazeres carnais, deixe-me reformular a questão, formação, eu queria dizer formação, a senhora apresenta-me um passo regular e olhar em frente, digna de um crescimento rígido, correspondência de um percurso religioso na sua educação que certamente a iria influenciar no acto carnal.
Repare que agora a minha pergunta não tem como objectivo adivinhar as suas fantasias sexuais adormecidas pelo passar dos anos, por agora enquanto ainda me encontro em mim, a pergunta que desejo fazer tem mais a ver com o que imagino e não o que deduzo, isto para afastar de vez a mesquinhez da fonte intelectual, mas para dar espaço à minha imaginação sobre o que eu quero saber.
Morder lábios, é só nisto que me prendo, e vejo que a senhora não se prende pois continua a caminhar praça adentro e eu me mantenho sentado preso nesta conversa inalcançável. Nesse alto de dezenas de anos próximo da centena ou mais próximo da meia, eu imagino a quantidade de coisas que você me pode referir sobre o acto de morder lábios.
Pergunto porque respeito a posição da senhora nesta praça, nunca querendo alcançar a sua respeitosa figura para dentro das minhas fantasias, pergunto porque sou jovem, tanto quanto o posso ser, e vejo e revejo entre eu e os meus pares um excesso de confiança sobre o amor ser só nosso e nele toda a panóplia de gestos que podemos arrancar para sentir um pouco mais.
Mas estas coisas de amor são antigas, já outros trovadores noutros séculos as sentiam e escreviam, mas diga lá então enquanto caminha, que é isso de morder lábios para si e nas suas memórias?
Só consigo imaginar um sem número de memórias suas onde o amor era coisa pura e imaculada, mas sei que tal é impossível perante o ser que sente, porque o amor não se sente só, ele espreme-se com força e reage aos imaculados com a surdez de um grito.
Diga-me a senhora que está prestes a sair da praça pergunto-lhe rápido e em segredo antes que desapareça,
Morder lábios,
era tão bom antigamente como é agora?
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