NO TRILHO DOS RITOS

Perdeste a coragem, algures entre o teu nascimento e o meu fim.
Separa-nos um caminho de vozes sem rosto, de historias forjadas em rituais mundanos, com a força das almas que servem aos humanos.
Latiram o meu nome na noite, perto da cripta onde estão enterrados os nossos retratos de costas voltadas.
Refugias a tua natureza moldada, na solidão da natureza vencida, pelas mãos que mexem no destino e nos causam todo este desatino.
Corta-se o chão com o aço, de uma lamina afiada de morte, fazendo o fosso que nos afasta da minha presença nefasta.
E o cão que baba de sangue, veio assistir ao festim, tornando nossas imagens em alimento, de um respirar de tormento, de vidas sem ar, sem luz sem sentimento. Nesta hora em que tudo tarda, rasgo o meu peito como soldado que rasga a farda. Num suspiro cada vez mais raro, limito-me a abraçar o chão esperando apenas que chegue o cão.