CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

O garçom corno

Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.

2 - O garçom corno

O problema da noite, tirando a ressaca é que sempre vem o dia seguinte. E qualquer sol que insista em nascer em um país como o Brasil é uma merda, porque com certeza vai trazer muitos problemas com ele.
Levantei querendo deitar, assim como em muitas outras manhãs, olhei pela janela do meu apartamento, aquele enorme formigueiro, correndo de um lado ao outro, aquele quebra cabeça humano, aonde nenhuma peça se encaixa, puto esforço desnecessário, no fim ninguém leva nada, pensei comigo mesmo.
Fui a passos lentos até o banheiro e tomei um banho pra tirar a carniça do corpo, passei uma escova nos dentes pra disfarçar um pouco o hálito, me deparei com o espelho e acabei por me encarar, pensando comigo mesmo: Tu é um puto de um fudido!
Despois dessa linda reflexão desci as escadas, provavelmente cruzei com minha vizinha mal comida, e nessas horas madame nem olha na cara, porque acha que dinheiro fala mais que educação.
Como o de costume caminhei em direção ao boteco da esquina, uma espelunca, que só dava bêbado e gente sem futuro como dizia minha finada mãe. O refugio dos perdedores pensei, inclusive o meu, falei baixo comigo mesmo, para as pessoas não acharem que além de bêbado “louco”!
Sentei na cadeira de sempre, na mesa de sempre num canto escondido pra ninguém ficar enchendo meu saco, de longe ergui a mão e falei, gambá traz uma dose pra firmar o pulso, coitado do garçom trabalhava dia todo aguentando uns infelizes de uns filhos da puta, ganhava uma merda e ainda era corno! Que vida desgraçada!
Rolava algumas histórias por aquelas ruas, que a mulher dele já tinha dado pra meio bairro e a outra metade negava até a morte porque era tudo casado, isso incluía minha pessoa, mas sabe como são, apenas histórias. O problema não é ser corno e aguentar as piadas sem graças depois, o pior é ser corno de mulher feia! Mostra que o cara não serve pra nada, esse estava pagando os pecados na terra com juros.
Mas era gente boa, coitado só fingia que não sabia, a mulher fingia que não dava e a gente fingia que não comia e assim a vida seguia! E eu achava que eu era um merda, tinha gente que tinha a vida bem pior que a minha, porque a final trabalhar de biscateiro em um condomínio fuleiro não era tão ruim assim. O garçom só devia fazer o que eu fazia pra aguentar a porcaria da vida e a puta da rotina, ele sofria e eu bebia!

Submited by

segunda-feira, julho 15, 2013 - 15:20

Prosas :

No votes yet

Pablo Gabriel

imagem de Pablo Gabriel
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 2 anos 50 semanas
Membro desde: 05/02/2011
Conteúdos:
Pontos: 2944

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Pablo Gabriel

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Geral Culpados 1 1.443 05/08/2011 - 21:11 Português
Poesia/Geral Pedaços Sagrados 1 1.116 05/05/2011 - 21:02 Português
Poesia/Geral Pés queimados 1 1.359 05/05/2011 - 20:49 Português
Poesia/Geral Ao Certo 1 1.531 05/05/2011 - 20:46 Português
Poesia/Geral Ar 1 1.876 05/05/2011 - 20:42 Português
Poesia/Geral Fim do Dia 1 1.163 05/05/2011 - 20:39 Português
Poesia/Geral Mudanças 1 2.029 05/05/2011 - 20:37 Português
Poesia/Amor Vermelho 1 1.090 05/05/2011 - 20:33 Português
Poesia/Geral Do Sonhador 1 1.311 05/05/2011 - 17:59 Português
Poesia/Geral Sem Lugar 1 1.063 05/05/2011 - 17:56 Português
Poesia/Geral Circo ou vida real 1 1.135 05/05/2011 - 17:47 Português
Poesia/Geral Impostos 1 2.041 05/05/2011 - 17:44 Português
Poesia/Geral Quem é você 1 1.936 05/05/2011 - 17:40 Português
Poesia/Geral O preço das coisas 1 1.363 05/05/2011 - 17:37 Português
Poesia/Geral O tempo, as horas 1 1.429 05/05/2011 - 17:32 Português
Poesia/Geral Sem rumo, sem sorte 1 1.141 05/05/2011 - 17:08 Português
Poesia/Geral Mulheres da vida 1 2.062 05/05/2011 - 17:04 Português
Poesia/Geral Vitima da vida 1 1.243 05/05/2011 - 16:56 Português
Poesia/Geral Velhas portas 1 1.251 05/05/2011 - 16:53 Português
Poesia/Geral O pescado e o mar 1 1.311 05/05/2011 - 16:42 Português
Poesia/Geral tempo que passa 1 2.151 05/05/2011 - 16:39 Português
Poesia/Geral Passos vazios 1 965 05/05/2011 - 16:36 Português
Poesia/Geral Tudo que se tem 1 1.637 05/05/2011 - 16:32 Português