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O VIÚVO DE BELO HORIZONTE

Por Victor Alexandre

Prefácio

No meu poema intitulado: Ser ao não ser Analfabeto pode ler–se a seguinte estrofe:

Um escritor para se fazer conhecer,
Usa palavras difíceis de entender
Para entre os ricos se tornar notado,
Para mim ele pode ser um iletrado.
Tem maior valor o escritor popular,
Usando palavras simples e diretas
Que me poderá ajudar a cultivar
Amor pela leitura e pelas letras.

Eu penso que um verdadeiro escritor é aquele que escreve para ser lido com facilidade por todos. Se o leitor médio tiver de consultar um dicionário para cada palavra que vai lendo logo perde a vontade de continuar. Isso aconteceu comigo. Estive lendo um autor português premiado com o Nobel da Literatura, mas logo desisti. A prosa é pesada e as palavras arcaicas. É pena, porque o assunto do Cerco de Lisboa interessa a todo o português que se preza. Um analfabeto é a pessoa que não sabe ler o que outros escreveram. Como se pode classificar um autor que escreve, mas pessoas devidamente alfabetizadas não conseguem ler o que ele escreve? Como diz o meu poema: Para mim ele pode ser um iletrado.
Eu sou um escritor nas horas vagas. Consegui a cultura que tenho através da leitura de bons autores, daqueles que sem floreados conseguiram me educar. Desta forma quando eu escrevo sigo a mesma linha de conduta: Escrevo para poder ser lido e compreendido pelos meus leitores.
O Viúvo de Belo Horizonte é o inicio da minha curta carreira de escritor amador. Carreira que começou naquela cidade mineira em 2002.
Esta obra é compõe-se de dois livros.
O primeiro livro mostra como um autor defende as suas crenças religiosas baseadas na Bíblia.
Segundo ele, as igrejas em geral não ensinam a verdade das Escrituras Sagradas. Para provar isso ele cita e explica muitos textos bíblicos. Ele conclui afirmando que as doutrinas básicas das igrejas são de origem pagã, de cristãs só tem o nome.
O segundo livro narra a sua história de amor vivida em Belo Horizonte. Na capital mineira ele encontrou a sua alma gêmea, por ela lutou, por ela viveu e por ela morreu.

                                                           Livro I
                                     Porque não sou cristão de Igreja.

Capitulo 1
Meu Pai Contava...

Nasci em Lisboa em dois de Junho de 1944, a segunda guerra mundial estava atingindo seu clímax.
Com a entrada dos Estados Unidos da América no conflito mais sangue a ainda ia ser derramado.
Seis de Junho, tropas americanas, inglesas, canadianas e francesas desembarcam nas praias da Normandia no norte da França. Milhares de soldados aliados morreram nessas praias. Ali também pereceram muitos soldados do III Reich.
Nessa terrível guerra milhões de civis pagaram com suas vidas a loucura ambiciosa de lideres políticos e militares orgulhosos e cruéis. O bombardeamento intensivo feito pela aviação militar dos dois campos arrasou cidades inteiras. A Europa daqueles dias tinha o aspecto de paisagem lunar. As cidades Japonesas de Hiroshima e Nasagaki foram apagadas do mapa. Milhares de pessoas morreram logo e os que não morreram, foram vitimas de radiações atômicas ficando, marcadas para o resto da vida. Aquelas duas bombas nucleares lançadas no Japão iniciaram a terrível era da guerra atômica que poderá um dia extinguir toda a vida sobre a terra.
Portugal não participou nesse conflito, declarou-se país neutro, mas as condições de vida dos portugueses não era melhores do que as dos outros europeus.
Meus pais eram extremamente pobres, ele era trabalhador rural e ela faxineira. Meu pai contava que para se obter os itens alimentares de base tais como pão, açúcar, arroz, feijão, ovos, carne, leite etc. era preciso possuir senhas de racionamento e fazer longas horas de filas diante das lojas que rapidamente se esvaziavam dos seus estoques. Para conseguir as senhas de racionamento era necessário ter conhecimentos nos municípios ou nas juntas de freguesia e estar bem relacionado com o padre local! Ora ele detestava tanto a religião como o regime político vigente na época, desta forma era quase impossível arrumar tais senhas.
Se não fossem os legumes que ele cultivava e o leite das vacas das quais se ele se ocupava, nós tínhamos morrido de fome. Meu pai achava que os políticos eram corruptos e oportunistas (parece que ainda hoje muitos o são, não é verdade?) porque em suas casas tinham de tudo sem precisarem de senhas nem de fazer a fila diante das lojas. Para o clero religioso era igual, tinham de tudo, enquanto o povo passava fome. Para papai a religião era ainda pior que a política, o aparelho de estado português estava minado, como ele dizia, pelo jesuitismo. O Cardeal Patriarca de Lisboa bem como os seus bispos controlavam praticamente todo o país e as colônias, os homens políticos chaves do regime eram católicos fiéis à hierarquia católica. O Doutor Antônio de Oliveira Salazar o Presidente do Conselho era um desses homens. Meu pai chamava-lhe rato de sacristia ou Presidente dos Hipócritas. Porquê? Enquanto os portugueses morriam de fome trens enormes carregados de víveres, partiam de Lisboa em direção da França ocupada pelos alemães, com grandes letreiros dizendo: ”SOBRAS DE PORTUGAL”, barcos e submarinos alemães vinham aprovisionar-se nos portos portugueses. Onde estava a neutralidade? A história diz que o Doutor Salazar equilibrou as finanças do país, mas ela não diz que foi á custa do ventre do povo português.
Com base nos acordos anglo-lusos Portugal fornecia, sobretudo têxteis aos ingleses para as fardas dos soldados e em vista dos acordos com Hitler, fornecia o abastecimento alimentar ás tropas alemãs. Jogava com o pau de dois bicos.
Assim vimos que a neutralidade portuguesa era verdadeira hipocrisia política. Também era hipocrisia religiosa na medida em que o catolicismo dominava o regime político, por isso papai não era cristão de igreja, pois ele detestava a hipocrisia dos lideres religiosos, embora simpatizasse com os evangélicos batistas. Ele tinha algum conhecimento bíblico mesmo que mal soubesse ler, mas era um conhecimento muito limitado, no entanto sabia que só na Bíblia se encontra o caminho da verdade de Deus. Nos anos 1940 e 1950 os evangélicos batistas começaram a desenvolver-se como religião num Portugal extremamente católico. Para isso programavam sermões por pregadores estrangeiros e faziam ampla publicidade a fim de convidar o máximo de pessoas a assistir quer no templo batista quer em locais públicos. Certa vez por curiosidade papai assistiu a uma conferência dirigida por um conceituado pastor brasileiro. O tema desenvolvido foi: “Não queira ir para o Inferno”. Depois de estigmatizar a Igreja católica começou a descrever o que era o inferno. Segundo ele o inferno é um grande lago de fogo, que nunca se apaga e tem enxofre, onde milhões de almas sofrem tormentos por toda a eternidade, rangendo os dentes e sofrendo dores atrozes.
Para provar tudo isso na Bíblia, entre outras passagens, usou a parábola do Rico e Lázaro (Lucas 16:20-31). Nessa parábola ou ilustração Jesus mostrou que a classe religiosa dominante daqueles dias era representada pelo homem rico que se banqueteava espiritualmente sem se preocupar com o Lázaro, ou seja, o povo comum a quem davam apenas migalhas espirituais.(Segundo Flàvio Josefo historiador judeu havia nos dias de Jesus cinco denominações religiosas: Escribas, Fariseus, Saduceus, Essênios e Herodianos.) - Veja Lucas 16:27 e 28.
Quando houve uma mudança representada pela morte de ambos os personagens, a classe do rico deixou de ter a aprovação do Abraão Maior Jeová Deus e a classe de Lázaro passou a estar no favor de Deus. Receberiam o espírito santo e fariam com zelo a obra iniciada por Jesus Cristo, mas a classe do rico não queria que o Lázaro pregasse a verdade, pois isso os atormentava e queriam ser aliviados.
Queriam que a classe de Lázaro parasse de pregar o Cristo que eles tinham executado, mas que ressuscitara. (Veja os nove primeiros capítulos do livro dos Atos dos apóstolos) Portanto isto era uma ilustração, não algo literal, mas o célebre pastor batista aplicou isso literalmente. Ele explicou que o rico eram os católicos e que o pobre Lázaro eram os evangélicos e se os católicos não quisessem ir para o inferno teriam de se tornar evangélicos. Também falou do dedo molhado para aliviar o tormento do rico. No fim do sermão papai perguntou ao pastor como é que um dedo molhado podia aliviar alguém no meio dum fogo intenso? Esse conceituado pastor respondeu: “Sabe o senhor, não era só o dedo molhado, mas havia um lenço encharcado á volta do dedo”.
Papai respondeu: “Isso o senhor não leu na Bíblia porque não está lá e seguindo sua descrição do inferno de fogo intenso e eterno nem toda a água do rio Tejo aliviaria os tormentos do rico. Sabe para mim o inferno não existe porque um Deus de amor nunca atormentaria seus filhos dessa maneira, essa parábola deve querer dizer outra coisa”. Como ele tinha razão! Daí a sua aversão contra a religião quer católica quer evangélica. Dizia ele: "Como é possível que homens conceituados intelectualmente tendo estudado em seminários e escolas teológicas estejam deturpando a Palavra de Deus? Eu sou trabalhador rural com muita pouca instrução, mas vejo na natureza, criação de Deus que Ele não pode ser um Ser que possa causar o mal, pois tudo o que criou é bom". Depois citava exemplos: Como é que as abelhas aprenderam a fazer o mel? Quem ensinou as formigas a armazenarem no verão par comer no inverno? Porque as andorinhas voltam sempre na primavera? Como pode uma pequena semente colocada na terra se tornar em algumas semanas em um delicioso legume? Como um Deus que criou toda esta harmonia maravilhosa poderia ser um Deus cruel tendo prazer em atormentar seus filhos? Perguntava papai! Por tais razões ele nunca foi cristão de igreja. Como queria eu que ele ainda vivesse hoje para partilhar com ele estas linhas que estou escrevendo! Sei que ele ficaria feliz por ver como este trabalho do seu filho expõe a hipocrisia religiosa, e acima de tudo defende o Criador dos céus e da terra e a sua Palavra escrita, e ainda poderá ajudar pessoas sinceras a abandonarem o erro religioso e abraçarem a verdade bíblica. Hoje, 40 anos após a morte dele, muitos teólogos já dizem que o inferno não existe. Parece que o estou a ouvir: “Hipócritas, durante 1800 anos atormentavam o povo comum com um inferno de fogo, de tormento eterno, e agora dizem que isso não existe”.
No que diz respeito á política papai não poupava o regime salazarista. Ele se dizia militante comunista e era assinante do jornal “Avante”, então na clandestinidade em Portugal. Também simpatizava com o regime comunista soviético.
Quando ia num lugar público tinha prazer em criticar o regime salazarista e enaltecer o comunismo em voz alta, isso lhe valia ser seguido por agentes da PIDE, a policia política portuguesa, e até uma vez o prenderam.
Uma vez, lembro bem, tinha eu nove anos. Passávamos no bonde pela praça Marquês de Pombal em Lisboa e ele observa agentes da PIDE a bordo. Eu de boca aberta admirava a bela estátua do Marquês com o leão ao lado.
Aí ele falou: "Porque està você de boca aberta a olhar para o ar?" Respondi: "Já viu esta estátua tão linda? Gosto muito dela!" Papai levantando a voz disse: “É linda, mas tem um grande defeito”. Eu falei: “Não vejo nenhum defeito. É linda mesmo". Ele levantando ainda mais a voz disse: “Tem sim, falta a escada para ele descer, pois eles já cá estão outra vez”. Que queria ele dizer com isso? Eu naquele tempo não entendi, mas ele tinha a sua lógica. Segundo reza a história de Portugal a Companhia de Jesus, movimento católico criado por Inácio de Loyola, no tempo do Marquês de Pombal, tinha atingido um nível de dominação inquietante na vida política portuguesa, também tinha criado alguns conflitos nas colônias. Também se constava que dentro do palácio dos jesuítas se praticavam coisas horrendas, jovens criadas de servir eram seqüestradas por eles, serviam-se delas e depois emparedavam-nas vivas. Mesmo até uma das criadas do Marquês esteve seqüestrada lá no palácio deles. Hábil negociador, ele parlamentou com os jesuítas para que libertassem a moça, mas eles negaram o seqüestro! Então ele mandou cercar o palácio por um pelotão do exército com canhões preparados para arrasar o palácio e disse: “Se dentro de duas horas a moça não sair sã salva, mandarei disparar”. Meia hora depois eles entregaram a moça!
Devido a esta situação o Marquês preparou uma Lei, depois de assinada pelo rei D. José I, dissolvia pura e simplesmente a Companhia de Jesus em Portugal. Os Jesuítas foram expulsos do país e segundo a opinião pública, os barcos em que viajavam rumo ao exílio foram afundados no alto mar, por ordem do Marquês.
Agora podemos entender a expressão de papai: “Falta a escada para ele descer, eles (os jesuítas) já cá estão outra vez”. Quem o odiava por causa disso era a Princesa D. Maria, muito católica. Quando ascendeu ao trono com o nome de D. Maria I, cognominada a “Pia”, ela destituiu o Marquês do cargo de primeiro ministro e desterrou-o para a terra dele com ordens de: "só pisar terras de Pombal".
Conta o povo que um dia ele teve saudade e viajou para Lisboa. Quando a rainha soube, mandou-o prender. Quando os soldados interceptaram a carruagem ele abriu a porta e falou: “Eu estou pisando terras de Pombal”, e mostrou o chão do coche cheio de terra do Pombal. Assim não chegou a ser preso e voltou na sua cidade em paz, não sem dar uma lição á sua inimiga. Meu pai detestava essa rainha pela maneira como tratou o Marquês. Quando do terremoto que destruiu Lisboa em 1755, de maneira notável ele lidou com os efeitos terríveis dessa catástrofe dizendo: “Enterrem-se os mortos, cuide-se dos vivos e reconstrua-se a cidade”.
Assim Lisboa foi reconstruída de tal modo que ainda hoje a baixa de Lisboa é chamada cidade Pombalina. Simplesmente foi por se ter atacado ao catolicismo que foi tratado assim pela rainha. E pode-se dizer que nunca houve em Portugal um primeiro ministro como Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.
Este é um dos muitos exemplos históricos das injustiças e crimes da religião cristã de igreja.
Como papai gostaria de ler estas linhas sobre esse Marquês que muito admirava!

Capitulo 2
A Religião e a Guerra

Como já vimos no primeiro capitulo a religião está sempre ligada á política, assim quando a política entra em guerra a religião apóia. Durante a II Guerra mundial qual era a ideologia religiosa dos chefes de estado dos países envolvidos na guerra? Sim qual era a religião dos grandes atores desse período turbulento da história da humanidade? Salazar, Hitler, Mussolini, Vichy, Petain, De Gaule, o Grão Duque do Luxemburgo e Leopoldo III da Bélgica eram católicos praticantes; Roosevelt, o Rei Inglês e a Rainha Holandesa eram protestantes. Apenas o imperador do Japão e o dirigente soviético Josef Estalin não faziam parte da cristandade.
Hitler e Salazar tinham tratados com o Vaticano.
No seu tratado com o Papa, Hitler prometera ao Vaticano um reino mundial católico de mil anos.
O Papa nem sequer reagiu contra Hitler, quando mesmo debaixo das janelas do Vaticano, milhares de judeus e outros eram presos e enviados nos campos de concentração Alemães e Polacos. O importante para as nações ditas cristãs (que de cristão só têm o nome) sempre foi: Dominar o mundo. Isso é o que têm feito através dos séculos e continuam a fazer hoje em dia. Desta maneira hoje muitos povos se querem libertar dessa dominação assim não é de admirar que ataques terroristas grassam em muitos países. Esses povos conhecendo a história da cristandade se perguntam se essas nações são realmente cristãs, seguidoras do Cristo que viveu no primeiro século da nossa história e cuja história se encontra nos primeiros quatro livros do chamado Novo Testamento.
Em certa ocasião o líder hindu Mahatma Gandhi disse ao vice-rei inglês da Índia: “Quando o seu país e o meu estiverem unidos nas palavras de Jesus Cristo no sermão do monte, não só viveremos em paz, mas também o mundo inteiro”. E ele não era cristão!
Esses povos se dão bem conta que a cristandade não segue os ensinos do Cristo! Por isso pergunto: Estão os milhares de igrejas existentes hoje em dia refletindo a verdadeira doutrina de Cristo? “Bem aventurados os pacíficos” disse ele no seu sermão do monte, mas que fazem na prática os líderes religiosos?
Dos seus púlpitos pregam a paz, mas em tempo de guerra abençoam os exércitos e as igrejas viram centros de recrutamento militar. Esquecem as palavras de Jesus quando o prenderam no jardim de Getsêmani: “Todos os que tomarem a espada pela espada morrerão”.(Mat. 26:50-54) Por isso em Mateus 23:29-33 ele lhes chama de: “Hipócritas, raça de víboras”. 1 Coríntios 1:10 diz: “Exorto-vos por intermédio de Jesus Cristo que não haja entre vós divisões, mas que estejais aptamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar”. Que acha o leitor, estão as igrejas todas unidas no ensino de Cristo? Ele na última noite que passou com seus discípulos orou a seu pai no céu o seguinte: “Peço-te para que eles estejam em união assim como nós estamos em união... para que sejam um assim como nós somos um”.(João 17:20-22) Atualmente vemos que a cristandade está em desunião total. As próprias Igrejas Unidas de Cristo na América não conseguem chegar a acordo sobre o papel que as mulheres devem desempenhar no seio dessas mesmas igrejas! Assim milhões de pessoas no nosso planeta estão confusas, vão de religião em religião procurando a verdade, não a encontrando viram ateus!
Que tristeza, não acha o leitor? Em quase todos os países europeus, uma grande parte das pessoas, especialmente os jovens, que antes se diziam cristãos, não o são mais, o ateísmo està ganhando terreno. Isto pode querer dizer que dentro de alguns anos o mundo inteiro pode ser afetado pelo ateísmo. No entanto os verdadeiros valores cristãos existem e podem ser seguidos com êxito. Simplesmente as pessoas em geral não estão informadas e às vezes mesmo mal informadas. Nas páginas da Bíblia se pode encontrar tudo o que é necessário do ponto de vista de Deus para que o homem seja feliz. Se nós lermos as Sagradas Escrituras e as estudarmos cabalmente tiraremos muito proveito em Paz, Fé e Amor.
O escritor ateu Bertrand Russel no seu livro intitulado “Porque não sou cristão” critica severamente a cristandade por causa da atuação dela através dos séculos e mais grave ainda critica tudo o que Cristo realizou aqui na Terra! Destaco como exemplo disso a passagem de Mateus 21:19-21 onde Jesus secou milagrosamente uma figueira. Sua critica é: “Não sou cristão porque ele em vez de secar a figueira devia tê-la feito dar figos!” Esse autor desapercebeu o verdadeiro significado desse ato de Jesus. A nação Judaica semelhante a uma figueira, estava sendo inspecionada pelo próprio Messias que eles aguardavam, mas não estavam dando verdadeiro fruto espiritual, nem o reconheceram como o Messias, por causa isso ela seria rejeitada por Deus, como se secasse a sua relação com Ele. Eu não sou cristão de igreja, não por criticar a obra de Jesus Cristo, mas sim pela atuação daqueles que dizer ser seguidores dele, mas que não seguem os seus ensinos. Pois reconheço que Jesus foi o homem mais importante que já viveu sobre a terra. Iniciou uma obra que existe quase por 2000 anos e que embora tivesse sofrido ataques terríveis, os lideres religiosos do passado e do presente não conseguiram destruí-la. O que vemos atualmente no mundo não é o cristianismo puro, mas sim uma cristandade apóstata desviada da verdade bíblica e dos verdadeiros ensinos cristãos. Jesus e seus apóstolos profetizaram essa grande apostasia ou desvio. Na parábola do trigo e do joio (Mateus 13:24-30) Jesus mostrou que após a morte dos apóstolos o Diabo semearia uma sorte de cristãos de imitação (Joio) que sufocaria os verdadeiros cristãos (Trigo) e a doutrina pura que ele ensinara.
O último dos apóstolos a falecer escreveu por volta do ano 98 era comum o seguinte: “Filhinhos é a última hora e assim como ouviste que vem o anticristo, já está havendo muitos anticristos”. (1 João 2:18-21) Paulo, o apóstolo ás nações, já tinha escrito na sua segunda carta aos Tessalonicenses 39 anos antes o seguinte: “O fim não virá a menos que se manifeste a apostasia o filho da destruição”.
(2 Tess. 2:3-5) O versículo 4 mostra bem como agiriam os lideres da apostasia, se colocariam como sendo deuses, mas em total oposição ao verdadeiro Deus.
Durante a idade média ou do obscurantismo, esses clérigos mandaram torturar e matar homens fiéis a Deus que fizeram traduções da Bíblia para que o povo comum pudesse lê-la na sua própria língua. Lembro aqui o escritor inglês Wiliam Tyndale que foi executado em Vilvorde na Bélgica no século 16.
Durante a impiedosa Inquisição, milhares foram executados porque possuíam uma Bíblia. Também as sangrentas cruzadas são uma vergonha para a cristandade, sobretudo para os papas que as convocaram. Tudo isso trouxe tremenda culpa de sangue sobre a cristandade. O protestantismo também não escapa a essa culpa; opositores foram torturados e mortos sem piedade. Exemplo disso foi a execução de Miguel Servet, opositor à doutrina antibíblica da Trindade, fritaram-no em azeite em Genebra na Suíça, com a aprovação do santo protestante João Calvino.
Um exame aprofundado dos livros de história confirma estas declarações. Quão longe estiveram e ainda estão as religiões cristãs de igreja junto com seus líderes, das palavras do Mestre em João 13:34, 35: “Que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei”. Depois que o verdadeiro cristianismo foi adulterado, em vez do amor, da paz e do respeito pela santidade da vida a cristandade pratica o ódio (1 João 2:9-11; 3:11, 12) e por conseguinte as guerras com o derramamento injusto de sangue inocente!

Capitulo 3
Falando a Verdade

Ensina-se a verdade bíblica nas igrejas? Cada igreja diz: “Somos nós que temos a verdade”. Mas a verdade não pode ser uma coisa para você e outra para mim, não acha o leitor? A verdade tem de ser uma só para todos. Jesus disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida...” (João 14:6) Sim a doutrina verdadeira do Cristo é que nos conduz no verdadeiro caminho que ele mesmo estabeleceu para nos conduzir á verdadeira vida! Em João 8:32 ele diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Mas de quê a verdade nos liberta ela?
Nos livra das mentiras religiosas, das tradições e filosofias humanas que até mesmo desonram a Deus. As doutrinas básicas das igrejas tais como: A Trindade, a Imortalidade da alma, o Inferno de fogo, o Batismo de crianças, Salvo uma vez salvo para sempre e tantas outras, NÃO são ensinadas na Bíblia. Muitos desses ensinos falsos já se encontravam nas religiões pagãs muito antes de Jesus vir á terra, tendo origem na antiga Babel nas planícies de Sinear. Tais ensinos junto com festas e costumes pagãos, foram adotados e santificados pela cristandade durante a grande apostasia, especialmente a partir do concílio de Nicéia em 325 Era Cristã! Para se implantarem tais
doutrinas se travaram guerras sangrentas e até se torceram certas passagens bíblicas e se fizeram acréscimos à Bíblia. – Veja Apocalipse 22:18 e 19. Consideremos agora a doutrina pagã da Trindade. Em Roma no final do terceiro e no início do quarto século E.C. os partidários de Atanásio lutavam contra os seguidores de Arius.
– Porquê?
O primeiro ensinava que existem três pessoas divinas (O pai o filho e o espírito santo, sendo cada um eterno e todo poderoso, não sendo nenhum menor ou maior que o outro, sendo cada um Deus, contudo não três Deuses, mas um só Deus).
Arius ensinava o que diz a Bíblia: O Pai é o Deus Todo Poderoso, o Filho é inferior ao Pai e o Espírito Santo não é pessoa, mas sim a força divina.
Tais lutas doutrinais transformaram-se em guerra aberta e foi necessário que o imperador Constantino, o Grande (que era pagão e não cristão batizado) interviesse e no próprio concílio de Nicéia de 325 E.C. Aí foi adotado o Credo Atanasiano, como a doutrina principal da igreja católica.
E como sempre aqueles que defendiam a verdade bíblica, neste caso os Arianos, foram perseguidos, torturados e executados! A pergunta é: Ensina a bíblia a Trindade? A resposta é: NÃO! É Deus realmente uma Trindade? A resposta é: NÃO! A melhor prova disso está em Atos 7:55, 56 lá diz que Estevão que estava na terra ficou cheio de Espírito Santo (evidente que não estava cheio duma pessoa, mas da força ativa de Deus) e teve uma visão do Céu. Que viu ele? – “Eis que observo o céu aberto e o Filho do homem em pé à direita de Deus”.
Notaram que ele não falou duma outra pessoa lá, nem disse que o filho era o próprio Deus.
Existem ainda centenas de passagens bíblicas que provam o credo Atanasiano como sendo totalmente falso. Para fazer crer que tal credo é uma verdadeira doutrina bíblica, clérigos e tradutores da cristandade, torceram o sentido das escrituras em algumas passagens e até fizeram acréscimos à Bíblia. Veja na sua Bíblia, se é a versão Almeida, em 1 João 5:7, 8 lá diz: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um, e três são os que testificam na terra: o espírito, a água e o sangue; e estes três concordam num”. A versão do padre Matos Soares também inclui tal passagem. Porém, versões mais recentes tais como a Versão Brasileira, a do Pontifício Instituto Bíblico ou a Tradução do Novo Mundo, não incluem as palavras trinitárias desses textos. Também o livro “A Bíblia Explicada” publicado pela Assembléia de Deus no Brasil em 1985, na página 489 diz o seguinte: “Nos versículos 7 e 8 devemos omitir essas palavras trinitárias por não se encontrarem nos melhores manuscritos".
Assim tal acréscimo à Palavra de Deus é uma verdadeira fraude. Ainda acredita o leitor que a trindade é bíblica? O Dicionary Of de Bible do jesuita Mc Kenzie publicado em N.Y. em 1965 na página 899 diz: “A trindade de pessoas dentro da unidade da natureza é definida em termos de natureza e de pessoa. Esses são termos filosóficos gregos e nunca aparecem na Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias em que estes termos e outros tais como: essência e substância foram erroneamente aplicadas a Deus por alguns Teólogos”. Mesmo já antes da filosofia grega as tríades de deuses existiam nas civilizações mais antigas. A mais conhecida é a egípcia Osíris: Isis, Íris e Hórus!
Eu resumo o assunto assim: Na escola aprendemos que três coisas distintas tais como um rio um campo e uma árvore são três e na Igreja aprendemos que três deuses distintos são um só, que erro de matemática não é? Depois para se defenderem as autoridades religiosas dizem que tal ensino é dogma ou mistério! Fácil não é?
Por isso amigo evangélico a sua igreja lhe ensina uma doutrina aprovada num concilio católico. Então porquê?
É simples amigo leitor, foi a culpa do grande reformador Martinho Lutero. Entre as suas teses originais contra a igreja católica estavam a trindade, a imortalidade da alma, o emprego da cruz como símbolo cristão e ainda outras. Cedendo a pressões da parte dos governantes alemães, a fim de poder estabelecer a igreja luterana, ele revogou algumas dessas teses, especialmente as três que mencionei antes. Por isso amigo evangélico é bem verdade, a sua igreja lhe ensina doutrinas católicas! Como vimos o cristão de igreja é induzido em erro por tais doutrinas errôneas, porque nunca lhe ensinaram a pura verdade bíblica. Ao contrário, as igrejas da cristandade têm misturado o verdadeiro ensino Divino com a mixórdia humana de filosofias, tradições e ensinos de homens. Jesus chamou a isso: “fermento dos fariseus”. (Mateus 16:6, 12).
Sim o ensino falso sobre a Bíblia e o cristianismo puro fermentou de tal maneira, que a cristandade está passando fome espiritual. – Amós 8:11.

Capitulo 4
A Religião e a Política

Existem atualmente certos intelectuais que vão a ponto de afirmarem que Jesus foi um homem político quando esteve na terra! Que acha, tem tal afirmação algum fundamento?
Lemos em João 6:1-15 que depois de alimentar milagrosamente uma multidão, esta queria fazê-lo rei, mas ele sumiu deles, não aceitou! Mais tarde Jesus disse a Pilatos: “O meu reino não faz parte deste mundo”. Mas o que faz a cristandade? No passado, Papas coroavam e depunham reis. Atualmente em período de eleições as igrejas tomam parte ativa na propaganda eleitoral e incentivam seus membros a votarem neste ou naquele candidato. Estando em Belo Horizonte, Minas Gerais no Brasil, durante as ultimas eleições estaduais e presidenciais, fui testemunha ocular disso. Cortejos de propaganda saíam de várias igrejas da cidade. Alguns responsáveis de igreja
, tais como bispos e pastores foram eleitos deputados e senadores. O discípulo Tiago, meio irmão de Jesus, na sua carta capitulo 4 versículo 4 falou o seguinte: “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus”. Desta maneira tais líderes religiosos eleitos como homens políticos não têm a aprovação de Deus. A história mostra que nem Jesus nem seus apóstolos brigaram cargos políticos do mundo. E até ao segundo século da nossa era, nenhum cristão desempenhava cargos políticos. Eram neutros no que dizia respeito aos negócios políticos de seus dias, estavam totalmente separados do mundo. Em 1945 nações ditas cristãs, tais como a Inglaterra e os Estados Unidos da América, criaram a célebre ONU (Organização das Nações Unidas) como o objetivo de trazer paz à terra e até mesmo diante da sede dessa organização se pode ler a seguinte inscrição: "Terão de forjar das suas espadas relhas de arado e das suas lanças podadeiras e não aprenderão mais a guerra" – Isaías 2:4
Que hipocrisia! Tem havido paz na Terra depois que essa organização foi criada? – NÃO! – Porquê? O comércio das armas é uma das maiores fontes de renda de muitos países membros dela. Não é de admirar que de vez em quando estoure, num lugar qualquer, uma guerra, um genocídio ou uma revolução!
O tal texto de Isaías diz: “Não aprenderão mais a guerra”. Mas o que estamos constatando? As nações membros dessa organização gastam somas colossais em armamento e formação de tropas. Se esse dinheiro fosse usado em projetos agrícolas, como diz o texto de Isaías, certamente não existiriam, nem fome nem pobreza no mundo. Qual tem sido o papel dos líderes religiosos em relação à ONU?
O papa Paulo VI e o papa João Paulo II visitaram algumas vezes a sede da organização em Nova York e afirmaram: “Esta organização é a única solução para a Paz”, quando membros dela estão travando guerra numa ou noutra parte do mundo.
Hipocrisia mesmo, não é verdade? Por ocasião do nascimento de Jesus os anjos clamaram:
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. – Lucas 2:14. Ora se atualmente não há paz na terra a razão é simples: Os homens que dominam o mundo não têm a boa vontade de Deus, e como eles se dizem cristãos e sendo membros de igrejas da cristandade, isso quer dizer que elas tampouco têm a boa vontade de Deus! É forte tal declaração?
Bem forte, mas deixo ao leitor a apreciação de que seja lógica ou não tal declaração. A situação do mundo é gravíssima, a corrupção política, a ambição de certos líderes, a instabilidade econômica (Alguns países estão à beira da falência ou já falidos), tudo isso pode provocar em breve o colapso total do mundo. A Bíblia compara a religião babilônica a uma prostituta que cometeu fornicação espiritual com os reis da terra e qual será o seu fim! Apocalipse 17:15 a 18 mostra que a classe política dominante um dia destruirá toda a religião falsa inclusive a cristandade! Por isso amigo leitor faça já o que diz Apocalipse 18:4: “SAIA DELA ENQUANTO É TEMPO!” Estude e leia a Palavra de Deus e faça esforço para aplicar o que aprende, isso poderá salvar a sua vida quando Deus ajustar contas com Babilônia a Grande o Império mundial da religião falsa.

Capitulo 5
A Ameaça Islâmica

O islamismo està em pleno desenvolvimento, muito se está fazendo para converter ao islamismo, especialmente cristãos de igreja decepcionados com as suas religiões! Ao mesmo tempo estamos vendo que os movimentos extremistas e radicais islâmicos estão ativos no mundo inteiro. Tomemos como exemplo os atentados do 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos da América. Onde foram preparados? Segundo a mídia se soube que foi na Alemanha, na França, na Bélgica, na Inglaterra entre outras. Qual a razão? Nesses países existem fortes concentrações de imigrantes de confissão islâmica, lógico o extremismo se infiltrar nessas comunidades. O recrutamento de kamikazes é feito em nações cuja legislação é laxista e o poder incapaz de lidar com a situação. Cito o exemplo de uma mulher muçulmana que publicou um livro na Bélgica com o titulo: “Como o meu marido matou o comandante Massoud” (Este comandante era o chefe da resistência Afegã contra os Talibans) Ela explica como o seu marido organizou tal atentado terrorista contra Massoud, a partir da Bélgica. Ele, junto com mais dois fez-se passar por uma equipa de televisão para entrevistar o comandante fazendo explodir a bomba que transportavam. Podemos imaginar quão terrível se organizarem num estado democrático, ataques terroristas desta natureza? É de fazer arrepiar não é?
Pessoas sensatas se perguntam, se tais avanços do extremismo islâmico não forem controlados o que poderá acontecer dentro de alguns anos?
Poderá o Islã vir a dominar o mundo? O que poderá fazer a cristandade? NADA! Tal como nada puderam fazer contra os ataques do 11 de setembro 2001. Não devemos esquecer que a cristandade tem apoiado vergonhosamente os israelenses na opressão contra os palestinos. É verdade que agora algumas vozes se começaram a levantar timidamente contra Israel. Mas foi a cristandade que em 1948 criou o Estado de Israel sem levar em conta o povo palestino que vivia nessas terras por mais de mil anos. [O protestantismo americano tem ensinado que o Estado de Israel atual ainda é o povo de Deus]
Depois da criação de tal Estado, que têm acontecido?
– Guerras expansionistas, implantação de colônias israelenses em território palestino, resposta dos palestinos com a guerra das pedras e terrorismo contra Israel, repressão violenta contra cidades palestinas com o pretexto de capturar líderes palestinos.
Assim uma vez mais estamos vendo que sangue inocente continua a ser derramado, sobretudo crianças inocentes tem pagado de suas vidas a insensatez dos adultos.
E tudo isso porque a cristandade tem ensinado a doutrina falsa de que os israelitas atuais ainda são o povo de Deus e quis dar-lhes um território!
Mais uma mentira doutrinal a que se apegam com conseqüências bem trágicas! A Bíblia torna claro que assim como o Israel carnal rejeitou e matou o filho de Deus, assim Jeová o Deus dos Judeus os rejeitou como seu povo. – Mateus 23:37, 38. A partir do dia de pentecostes do ano 33 E.C. com o derramamento do espírito santo sobre 120 seguidores de Cristo reunidos numa sala de sobrado em Jerusalém, Deus escolheu uma nova nação espiritual à qual o apóstolo Paulo chamou de “Israel de Deus” (Gálatas 6:16) deste modo o verdadeiro cristianismo é o puro povo de Deus e nunca a cristandade e muito menos o Estado de Israel atual.
Mais tarde pessoas de todas as nações foram escolhidas para se tornarem parte desta nação espiritual. Hoje em dia milhões de pessoas em todo o mundo estão unidas ao verdadeiro Israel de Deus; Zacarias tinha profetizado isso em Zacarias 8:23!
Voltando ao que se passa atualmente no oriente médio surgem as perguntas: Que faz a Europa cristã de igreja em face destes eventos sangrentos?
– Pouco ou nada! E as Nações Unidas da qual o estado de Israel é membro?
– Também nada têm feito! Por tudo isso será de admirar que um dia as nações islâmicas se vinguem, lançando ataques terroristas massivos contra as capitais do mundo cristão de igreja?
Ultimamente muitos temem que líderes extremistas cheguem ao poder especialmente na Europa. E com razão, já agora em muitos países da União Européia, membros da imigração Árabe e Islâmica, candidatos às eleições municipais foram eleitos como vereadores. Não é isso de assustar?
Existem mesmo duas nações islâmicas que no passado foram uma potência mundial, o Irão e o Iraque, a potência Medo-Persa que invadiu e conquistou Babilônia em 539 A.E.C.. Sonham ainda tais nações de conquistar o mundo como o fizeram seus antepassados? Não o sabemos! Porém, o que sabemos é que elas estão poderosamente armadas e podem levantar outras nações da mesma ideologia religiosa contra a cristandade. Nunca esqueçamos as ameaças da suposta guerra química e bacteriológica do Iraque e de outros países e também a guerra nuclear do Paquistão. Tudo isto poderá ocorrer um dia!
– Porquê? Porque a cristandade não tem obedecido à ordem do Mestre de levar o evangelho ou as boas novas a todos os povos.
Antes de ascender aos céus, 10 dias antes do pentecostes de 33 E.C., reunido com 500 de seus discípulos disse: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações... ensinando-as a observar todas as coisas que vos ensinei...”.
Enquanto os apóstolos viveram isto foi feito com muito zelo, Paulo disse em Colossenses 1:23: “As boas novas que ouviste foram pregadas em toda a criação debaixo do céu”. Vemos assim que no primeiro século, o mundo conhecido daquele tempo tinha sido atingido pela pregação do evangelho, aqueles fiéis cristãos obedeciam cabalmente à ordem do seu Mestre! Embora em muitos lugares fossem perseguidos e maltratados, lançados às feras nas arenas romanas, eles se mostravam felizes de realizar a obra que o seu Senhor os tinha ordenado fazer.
Pregaram, ensinaram, batizaram os devidamente ensinados e estabeleceram congregações fortes na fé, que lutavam e até mesmo morriam por tal fé genuína. Como já vimos antes, após a morte do ultimo apóstolo, João, por volta do ano 100 E.C., o Diabo semeou joio (a apostasia) no meio do trigo (o verdadeiro cristianismo) sendo assim sufocada a maravilhosa obra que o Amo Jesus Cristo tinha mandado fazer. Durante a apostasia, em vez de se empenharem na obra de ensino mundial, os cristãos apóstatas, construíram imponentes edifícios a que chamaram Igrejas, Catedrais, Basílicas, constituiu-se uma hierarquia de clérigos que dominavam sobre os leigos, estes eram obrigados a sustentá-los, por meio de pagarem pesados impostos. Ficaram assim os leigos impedidos de pregar e ensinar. Só os clérigos estavam autorizados a fazê-lo dos seus púlpitos.
Desviaram assim o povo do ensino de Jesus de que cada cristão individual devia ser um pregador do evangelho e instrutor da palavra de Deus, como o próprio Amo o era. Pedro confirma isso em 1 Pedro 2:21 dizendo: “Cristo deixou-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos”. Por não seguirem tal modelo os cristãos de igreja limitam-se a ir aos domingos à missa ou aos cultos ouvir seus clérigos, mas não seguem os ensinos do Cristo. E não vão mais às nações levar o Evangelho ou as Boas Novas do Reino de Deus como Jesus e seus apóstolos faziam. Levam também uma vida contrária aos princípios cristãos. Desta maneira bilhões de pessoas no mundo ainda não foram ensinadas a seguir a Cristo, o resultado é que como já consideramos antes, isso pode ser uma verdadeira ameaça para a cristandade!

Capitulo 6
O Reino de Deus

Que é o reino de Deus para que se preguem as boas novas dele? Quão importante é este Reino para nós humanos? Se fôr católico ou ortodoxo dirá: ”É o Paraíso no Céu”.
Se fôr evangélico: “Ah o Reino Deus está no nosso coração”.
Mas vejamos o que diz a bíblia sobre tal Reino. Daniel 2:44 reza: “E nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um Reino que jamais será arruinado... esmiuçará e porá fim a todos esses reinos, e ele mesmo ficará estabelecido pôr tempos indefinidos”.
Segundo estas palavras pode este reino estar no nosso coração? Ou pode ser algo vago no céu?
– NÃO!
O Reino de Deus é um governo assim como Babilônia com o seu rei era um governo. Todo o capitulo dois de Daniel mostra a sucessão de potências mundiais até aos nossos dias. Leia e medite em todo o capitulo e verá como a história do mundo foi profetizada muito antes de acontecerem os eventos. A cabeça de ouro da estátua foi o império babilônico (versículos. 36-38) braços e peito de prata foi o império Medo-Persa, as coxas de cobre foi o império grego as pernas de ferro foi Roma, os pés de argila e ferro representam a potência anglo-americana que é uma ramificação do império Romano. Argila e ferro o que representa? O regime democrático tem a força do ferro, mas como depende do voto do povo é frágil como a argila. Assim segundo o versículo 44 é nos dias destes dois reis dominantes, que o reino de Deus será estabelecido. Desta maneira o Reino de Deus é um governo mundial eterno que trará verdadeira paz e segurança à humanidade ansiosa de ver mudanças benéficas no modo de se governar o nosso planeta. Pois já està plenamente provado que o homem é incapaz de governar a si mesmo com êxito. (Jeremias 10:23)
Muitas outras profecias bíblicas indicam que foi em 1914 que se estabeleceu no céu tal reino. Todo o capitulo 12 de Apocalipse mostra isso e se o ler com muita atenção, vai ver que a Grande Guerra (1914 a 1918) foi a conseqüência de tal nascimento nos céus acima de tudo no versículo 12 que diz: “Ai da terra e do mar, porque o desceu a vós o Diabo, tendo grande ira sabendo que tem um curto período de tempo”. E daí para cá ele não tem descansado, quantas guerras não se têm travado desde então? Isto é bem a prova de que o Reino de Deus já domina nos céus às mãos de Jesus Cristo.
Mas como podemos ter a certeza disso?
Primeiro consideremos as palavras dele a Pilatos, quando este perguntou: “És tu rei?"
Jesus respondeu: “Tu mesmo estás dizendo que sou rei, para isso nasci para isso vim ao mundo...”
Ele também nos ensinou a orar por esse reino na oração do pai nosso: “Venha o teu reino”. Lembremo-nos de que depois da sua ressurreição ele tem esperado o tempo devido do Pai para receber o reino.
Davi disse no Salmo 110:1: “Disse Jeová ao meu Senhor: Senta-te a minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para teus pés”. Também sendo da descendência real de Davi ele tem o direito legal ao trono do reino eterno que Deus prometeu no pacto feito com Davi. (Salmo 89: 3, 4) Quais são as bênçãos deste Reino para a humanidade quando ele voltar sua atenção para a terra?
Se for católico dirá: “Como tenho sido bom quando eu morrer a minha alma vai para o Reino de Deus no céu”.
Se for evangélico afirmará: “No fim do mundo Deus vai queimar a terra com fogo e a nós fieis vem-nos buscar para encontrar o Senhor no céu e receber as bênçãos do reino lá junto de Deus”.
Bem lembra a oração do pai nosso?
– “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”.
Nunca foi da vontade do Criador da Terra destruí-la com fogo.
Eclesiastes 1:4 diz que a terra permanecerá para sempre.
Considere ainda o seguinte: Quando o homem foi criado, Deus preparou no Éden um jardim ou parque como lar eterno do homem, Adão devia simplesmente cultivá-lo e expandi-lo a toda a terra a medida que os seus filhos aumentassem em número. Assim se os nossos primeiros pais não tivessem falhado na sua obediência perfeita ao seu Criador em vez de ser hoje uma lixeira global, o nosso planeta seria um paraíso global. Mas embora o homem tenha falhado no propósito de Deus, é ainda Sua vontade que o Reino às mãos do seu amado Filho estabeleça na terra esse paraíso global que os fiéis servos de Deus aguardam ansiosamente.
Isaías 55:11 diz que a palavra que sai da boca de Deus não volta a Ele sem resultado, mas terá de se cumprir sem falta!
Leia os capítulos 11 e 65 do mesmo livro de Isaías e veja as bênçãos que aguardam a humanidade quando a vontade de Deus for feita neste planeta!
Não mais existirão nações da cristandade ímpias, animalescas que incitam o ódio e a violência nas guerras injustas.
Todos os sobreviventes ao que a Bíblia chama de Armagedon ficarão unidos para sempre numa adoração verdadeira e pura que agrada ao Criador. (Apocalipse capitulo sete)
No capitulo 21 versículos 3 e 4 deste mesmo livro diz: ”E não haverá mais lagrimas nem morte nem clamor nem dor. Eis que faço novas todas as coisas”.
Veja só, a humanidade terá vida eterna numa nova terra restaurada!
Mateus 5:5 terá o seu verdadeiro significado: “Bem aventurados os mansos porque herdarão [não o céu, mas] a terra”.
Ezequiel 18: 4 está dizendo que a alma morre e Romanos 6:23 fala que o salário pago pelo pecado é a morte. Quer isto dizer que após a morte não há mais esperança para o homem?
Sim há, o Reino de Deus nos apresenta uma maravilhosa esperança:
– A vida eterna na terra e a ressurreição dos mortos para todos os fieis, bem como para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de escolher servir a Deus.
Não sou eu que o digo, mas o próprio Rei do Reino quando esteve na terra.
– Leia João 11:25 e 5:28, 29. Alguns fiéis foram comprados da terra para fazerem parte do Reino junto com Cristo. (Apocalipse 14:1-5)
Por ocasião da sua ressurreição ou da sua morte receberão corpos espirituais imortais igual ao seu amo.(Todo o capitulo 15 de 1 Coríntios mostra isso)
Mas antes do Reino trazer todas estas bênçãos a terra terá de ser purificada de toda a iniqüidade, assim vai haver uma tribulação como nunca houve até agora nem haverá de novo.(Mateus 24:21) Infelizmente os milhares de igrejas da cristandade não estão preparando seus rebanhos para receberem e aclamarem o Reino de Cristo!

 

Capitulo 7
Santifique o nome Divino

Outro aspecto da oração do pai nosso é a santificação do nome de Deus. ”Santificado seja o Teu nome”. A santificação do nome Divino està em relação estreita com o reino de Deus.
Que diria um autor se o seu nome fosse retirado do livro que escreveu?
– Certamente levaria tal caso aos tribunais para fazer valer os seus direitos. Ora o que fez a cristandade? Retirou das páginas do livro sagrado o nome do seu autor! Tal nome consta mais de 7.000 vezes nos manuscritos mais antigos. É o tetragrama hebraico, יהוה (Iode He, Vau, He), também representado em muitas línguas pelas quatro consoantes JHVH ou YHWH. (o hebraico antigo não tinha vogais, estas eram supridas à medida que se fazia a leitura). E como por superstição os judeus antigos deixaram de usar o Nome, não se pode saber ao certo a pronuncia exata do tetragrama hebraico. Por isso alguns peritos dizem que é JAVÉ outros YAHWHE e ainda outros JEHOVAH ou JEOVÁ, então as sociedades bíblicas substituíram o nome divino pelos títulos Senhor ou Deus. Incoerência, pois no caso de Jesus não dizem Joshua ou Yashua, mas Jesus! Se examinar a tradução Almeida Atualizada, a mais usada pelos evangélicos, constatará isso. Nessa tradução Isaías 42:8 reza: “Eu sou o SENHOR este é o meu nome”. Acha isso lógico? Na tradução Versão Brasileira: “Eu sou Jehovah, este é o meu nome”. Não é mais correto assim?
Sem duvida! Quando Jesus nos seus dias lia no dia de sábado as escrituras quando chegava a Isaías 42:8 como lia ele? “Eu sou o Senhor, este é o meu nome ou “Eu sou Jehovah, este é o meu nome?.”
Se mais tarde ele disse que fez conhecer aos homens o nome de seu Pai certamente lia Jehovah. (João 17:6,7, 26,27)
Senhor e Deus são títulos assim como Papa, Pastor, Presidente, Rei são títulos, mas cada um deles tem um nome pessoal. Portanto o Senhor Deus tem um nome pessoal que tem de ser santificado. Na língua portuguesa já por muitos séculos està em uso comum Jehovah ou Jeová. ELE é o autor da Bíblia em 2 Tim. 3:16, 17 diz:”Toda a Escritura é inspirada por Deus...”. E em 2 Samuel 23:1, 2 o próprio rei Davi diz: “Jeová falou por meu intermédio e a sua palavra estava na minha língua”. Como vimos as sociedades bíblicas da cristandade retiraram das páginas da Bíblia o nome do seu autor! Não acham senhores teólogos que isso é um crime? Se alguém tirasse o seu nome dum livro publicado pelos senhores, se indignariam não é verdade? Então como deve estar indignado o autor da Bíblia Jehovah Deus! Por essa razão em muitas passagens bíblicas encontramos a expressão: “E terão de saber que o meu nome é Jeová” Ezequiel se referindo aos nossos dias registrou as palavras do próprio Deus no capitulo 38 versículo 23: “Eu hei de magnificar-me, e santificar-me aos olhos de muitas nações e terão de saber que eu sou Jeová”. Já que as igrejas não santificam o seu nome, Ele o vai santificar por ajustar contas com os que retiraram do Livro Sagrado o seu nome como autor dele. Já estou a ouvir o leitor: “Você é testemunha de Jeová”! Sabe, existem muitas pessoas fora da organização das testemunhas de Jeová, que defendem a Palavra e o nome de Deus. Eu estou entre estes e se terei de defender estes valores, o farei, quer a cristandade e seus clérigos quer queiram quer não e não importa qual o preço terei de pagar por isso.
Os lideres religiosos atuais quando tem problemas com autoridades governamentais hostis, não fazem isso, antes fazem compromissos políticos com tais governos, a fim de manterem suas igrejas abertas.
Embora isso signifique transigir nas suas crenças! Por longos anos foi o que fizeram nos países atrás da cortina de ferro as igrejas ortodoxas!

Capitulo 8
Perseguidores

Os cristãos de igreja deviam ser perseguidos como disse o Mestre: “Se me perseguiram a mim perseguirão também a vós...” (João 15:20.), no entanto através dos séculos eles tem sido perseguidores. Até mesmo na atualidade isso se passa como veremos a seguir.
Depois da queda dos regimes comunistas dos países de leste os ortodoxos estão mostrando muito zelo, mas não na boa direção. Esqueceram as restrições que sofreram durante mais de 70 anos. Na Geórgia uma ex-república soviética o que estão fazendo esses zelosos (fanáticos) ortodoxos? Segundo um vídeo que circula na Internet, ali estão perseguindo impiedosamente as testemunhas de Jeová, com a permissão das autoridades governamentais, embora a constituição desse país garanta a liberdade de religião e elas estejam reconhecidas legalmente pelo governo. Na Federação russa, especialmente em Moscou vários processos foram intentados contra elas por autoridades ortodoxas. Na Grécia os ortodoxos gregos enfim pararam de as perseguir, depois de longos anos de sofrimentos. Foi necessário esse país ser condenado pelo tribunal dos direitos humanos em Estrasburgo na França. Muitas testemunhas passaram longos anos em prisão ali. Que crimes fizeram?
– Simplesmente por falarem da Bíblia a seus vizinhos! Que acha o leitor, quem é verdadeiro cristão o que persegue ou o que é perseguido?
Lembramos de novo o que disse o Mestre: “Se me perseguiram perseguirão também a vós”. Os verdadeiros cristãos devem ser tolerantes como o era Jesus Cristo.
Durante as duas guerras mundiais, católicos e evangélicos também perseguiram as testemunhas de Jeová. O católico Adolf Hitler um dia, ao ver a sua escrivaninha cheia de telegramas vindos de todo o mundo protestando contra a perseguição das testemunhas, deu um murro na mesa e gritou: “Esta raça será exterminada da Alemanha”! Sua ameaça não foi em vão milhares de cristãos sinceros alemães foram enviados aos campos da morte e muitos foram executados, mas poucos transigiram na sua fé. Hitler pecou com a sua boca. Seis anos depois daquela declaração ele deixou de existir, mas hoje na Alemanha existem mais de 120.000 testemunhas. O católico português Salazar e seu regime também as perseguiu severamente no continente e nas colônias, o angolano João Moncoca passou quase 30 anos em prisões e campos de trabalho forçado. O tempo nos faltaria para mencionar todos os exemplos de perseguições. Quanta culpa de sangue têm perante Deus os cristãos de igreja. No dia do juízo final Ele pedirá contas por todo esse sangue inocente derramado. (Apo. 18:24) Esta pequena obra têm a finalidade de ajudar todos os sinceros a ver como os seus lideres religiosos e políticos os têm induzido em erro! Quero que não partilhem a culpa de sangue das suas denominações religiosas e de seus líderes. ABRAM OS OLHOS!
Lembra-se de Saulo de Tarso?
Era um judeu da religião farisaica, zeloso na tradição judaica, sincero na religião de seus pais e tinha sido instruído nas leis e tradições do seu povo por Gamaliel um dos mais respeitados instrutores judeus dos seus dias. No entanto perseguia os cristãos, seu zelo e sua sinceridade estavam mal orientados, foi necessária uma aparição miraculosa do Cristo ressuscitado para que mudasse de conceito. E que apóstolo ele se tornou e de perseguidor virou perseguido!
Se o leitor é cristão só de nome leia e estude a Bíblia e vai ver que dos seus olhos cairão como que escamas, como a Saulo de Tarso, e verá a verdade pura do ensino divino! Talvez seja perseguido quando tomar posição firme a favor de Deus e da Bíblia. Mas lembre-se: O emblema do verdadeiro cristão não é a cruz pagã, mas sim a perseguição.
Em 2 Timóteo 3:12 lemos que “todos os que querem viver como cristãos também serão perseguidos”, sublinho a palavra TODOS para mostrar que de uma ou outra forma, todo o verdadeiro cristão terá de sofrer pela sua fé.
Sejamos como Saulo ou Paulo, ele tinha força para suportar tudo isso em virtude Daquele que lhe conferia o poder, a sua fé em Cristo e nos escritos sagrados o ajudava a suportar toda a sorte de provas.
Leia o capitulo 11 de segunda aos Coríntios a partir do versículo 23 e até ao fim aí verá quanto ele sofreu pelo evangelho de Cristo e como ele suportou tais sofrimentos. Sei que entre os cristãos de igreja existem muitos Saulo de Tarso, espero que esta exposição possa ajudar a tais a serem como o apóstolo Paulo. O milagre da abertura de seus olhos não se dará por meio de dons de cura ou obras poderosas, porque tais dons terminaram com a morte do ultimo dos apóstolos, João, mas têm a palavra de Deus completa, então por meio da leitura e do estudo dela chegará a achar o caminho da verdade e andar nele.
Nos seus dias Paulo também teve de enfrentar perseguição dentro da própria congregação cristã. Em 2 Cor. 11:5 ele nos fala das dificuldades que tinha com os superfinos apóstolos. Quem eram realmente tais homens?
Vou talvez chocar alguém, mas podemos dizer que esses indivíduos foram os precursores dos líderes religiosos atuais, tinham os mesmo espírito que estes têm hoje. Paulo disse deles: ”Porque tais homens são falsos apóstolos, trabalhadores fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, pois o próprio Satanás persiste em transformar-se em anjo de luz. Portanto não é grande coisa se os ministros dele também persistem em transformar-se em ministros de justiça”. (2 Cor. 11:13-15) Eles ensinavam um Cristo diferente do verdadeiro, exigiam dinheiro da congregação e não tinham nenhum respeito pelos verdadeiros apóstolos. Paulo ao contrário, nunca exigiu nada de seus irmãos, antes trabalhava como fabricante de tendas para ganhar seu sustento. Ensinava o verdadeiro Cristo que ele tinha visto numa visão sobrenatural. – 2 Cor. 12:1-13. E ainda que fosse o maior nunca desrespeitou os outros apóstolos. Quando surgiam questões doutrinais ou de organização, subia a Jerusalém e os assuntos era resolvidos ali pelo conjunto dos apóstolos. (Veja o capitulo 15 todo e o 16 até ao versículo 4 dos Atos dos apóstolos) Não acham que os clérigos atuais são como os superfinos apóstolos? Veja só: Ensinam um Cristo diferente, dizem que faz parte duma trindade, também que Cristo é Deus, coisas que Paulo nunca ensinou.
No que diz respeito a dinheiro, està à vista, não é essa a sua principal preocupação?
Coletas humilhantes, dízimos, tômbolas, bingos, lotarias tudo é bom para angariar fundos, mesmo em algumas igrejas se organizam bailes depois dos cultos. Quando alguém vem a eles com uma pergunta bem pertinente é zombado por eles.(Tenho um exemplo pessoal disso) Outra pergunta, se não são eles os ministros de Satanás, quem são então os trabalhadores fraudulentos hoje em dia? A resposta é evidente! Talvez diga que isto é uma grave acusação, mas é uma constatação de fatos. Já leu o livro “O Empório do Vaticano?" Leia-o e verá os fatos.

 

Capitulo 9
Moral Cristã?

Nos últimos anos temos lido nos jornais notícias de clérigos pedófilos e homossexuais. As Igrejas americanas estão pagando milhões de dólares de indenizações às vítimas. O papa chamou os bispos americanos a Roma e os admoestou sobre esta situação. Vejamos agora o que nos diz a bíblia sobre isso.
Considere a carta aos Romanos capitulo um do versículo 18 e até ao 32 e verá como Deus condena o homossexualismo, o lesbianismo e a bestialidade. Se isso envolve crianças ainda é mais condenável. Transcrevo o versículo 32:
– “Embora estes conhecessem bem o decreto justo de Deus, de que os que praticam tais coisas, merecem a morte, não somente persistem em fazê-las, mas também consentem com os que as praticam”. Em vários países, lideres católicos e protestantes casam homossexuais e lesbianas; não é isso consentir no desrespeito ao decreto justo de Deus?
O livro de Gênesis nos fala de duas cidades que existiam no tempo de Abraão, 2000 anos antes da nossa era. Eram Sodoma e Gomorra. Lemos também que Deus arrasou tais cidades com fogo e enxofre. Porque razão? Seus habitantes eram depravados que praticavam orgias sexuais, homossexualismo etc.
E o adultério e a fornicação não são também tolerados pelas igrejas? Relata-se mesmo que clérigos têm casos com membros femininos (mesmo até masculinos) de suas igrejas.
Leia 1 Cor. 6:9, 10, lá mostra que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
Como a cristandade deve estar desagradando a Deus! E não é de estranhar que Ele a chame um dia a contas.
Apocalipse 18:5 diz: ”Pois os pecados dela acumularam-se até ao céu e Deus se lembrou dos atos injustos dela”. Quais são esses atos injustos?
Recapitulemos:
– Perseguição de cristãos genuínos.
– Ensinos de doutrinas antibíblicas.
– Participação na política e nas guerras das nações.
- Não ensinam a verdade sobre o Reino de Deus.
– Não santificam o nome de Deus.
– Não fazem a obra que o Mestre mandou fazer.
– Não só praticam a imoralidade sexual como também a toleram!
Por todas estas coisas não posso ser cristão de igreja.

Capitulo 10
Quem é Satanás o Diabo?

Sim, quem é então Satanás o Diabo? Ora, os teólogos estão muito divididos sobre este assunto. Alguns dizem mesmo que o diabo é o mal dentro de nós, ou em outras palavras, é o principio do mal. Mas isso não pode ser verdade porque em toda a Bíblia, Satanás é mencionado mais de 50 vezes e Diabo mais de 30 vezes e se refere sempre a uma criatura espiritual poderosa que é o principal adversário de Deus.
Nos capítulos 1 e 2 do livro de Jó lemos que por duas vezes Deus falou com Satanás a respeito da integridade de Jó. Se realmente Satanás é o principio do mal dentro das pessoas, neste caso o mal estaria dentro do próprio Deus. Mas isto està em total contradição com as escrituras.
O salmo 92:15 diz: “Jeová é reto... nele não há injustiça”. Também noutras passagens das escrituras lemos que: “Santo, Santo, Santo é Jeová dos exércitos”. Assim quem é realmente Satanás o Diabo e donde veio? Mostra a Bíblia que uma das criaturas espirituais de Deus se rebelou ou se opôs ao propósito de Deus (Satanás = opositor) e por meio duma calúnia (Diabo = caluniador) desviou Eva e Adão da adoração justa de Deus e introduziu o pecado e a morte na terra, frustrando, em certo sentido, a vontade divina de que a terra inteira viesse a ser um paraíso.
Nessa altura Deus não destruiu Satanás, porque as questões levantadas por ele, perante a família universal de Deus, exigiam tempo para provar se ele tinha razão ou não quando deu a idéia de que o homem não precisava de Deus para governar a si mesmo. Mas fiquemos tranqüilos que no tempo devido do Criador, ele será destruído. Entretanto durante o tempo permitido por Deus Satanás se tornou o: “governante do mundo” (João 14:30) e “deus deste mundo” (2 Cor. 4:4) Por volta do ano 98 E.C. o apóstolo João disse: “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo” (1 João 5:19) e na tentação a Jesus não lhe ofereceu ele “todos os reinos do mundo e a glória deles”?
Deste modo podemos ver que têm muito sentido o que a Bíblia diz sobre Satanás. O que a humanidade tem sofrido e ainda sofre é demais para ser somente devido à maldade dos homens envolvidos.
Por natureza o homem anseia a liberdade, a paz e a felicidade, e muitos enquanto vivem lutam arduamente para conseguirem tais ideais. Mas o que aconteceu e acontece sempre?
A humanidade tem sido flagelada pela opressão, ódio, violência e guerra durante toda a sua existência e chegamos aos nossos dias com a ameaça da guerra nuclear e a destruição total de toda a criação terrestre! Assim, por detrás de tudo isso tem de haver um ou mais poderosos espíritos maus que instigam a iniqüidade no nosso planeta. Apocalipse 12:9 mostra que o Diabo e seus anjos foram lançados para a terra e Efésios 6:12 diz que há forças espirituais iníquas nos lugares celestiais. Mas tenhamos fé, ele e seus anjos um dia serão tirados do caminho, a humanidade será soerguida à perfeição e a terra se tornará enfim, um paraíso global! Mas, porque a cristandade nunca nos ensinou a verdade sobre o Diabo?
É porque ela mesma està no poder dele, como estavam os lideres religiosos judeus dos dias de Jesus a quem ele falou energicamente: “Vós sois de vosso pai o Diabo e quereis fazer os desejos de vosso pai... foi um homicida... porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8 :44) O desejo dele lá naquele tempo era que seus acólitos terrestres assassinassem o filho de Deus. Desta maneira podemos também dizer que o Diabo é o deus da morte! Por causa da sua calúnia trouxe a desonra e a morte sobre toda a humanidade.
Lemos em Hebreus 2:14: “Para que pela sua morte (a de Cristo) reduzisse a nada aquele que têm os meios de causar a morte isto é o Diabo”. Isto foi predito na célebre profecia de Gênesis 3:15 que reza: “E porei inimizade entre ti (Satanás) e a mulher (a organização de santas criaturas celestiais de Deus) entre o teu descendente (Seus servos terrestres e angélicos iníquos) e o seu descendente (Jesus Cristo como humano perfeito) ele te machucará a cabeça (te destruirá) e tu lhe machucarás o calcanhar (Jesus seria morto, mas ressuscitado).” Ele e seus acólitos terrestres causaram a morte dele no dia 14 de Nisã (calendário judaico) de 33 E.C. fora de Jerusalém pendurando-o numa estaca de tortura no meio de dois malfeitores! Que vitupério ele trouxe sobre o Filho de Deus! O homem mais santo que viveu sobre a terra morrer como o pior dos criminosos. Como vimos é um assassino e um mentiroso este Satanás o Diabo! Assim libertemo-nos de todas as doutrinas mentirosas dele e de seus servos terrestres.

Capitulo 11
Espírito e espiritismo.

Para iniciar este tema temos de saber que os termos hebraicos rù-ahh e o grego peneù-ma traduzidos na bíblia por espírito tem diversos significados. Todos se referindo no que é invisível aos olhos humanos e que evidencia uma força movendo-se. Por exemplo: Ar, vento, pessoas espirituais, força da vida nas células humanas e animais ou espírito santo entre outras. ”Deus é espírito e os que o adoram têm de adorá-lo em espírito e verdade”. – João 4:24. Este versículo mostra que nunca deviam usar imagens para adorar a Deus, pois Ele é um espírito invisível aos olhos humanos. O verdadeiro adorador devia também adorá-lo em verdade, isto quer dizer que se foi o espírito santo que inspirou as escrituras sagradas (2 Pedro 1:20, 21) e se elas são a verdade, os adoradores Dele não podem dizer: Eu adoro à minha maneira ou como meus pais me ensinaram. Antes temos de praticar a adoração que Ele delineia na Sua Palavra escrita para os seus servos fiéis. Por esta razão não se deve interpretar a Bíblia usando filosofias e tradições de homens. Num outro capítulo citei Ezequiel 18:4 para mostrar que a alma morre, muita gente confunde alma com espírito, mas não é a mesma coisa. A Palavra hebraica para alma é né-fesh que é sempre traduzida por alma, vida como alma ou pessoa humana. Deste modo sendo a alma a própria pessoa que é mortal, nunca é uma parte imaterial dela que se separa do corpo, por ocasião da morte para continuar vivendo num domínio invisível.
Consideremos agora o salmo 146:4 que nos diz: “Sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo: neste dia perecem todos os seus pensamentos”; aqui o termo hebraico é rù-ahh e não né-fesh. Isto quer dizer que essa rù-ahh ou força da vida nas células abandona o corpo, perecem os pensamentos da pessoa; nunca continuando vivendo em outro domínio qualquer. Eclesiastes 13:19-21 compara a morte dos humanos à morte dos animais dizendo: “Como morre um assim morre o outro... quem é que conhece se o espírito dos filhos da humanidade vai para cima; e o espírito do animal se ele vai para baixo para a terra?" Assim têm os humanos algo (alma ou espírito) que continua vivendo como pessoa inteligente após a morte do corpo?
A resposta é: NÃO! O versículo 19 diz: ”todos eles têm um só espírito”. Somente com base na observação do homem ninguém poderá responder à pergunta feita no versículo 21.
Lucas 23:46 falando da morte de Jesus diz: “Jesus exclamou com voz alta e disse: ‘Pai às tuas mãos confio o meu espírito (Pneù-ma) dizendo isso expirou”.
Quando o seu espírito ou força ativa da vida saiu, ele não estava a caminho do céu. Seu pai o ressuscitou ao terceiro dia e conforme Atos 1:3, 9 só ascendeu aos céus 40 dias depois da sua morte.
Devo dizer aqui que a idéia de uma alma ou espírito imortal dentro dos humanos se baseia na filosofia de Platão que existiu na Grécia 200 anos antes de Cristo. No entanto tanto a história como a Bíblia estão mostrando que já bem antes de Platão, essa doutrina era essencial na adoração pagã dos mais diversos povos tais como os egípcios, os assírios, os babilônios etc.
Portanto se queremos adorar a Deus em espírito e verdade apeguemo-nos à verdade bíblica e rejeitemos as filosofias e doutrinas pagãs! A doutrina da alma imortal é também a base do espiritismo. Como se define o espiritismo? É a crença de uma parte espiritual do homem que sobrevive à morte do corpo e que se pode comunicar com os vivos por meio dum médium espírita. Alguns acreditam mesmo que todos os objetos materiais têm espíritos habitando neles. Mas a Bíblia condena todas as formas de espiritismo. Porquê?
A verdade sobre a condição dos mortos està bem expressa nas Escrituras Sagradas. Depois que Adão pecou Deus disse-lhe: “Porque tu és pó e ao pó voltarás” como vemos não foi dito a Adão que uma parte invisível dele ia viver consciente em outro lugar. Então quem foi que criou tal idéia falsa?
Leia Gênesis 3:3-5. Nesta passagem vemos a primeira sessão de espiritismo de que há registro. Uma criatura espiritual invisível usando uma serpente como médium (Veja Apocalipse 12:9) falou a Eva e contradisse a ordem divina: “No dia em que dela comeres morrerás” dizendo: “Come que não morres”. Assim quando Eva morreu Adão talvez pensasse: “morreu o corpo, mas não a alma”, mesmo se ele não pensou isso, Satanás se encarregou de implantar essa idéia no homem para perpetuar a sua mentira.
Antes do dilúvio segundo mostra Gênesis 6:1-4, anjos desobedientes materializaram corpos humanos, casaram com mulheres e geraram filhos híbridos. Sendo metade anjos metade homens, eram os nefilins ou gigantes horrendos que provocavam distúrbios e violência na terra. (os deuses da mitologia grega podem ter ramificações nestes gigantes híbridos)
Em razão disso Jeová Deus trouxe o dilúvio global que destruiu esses gigantes bem como toda a humanidade desobediente. Mas o que aconteceu com os anjos materializados? Ora, foram obrigados a voltar ao domínio espiritual. Em Judas versículo seis reza: “os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta, Ele reservou com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia”.
Não só foram rebaixados de seus anteriores privilégios celestiais como também ficaram em escuridão com respeito aos desígnios de Deus e ainda foram restringidos, conforme mostram os “laços”, de assumirem corpos carnais como fizeram antes do Dilúvio. Assim para perpetuar a mentira do diabo, estes anjos ou espíritos iníquos nas sessões de espiritismo fingem ser as almas dos entes queridos falecidos. Deste modo quem pratica o espiritismo torna-se vítima de demônios impostores. Depois de terem participado em sessões de espiritismo algumas pessoas têm sido molestadas por tais espíritos tendo visões e sonhos horrendos bem como por ouvir vozes indesejáveis! Mesmo mulheres têm sido molestadas sexualmente por esses demônios. Outros têm ficado possessos por demônios. Horrível não acha o leitor? Para nossa proteção, em toda a Bíblia, quer no velho quer no novo testamento, o espiritismo a adivinhação e a feitiçaria são proibidos pelo Criador.
Verifique isso nos seguintes textos:
Gálatas 5:19-21; 2 Coríntios 11:14, 15; Isaías 8:19; Levítico 19:31; 2 Reis 21:6; Deuteronômio 18:10, 12 e Atos 16: 16-18.
Lembre-se que o ensino da alma imortal e o espiritismo são fraudes inventadas por Satanás o Diabo, o arquiinimigo do Deus Verdadeiro. Por isso aplique Tiago 4:7 que diz “Sujeitai-vos, portanto a Deus; oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós”.
Entretanto fuja de toda a forma de espiritismo.

 

Capitulo 12
O Resgate

Consideremos agora uma doutrina bíblica fundamental que não é ensinada nas igrejas da cristandade: O Resgate!
Se não tivesse havido o resgate outras doutrinas bíblicas que já consideramos tais como o Reino a Vida Eterna e a Ressurreição não existiriam.
Porquê? Nenhum homem poderia oferecer sua vida em sacrifício para permitir a realização do propósito de Deus. (Salmo 49:7, 8)
Que é então o resgate? Um resgate é o preço pago para libertar alguém que està seqüestrado, não é? Em toda a história da humanidade houve muitos seqüestros e foram pagos muitos resgates.
Mas o seqüestro mais importante que já se realizou foi o de toda a humanidade sim, todos nós fomos seqüestrados, vendidos ao pecado e á morte. O mais importante preço de resgate pago por alguém foi o sangue derramado de Jesus Cristo, como assim?
Nosso perfeito pai Adão, pelo seu pecado vendeu todos os seus descendentes ao pecado e à morte. Para obter o livramento, só um homem perfeito como Adão poderia fazê-lo dando a sua vida perfeita em sacrifício. Este sacrifício voluntário permitiu libertar os descendentes de Adão. (Romanos 5:12, 18).
O próprio Jesus falou disso! Em Marcos 10:45 ele falou o seguinte: “O filho do homem veio, não para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma (sua vida, seu sangue) como resgate em troca de muitos”. Se Jesus fosse Deus feito homem conforme ensinam as igrejas, nunca estaria qualificado para efetuar o resgate, pois seria bem superior ao homem Adão! Tinha de ser alguém igual a Adão o resgate seria igual por igual. Na sua sabedoria e justiça o Deus do céu cumpriu a sua própria Lei: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão... vida por vida”. – Deuteronômio 19:21.
Perdera-se uma vida humana perfeita, para a resgatar era preciso outra vida humana perfeita. Como Deus realizou o resgate? Seu filho unigênito e primogênito que fora o único criado diretamente pelo Criador e ao mesmo tempo o inicio da sua gloriosa criação invisível e visível, foi enviado à terra para efetuar o resgate e também para vindicar a soberania de seu Pai. (João 3:16) Por essa razão durante o ministério terrestre de Jesus por duas vezes se ouviu o próprio Deus dizer: “Este é o meu filho, o amado, a quem tenho aprovado” – Mateus 3:17 e 17:5.
Que acham a vinda de Jesus à terra foi uma materialização ou uma encarnação?
Não foi uma coisa nem outra, ele não materializou nenhum corpo nem encarnou num corpo já existente. Antes o seu pai preparou-lhe um corpo (Hebreus 10:5). Como foi isso realizado? Sim como pôde Jesus ser o equivalente perfeito de Adão?
Deus transferiu miraculosamente a vida do seu primogênito e unigênito do céu, a sua verdadeira morada, para o ventre da virgem judia Maria, para que nascesse com humano perfeito, porque seu pai era perfeito.
Para sublinhar a sua condição humana Jesus referia-se a si mesmo como “Filho do Homem”.
Assim durante 33 anos e meio, o Verbo ou a Palavra ou o Porta Voz do Pai para todas as suas criaturas, descera do céu (João 3:13) e vivia na terra para cumprir toda a escritura que falava dele e como equivalente perfeito de Adão para efetuar o Resgate. Esta doutrina cristã fundamental prova que a esperança do homem é a vida eterna na terra, que era a perspectiva do primeiro homem Adão. O ensino do resgate também prova que a doutrina da cristandade de que o homem tem uma alma imortal é falsa. Não é de admirar que as igrejas não ensinem o resgate bíblico. Amigo leitor gostaria de ter vida eterna na terra?
– Então leia e aplique na sua vida as palavras de Jesus em João 17:3 que na Tradução NM reza: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo”.
Assim, ABSORVA O VERDADEIRO CONHECIMENTO e viva para sempre na terra. (Mat. 5:5)

Conclusão

Durante a minha estadia em Belo Horizonte observei diante de uma das muitas igrejas desta cidade mineira, algo que me chocou bastante. Era uma segunda feira e nessa dita igreja se celebra o dia da prosperidade. No fim do culto saíram homens transportando réplicas da Arca da Aliança que se encontrava no Santíssimo da Tenda e mais tarde no Templo de Jerusalém, esses homens falavam para os crentes que iam saindo da igreja: “Bata aqui com o seu carnê de cheques. Bata com seu cartão de crédito. Tenha muito boa sorte. Você pode vir a ser rico etc, etc”.
Eu penso que fazer tal coisa é crassa idolatria, essa igreja evangélica critica a idolatria da igreja católica, mas o que fazem é muito pior. A Arca da Aliança representava a presença de Deus entre o povo Israelita e só era vista uma vez por ano pelo Sumo Sacerdote, porque ainda representava algo muito mais importante. Segundo Apocalipse 11:19 a Arca da Aliança representa o próprio lugar glorioso do céu onde reside o Altíssimo Deus. Então como pode essa igreja usar tal símbolo sagrado para adorar o deus falso da Boa Sorte? (Isaías 65:11)
Depois de considerarmos tanta verdade bíblica ao longo destas linhas, o leitor não fica chocado por tais ações idólatras da parte duma Igreja que se diz Universal do Reino de Deus? Poderíamos ainda abordar outros aspectos do conflito entre a Bíblia e os ensinos da cristandade, mas reconhecemos que devido ás muitas referências bíblicas este trabalho pode tornar-se cansativo para o leitor. No entanto espero ter abrangido os pontos principais desse conflito, a fim de que o meu estimado leitor entenda a importância de ler e estudar a Bíblia e ao mesmo tempo rejeitar as tradições humanas, as filosofias baratas de homens, os ensinos de demônios e apegar-se à Verdade de Deus e lutar para viver à altura dela. Espero também que tudo o considerado aqui o possa ajudar o a ver como os lideres religiosos cristãos de igreja (cristãos só de nome) não têm ensinado a verdadeira doutrina de Cristo e que por suas ações desonram o Deus a quem afirmam servir. Que fazer então?
– Siga o ensino da Palavra de Deus que é o puro caminho da verdade. Não sejamos cristãos só de nome, mas lutemos para seguir os passos de Cristo.
CRISTÃOS DE IGREJA NUNCA MAIS! CRISTÃOS VERDADEIROS PARA SEMPRE!

                                                                                                    F I M

 


Livro II

Duas Almas Gêmeas

 

O Vôo decorrera normalmente, a equipagem eficiente e muito simpática, tinha contribuído para atenuar a minha apreensão; havia 30 anos que não viajava de avião. Na minha memória estava bem presente o trem de aterrissagem desfeito do avião em que viajei pela primeira vez. Um problema técnico tinha causado uma saída de pista quando descolava. Mas desta vez tudo correra bem. Foi num domingo de Agosto, oito e trinta da manhã quando aterramos no aeroporto internacional de Confins a trinta e tantos quilômetros de Belo Horizonte. Alguém devia me esperar à saída, mas não havia ninguém. É verdade que ela me prevenira que se não estivesse lá, era porque de todo lhe fora impossível. Peguei um táxi que me conduziu ao hotel. Tentei ligar ao seu número de telefone celular, mas não respondeu, deixei recado na sua caixa de mensagens.
Após um bom banho, deitei-me a fim de recuperar as 24 horas sem sono, porque durante a viagem eu não consegui pregar olho. Acordei com o som do telefone duas horas mais tarde. Era ela, me disse que estava feliz por saber da minha chegada, também que a viagem tinha corrido bem. Logo me disse que não nos poderíamos ver porque era domingo, o marido estando em casa seria muito difícil para ela se poder ausentar. Pensei logo como me seria difícil passar os fins de semana sem ela. Fiquei triste, pois a razão principal da minha viagem fora ela, queria a ver e abraçar queria falar com ela, estar com ela. Quem era ela? Tinha-a conhecido na Internet cinco meses antes. Tínhamos trocado nossas fotos e com o passar do tempo ficamos apaixonados um pelo outro. Descobrimos que tínhamos muitos pontos em comum que nos aproximavam e concluímos sermos duas almas gêmeas, como ela tinha o hábito de dizer. Nós estávamos casados cada um do seu lado e tanto um como o outro já não amava mais o seu cônjuge respectivo. Por tudo isso ficamos como que amarrados, colados um ao outro, pensávamos cada um do seu lado sermos um só ser, embora ela tivesse quarenta e um anos e eu cinqüenta e oito. Ela me prometera mesmo com o tempo deixar o seu marido e fazer nenês comigo. No dia seguinte combinamos nos encontrar na célebre Avenida Amazonas da capital mineira indo ao encontro um do outro. Depois de uns bons vinte minutos de caminhada a avistei, vinha vestida de fato de ginástica, linda; ficou radiante quando me reconheceu então caímos nos braços um do outro.
Mas ela tinha medo de ser vista por vizinhos ou pela família do marido que estavam morando ali perto. Eu estava encantado pela sua elegância mesmo vestida de um fato de ginástica, também por sua maneira de andar e, sobretudo foram os seus lindos olhos verdes que me impressionaram mais. Quando a olhei bem nos olhos li neles o que lhe ia ao coração, todo o amor ternura e carinho que ela me dedicava. Tenho a certeza que naquele momento ela leu o mesmo nos meus olhos e no meu coração. Depois lado a lado caminhamos até ao bairro onde ela residia, ela olhando à direita e à esquerda com medo de ser vista, sempre dizendo que o marido era muito ciumento e que poderia lhe criar problemas se a visse na minha companhia. Eu quis mesmo ir embora, nos veríamos mais tarde, mas foi difícil nos separar, como antes era difícil nos separarmos quando teclávamos na Internet, queríamos estar juntos, o nosso amor nos atraía um ao outro. Alguns minutos mais tarde ela estremeceu. Que passara? Do outro lado da rua seu marido estava parado, impassível, como um policial vigiando. Evidente logo ela me apresentou a ele como sendo o amigo dela que estava chegando da Europa, ele me estendeu uma mão mole e me olhava de modo desconfiado. Toda a minha vida quando alguém me cumprimentava de mão mole era mau sinal. E neste caso a seguinte regra foi respeitada: Quem lhe dá uma mão mole ao cumprimentá-lo està desconfiando de você e se chegar a ter tratos com tal pessoa, certamente você vai ser sacaneado por ela, daí o ditado português: "Quem é desconfiado não é certo". Nesse momento o meu sentimento foi: “Se chegasse um dia a ter dificuldades e tribulações em Belo Horizonte, começariam a partir daqui. Ela disse que como a irmã viria almoçar, eu também almoçaria com eles. Mas ele já não almoçou conosco! Com certeza a sua desconfiança e o seu ciúme o impediram”.
Embora nos amassemos muito, em principio não havia intenção da nossa parte de o trair. Mas sua má atitude em relação a mim, certamente precipitou o que aconteceu depois. Nessa mesma tarde fomos juntos passear no centro da cidade, me mostrou o centro cultural da rua da Bahia, o jardim municipal e ainda outros pontos de interesse turístico da cidade, também passamos algum tempo no hotel, conversando sobre literatura, sendo Paulo Coelho o seu autor favorito, claro quando chegou em casa ele já tinha chegado. Houve discussão por minha causa, ela decidida a separar-se dele, foi para casa da mãe onde ficou por uns dias. Deste modo durante esse tempo ela vinha cedo no meu hotel e pudemos bem nos abraçar, beijar e amar. Passávamos horas e horas na cama acariciando-nos ternamente. Embora sexualmente fosse muito gratificante, a nossa relação era baseada em profundo amor e era este sentimento que nos fazia chegar ao êxtase. Os nossos beijos eram longos e apaixonados os nossos corações batiam como loucos. Juramos amor eterno um ao outro. Foram momentos maravilhosos aqueles passados juntos.
Depois me mudei para um quarto de pensão onde pagava muito menos, ainda aqui embora menos freqüentemente, nos amávamos, éramos felizes mesmo. Porém, toda esta felicidade infelizmente, só durou mais ou menos mês e meio. O medo mórbido e o pânico que ela sempre teve do seu marido aos poucos suplantou o amor que tinha por mim! Ao mesmo tempo comecei a sentir que a minha amada ficava distante, fria comigo e se me escapava pôr entre os dedos. O marido depois de a ter ido buscar a casa da mãe, suplicando de joelhos para ela voltar em casa, começou a fazer imensa pressão sobre ela. Não a deixava sair de casa sem justificação. Grampeou o celular dela bem como o computador, passava horas ao lado dela a vigiar com quem ela teclava na Internet, habituou-a a tomar álcool à noite para a poder melhor dominar, assim pouco a pouco, ela, deixou-se controlar totalmente por ele, se tornara escrava dele. Eu sabendo o estava acontecendo com a minha amada, sozinho no meu alojamento, enraivava por não a poder ajudar e chorava amargamente. Ela tinha quebrado o seu juramento de amor eterno! Eu nunca poderia quebrar o meu!
Nesta ocasião ela me disse: “No Brasil està tudo muito difícil o melhor para você é ir embora para a Europa”.
No entanto, eu da minha parte estava decidido a ficar nesta cidade definitivamente. De todos os modos tentei arranjar uma situação.
Primeiro como professor, tradutor ou intérprete de francês. Busquei em escolas de línguas, hotéis e escritórios de tradução. E até numa das melhores escolas de francês de Belo Horizonte cheguei a fazer um teste, o resultado foi bastante positivo. Mesmo o professor dirigente do teste me dizia que devia ser eu a fazer o teste a ele. A vaga disponível me seria atribuída sem duvida nenhuma. Alguns dias depois recebi uma carta do diretor me dizendo, alguém tinha dado màs informações a meu respeito e nessas circunstâncias, ele estava desolado, mas a minha candidatura tinha sido recusada. Durante muito tempo me perguntei, se eu só conhecia duas pessoas nessa cidade, então quem poderia dar màs informações a meu respeito?

A minha amiga que trabalha numa padaria falou:
"Para fazer você voltar mesmo à Europa, talvez foi a sua namorada que fez isso".
Zanguei-me fortemente com ela, pois sabia que a minha amada nunca faria tal coisa.
Entretanto eu tinha criado um gabinete de consultas em relacionamentos, mas reconheço que a conjuntura econômica brasileira não estava permitindo às pessoas em geral fazer despesas extras. Fui obrigado a cessar essa atividade por falta de clientes. O marido foi mesmo a ponto de, segundo ela, de me acusar à polícia federal de ser um foragido, pois tinha assassinado alguém na Europa, que tinha passado cheques sem fundo e que tinha vindo para o Brasil junto com mais dois indivíduos para entrar no crime organizado de Belo Horizonte. Mentiras evidentemente! Daí eu pensar que as màs informações dadas naquela escola e talvez em outras foram dadas por ele. Ele conhecia o meu nome e quais eram as atividades que pretendia desenvolver ali, pois tinha consultado um caderno da minha amada onde estavam anotados os meus dados pessoais.
Quando o meu dinheiro acabou mesmo, quis voltar para casa para a minha família, mas como não tinha dinheiro para pagar a taxa de remarcação da passagem, fui obrigado a ficar ali até à data marcada na passagem para a volta.
Aí começou o período da fome. Um familiar me enviara algum dinheiro numa carta registrada que nunca me chegou às mãos, nos correios me disseram que tal carta nunca chegou ao Brasil. Mais uma das sacanagens que me fizeram neste país. Foi também nesta altura que eu recebi uma mensagem da minha amada com esta frase: "a barra està má para você, mas prefiro não te ver...", para mim foi uma frase assassina, pois se estava mal moralmente ainda fiquei pior.
Voltei á Europa sem nunca mais a ter visto. Só tornaria a vê-la cinco anos mais tarde em circunstâncias muito penosas. Foi também durante este período que fiz o perfil do marido da minha amada.
Ninguém sabia, nem a minha própria família.
Durante quinze anos tinha colaborado com a policia do país onde vivia como profiler. Sempre que se passavam casos de tomadas de reféns em assaltos à mão armada ou em casos de desequilibrados mentais, que causavam dificuldades, eu era solicitado para fazer o perfil do indivíduo, a fim de ajudar o negociador a saber como agir na resolução do caso
. É verdade que não tinha nenhuma formação psiquiátrica, mas foi totalmente por acaso que eu cheguei a ter tal atividade. Foi ao principio da minha profissão como motorista de táxi, que tudo começou. Tinha um cliente de todos os dias, inspetor da policia judiciária e durante o trajeto costumávamos comentar as atualidades inclusive sobre os inquéritos policiais de que os jornais falavam.
Uma manhã ele parecia preocupado e me disse:
"Não conseguimos ainda resolver o caso da tomada de reféns no assalto àquele banco no centro da cidade". Eu tinha lido no jornal esse caso. Já por três dias o assaltante armado até aos dentes detinha no interior do banco dezessete reféns. Embora não tivesse nenhuma chance de sair vivo dessa situação ele obstinadamente se recusava libertar os reféns. A policia não sabia o que fazer porque o indivíduo não tinha cadastro na polícia, seu registro criminal era virgem. Ora como havia lá duas crianças, filhos de clientes reféns a situação era delicada. Toda aquela rua tinha sido bloqueada pela policia, o dispositivo era impressionante, e se estava num impasse.
Aí eu disse ao meu cliente: "Acho que precisariam alguém para fazer o perfil dele a fim de ajudar a desbloquear a situação".
Respondeu-me ele:
"Isso seria bom, mas não temos elementos suficientes sobre ele, não é cadastrado e no momento não temos profiler".
"Sabe pelos elementos que li na imprensa eu penso ter feito o perfil dele" falei eu. Ele deu uma gargalhada, pensou que eu estava brincando. Então lhe disse quais eram as minhas conclusões. Depois de as ouvir já não ria, não. Ele me disse que ainda ninguém tinha pensado nisso antes. Pediu para subir com ele no seu gabinete, ali diante dos elementos fornecidos, eu não só confirmei o perfil do indivíduo, como disse qual seria o melhor modo de negociar.
Mais tarde nesse mesmo dia os reféns foram libertados e o autor foi preso. Claro, não posso dar todos os pormenores de como se resolveu a situação, a confidência obriga. Depois quando sucediam outros casos, se habituaram a solicitar a minha colaboração, diga-se de passagem, esse era um trabalho benévolo, nunca fui pago
por isso. Tal atividade durou 15 anos, o ultimo perfil o tinha feito alguns meses antes de viajar para o Brasil.
Uma noite tinha comido bem, estava bem disposto e me disse: “Depois de fevereiro que não faço o perfil de ninguém e se eu fizesse o perfil do marido dela?”
Tinha bastantes elementos dados pela minha amada e também por uma amiga dela. Por meu lado também tinha reunido outros elementos. Assim durante duas horas e meia trabalhei no caso e o resultado aterrou-me, tinha diante de mim um psicopata perigoso, daqueles que para se vingarem, não matam logo a sua vítima, mas torturam-na primeiro moral, emocional e psicologicamente e depois passam a torturas físicas até que a vítima sofre dores atrozes antes de por fim morrer. Cheguei à conclusão de que somente se algum elemento não fosse justo, me poderia ter enganado. Durante quinze anos só me tinha enganado uma vez, porque alguns elementos que tinha recebido ou eram errados ou não estavam completos. A minha amada estava em perigo de vida, eu alertei-a, mas tenho a certeza que ela no momento não me acreditou, talvez até riu como o meu cliente policial no táxi! Voltando ao meu período negro devo dizer que passei dias sem comer, a minha amada e outros amigos providenciaram em que eu tivesse de vez em quando algo para comer. Sobretudo a minha amiga da padaria muitas vezes me deu algo que lhe fazia falta para as suas filhas, nunca pedia nada para ela, mas muitas vezes pediu aos clientes e aos colegas da padaria algo para mim. Tal amizade não tem preço, eu poderia dar o quê em troca a tal amiga? Pagar-lhe com a mesma amizade, embora nem sempre estávamos de acordo sobre alguns assuntos. Até discutíamos acaloradamente. No entanto de uma coisa estava certo, nunca a esqueceria!
Neste período negro escrevi um livro sobre as diferenças entre a Bíblia e as práticas das igrejas ditas cristãs. O titulo era: "Porque não sou cristão de Igreja".
No fim de novembro, na data prevista para a volta, três meses depois de ter chegado a Belo Horizonte voltei para a Europa com o coração destroçado, muito deprimido e desanimado. Jurei solenemente de nunca mais voltar a Belo Horizonte.
Não voltei para minha casa, para a minha esposa. Como poderia dizer a ela "eu te amo" quando tinha jurado amor eterno a minha mineirinha amada? Fiquei a viver na casa da minha filha. A primeira coisa que fiz quando cheguei foi digitar o meu livro e colocar em disquete. A pergunta agora era onde o iria publicar? Bem, na Europa teria de traduzi-lo ao menos em francês, e isso levaria ainda algum tempo e também duvidei que antes de sair em português tivesse algum sucesso. Assim como tinha sido escrito em Belo Horizonte, era normal que o publicasse ali. Logo enviei o disquete a uma editora de Belo Horizonte.
Entretanto continuei a ter contato com a minha amada pela Internet, mais ou menos uma meia hora todos os dias. Soube assim que os problemas com o marido continuavam e até aumentaram. Ele continuava a torturar ela moral, emocional e psicologicamente. Tudo isso me levava a crer que ela continuava em perigo de vida, até a convidei a vir viver comigo na Europa, embora sabendo de antemão que ela dificilmente aceitaria tal convite. Primeiro, porque amava a vida tranqüila que levava, embora debaixo de sofrimento. Segundo, ela era uma pessoa muito indecisa. Terceiro, o seu amor por mim acabara, embora eu soubesse que no fundo dela tinha ficado ainda algum sentimento, daí a minha esperança de que um dia ela viesse. Mas infelizmente nunca veio, para a infelicidade dela e da minha! A pouco e pouco fui ficando sem notícias dela, primeiro começou por me evitar não respondendo aos meus e-mails, também me bloqueou no Messenger, talvez porque eu não era capaz de teclar sem lhe falar do meu amor por ela. Por fim deixara de vir na Internet.
Um dia recebi uma notícia que me deixou feliz, o meu editor da capital mineira tinha decidido de publicar o livro embora o assunto fosse delicado em vista do fato de existirem milhares de igrejas diferentes no Brasil. Também as pessoas estão muito ligadas a certas tradições, superstições e práticas contrárias à Bíblia. Especialmente o espiritismo, macumba e magia negra são práticas bastante desenvolvidas neste país. Ora o meu livro expunha tais coisas como desagradando a Deus. Incumbi aquele amigo que conheci dois dias antes de partir, para me representar nas negociações em vista da publicação do meu trabalho. Dois meses depois estava pronto para ser distribuído em todo o Brasil como uma edição especial para Portugal. No inicio do lançamento, ele foi recebido friamente pelo público, o editor já desesperava. Então o meu representante e amigo foi a um programa de televisão muito popular intitulado Agenda das Artes que dá a oportunidade aos novos artistas de se exprimirem, aí fez uma magistral apresentação do livro. Nos dias que se seguiram a primeira edição se esgotou. De todo o Brasil começaram a chegar pedidos de encomenda.
Várias edições mais foram lançadas o sucesso tinha sido alcançado. O editor e o meu amigo e representante reclamavam a minha presença em Belo Horizonte, a minha resposta era sempre:
"Jurei nunca mais voltar nessa cidade e me apegarei a esse juramento".
É verdade que voltei ao Brasil estive em vários programas de televisão e em feiras de livro em vários estados, fui acolhido maravilhosamente em toda a parte, mas a Minas Gerais nunca fui. Respondendo a um jornalista, tinha declarado publicamente que os mineiros eram desconfiados, mentirosos, vigaristas e sem coração, e como quando da minha estadia ali, tinha sofrido terrivelmente com eles, nunca mais poria os meus pés nessa cidade.
Isso me valeu ser criticado violentamente pela imprensa mineira, me acusaram de ingrato, porque tinha sido em Minas onde tinha começado o meu sucesso, e estava mesmo sendo injusto com os mineiros. Embora ainda que tivesse tido problemas com alguns, nem todos eram iguais como eu os acusava. Mesmo as autoridades mineiras que antes me queriam homenagear, com as minhas declarações ficaram frias comigo. Tinha recusado categoricamente tal homenagem, porque achava que isso era hipocrisia, achava que era só bajulação. Mais tarde soube que não era bem como eu pensava, mas as suas intenções eram louváveis.
Eles da sua parte tinham ficado decepcionados com a minha atitude. No entanto um dia quebrei o meu juramento, mais adiante falarei disso.
As traduções em várias línguas estavam em curso e o livro seria publicado em todos os países ditos cristãos. Entretanto em Portugal a reação do público tinha sido fria, embora se vendesse bem a publicação não tinha tido o sucesso que estava tendo no Brasil. Talvez porque um escritor português, publicar primeiro no Brasil do que em Portugal, não era muito bem visto.
Segundo a minha opinião a razão principal era devido a eu ter falado no livro de relatos menos brilhantes da História de Portugal. Então decidi por ocasião da feira do livro do Porto de estar pessoalmente presente para poder explicar ao público a razão da minha escolha. Lá tive a oportunidade de organizar uma entrevista coletiva; no inicio todos os jornalistas estavam muito cépticos quanto às minhas razões.
Á pergunta:
“O Senhor publicou primeiro no Brasil, sendo português, não era melhor ter primeiro publicado em Portugal?”
Eu respondi: “Tinha-o escrito em Minas Gerais e como pensava me instalar lá definitivamente, contatei um editor mineiro e prometi que lhe enviaria o manuscrito quando estivesse terminado. Depois fui obrigado a voltar, mas como sabem, eu vivo no norte da Europa. Já não vinha a Portugal havia três anos. E ainda, escrevi originalmente em português do Brasil. A edição especial para Portugal foi preparada depois.”
Outra pergunta:
“No seu livro você é muito duro com as religiões da cristandade. Qual é a sua religião?”
Eu respondi assim:
“Não tenho nenhuma religião, mas o meu objetivo é defender a Bíblia como sendo a palavra de Deus. Também expor as doutrinas e as práticas das religiões como antibíblicas. E ao mesmo tempo ajudar pessoas sinceras a se interessarem nas Escrituras e poderem ver como os seus ensinos, as podem ajudar a ter uma vida mais feliz".
Uma jornalista perguntou:
"No primeiro capitulo o senhor fala de alguns períodos menos brilhantes da nossa História. Tem vergonha de ser português?"
Respondi:
"Esse capitulo foi escrito à memória de meu pai. Ele sim. Enquanto viveu tinha vergonha de ser português. Ele viveu as duas Guerras mundiais e o salazarismo. A vergonhosa dominação do jesuitismo e do catolicismo na vida política do país em todas as épocas lhe dava nojo mesmo. Eu pessoalmente não tenho nada contra o meu país, embora reconheça que a política portuguesa, não é mais que uma peça de teatro que faz rir o resto da Europa".
Outra pergunta:
"O senhor conhece bem a nossa cidade do Porto?"
Resposta:
"Conheço muito bem, vivi na Ramada Alta, sete anos. Até mesmo dois dos meus filhos nasceram aqui."
No final do encontro a imprensa portuense me passou a ser favorável. No dia seguinte a imprensa foi unânime em conceder que não havia razão para não se acolher, um escritor português, um pouco portuense, e elogiou o meu trabalho dizendo que era uma boa vassourada dada nas teias de aranha das igrejas tradicionais.
A Rádio Televisão Portuguesa me convidou para ser entrevistado no seu programa literário.
Fiquei contente com este convite assim poderia depois de vários anos de ausência voltar em Lisboa a cidade onde nasci. Nesse programa tive a oportunidade de falar essencialmente dos assuntos pouco brilhantes da história, de que falava no meu livro tais como:
– A destituição do Marquês de Pombal do cargo de primeiro ministro pela rainha D. Maria I.
– A pseudoneutralidade de Portugal durante a II Guerra Mundial.
– A influência da hierarquia católica, durante os cinqüenta anos da ditadura salazarista.
Embora a mídia católica tenha criticado severamente o livro e a minha entrevista, o publico em geral, entendeu as minhas razões. Depois disso as vendas aumentaram e o público português estava reconhecendo o valor do meu trabalho. Durante vários meses viajei por toda a Europa para assegurar a apresentação e a promoção do livro. Também fui a Nova Iorque aonde fui insultado publicamente, por iminentes autoridades religiosas quer evangélicas, quer católicas e até mesmo judaicas. Foram mesmo a ponto de incitarem uma horda de fanáticos para me agredir. O que me valeu foi a excelente organização do serviço de segurança no edifício onde se tinha realizado a minha entrevista coletiva. Essa experiência confirmou o que està expresso no livro, quem diz a verdade religiosa é sempre perseguido. No entanto a critica em geral fora boa e as vendas aumentavam em todos os Estados Unidos. Tive a ocasião de visitar outras cidades americanas tais com São Francisco, Boston, Dallas e Los Angeles, fui sempre bem acolhido e pude mesmo falar a estudantes em universidades.
Mesmo numa universidade católica.
 Foi em Boston, o reitor, embora católico era muito liberal, desta maneira pude apresentar o meu livro: "Porque não sou cristão de Igreja?" que mostra a grande falha das igrejas no tocante à juventude e mostrar como o conhecimento da Bíblia pode ajudar os jovens na vida. Eles apreciaram tanto que no final me aplaudiram de pé. O meu inglês sendo muito fraco, cada vez tinha de ter um intérprete e às vezes nem sempre era o ideal. Nesta universidade em Boston fui interpretado por uma bela aluna desse estabelecimento escolar, uma brasileira de São Paulo. Foi Curioso. Ali soube algo interessante sobre essa moça. Ela era sobrinha duma amiga minha, advogada naquela cidade, assim ficamos amigos, e de vez em quando trocávamos e-mails.
Dali eu viajei para o México onde assegurei durante um mês a apresentação em varias feiras de livro e também na radio e televisão mexicanas. Aqui não precisava de intérprete, porque falo o espanhol corretamente. Neste país também fiz bons amigos e amigos especialmente na cidade do México. Na ultima noite que devia passar nesta cidade liguei meu PC portátil para ler e responder, como habitualmente, aos inúmeros e-mails que recebia cada dia. Entre eles estava um muito estranho, não conhecia o endereço remetente, mas dizia o seguinte:
"O senhor não me conhece, mas alguém pediu para lhe dar o seguinte recado: a sua querida està morrendo. Se desejar saber mais, eu estou à sua disposição é só responder a este e-mail”.
Eu fiquei sem saber o que pensar. Tinha uma querida que estava morrendo, como assim? Cinco anos tinham passado desde que deixara Belo Horizonte. A minha vida sentimental tinha sido estéril depois disso. Divorciei da minha segunda esposa. Nunca mais tinha namorado ninguém. Devido às inúmeras viagens e também em razão das minhas atividades literárias, estando ocupado em escrever um segundo livro, não tinha tido tempo para pensar no amor. Mais ainda, tendo já feito os sessenta e três anos achei que não valia mais a pena. E também nunca mais pude esquecer a minha amada brasileira de cinco anos antes.
Agora este e-mail tinha semeado a duvida no meu espírito. Seria alguma engraçadinha que estava tentando zombar de mim? Eu sabia que tinha várias admiradoras, algumas da minha idade e mesmo outras mais jovens. Todo o dia recebia declarações inflamadas de várias senhoras, minhas admiradoras, às quais nunca respondia. Algumas até me alcunharam de "Urso Velho", o que me fazia sorrir.
Mas como já disse não estava mesmo interessado em recomeçar minha vida sentimental. Talvez uma dessas senhoras que me assediavam estivesse brincando, como era o hábito delas. E se fosse verdade que a minha verdadeira amada estava morrendo? Decidi responder àquele e-mail. Redigi o seguinte:
"Minha senhora, já há cinco anos que não tenho notícias da minha verdadeira amada, e nunca mais tive outra. Espero que não esteja brincando comigo".
A resposta não tardou:
"Eu nunca ousaria brincar com o senhor, sobretudo sabendo quem é. A sua amada de há cinco anos se està definhando. Eu sou a melhor amiga dela, ela me contou o romance com o senhor e como ela està arrependida do modo como agiu com relação ao seu amor por ela. No entanto ela reconhece que é tarde demais para ter algo consigo, no entanto sei que ela ficaria feliz se pudesse vir visitá-la no hospital".
Eu respondi:
“Que noticia terrível me està dando, por favor diga-me de que mal sofre ela? Porque està assim tão mal? Saiba que eu não poderei ir aí visitá-la no hospital; um dia jurei nunca mais ir a Minas Gerais. Mas por favor, tenha-me ao corrente da situação”.
Esta situação me incomodava bastante, estando no México poderia bem ir ao Brasil, tanto mais que tinha terminado todos os meus compromissos. Mas teimoso como sou, não iria ao Brasil e muito menos a Belo Horizonte. Por outro lado comecei a lembrar aquele maravilhoso mês e meio de havia cinco anos atrás. É verdade que gostaria de vê-la novamente, mas suportaria vê-la agonizando numa cama de hospital?
Porque nunca deu noticias antes? Outro pensamento me atormentava, teria sido o seu marido que teria causado essa situação? Nessa noite dormi mal e de manhã fui ver se tinha e-mail, mas não tinha nada. O meu avião partia às 15 horas para Paris. O que fazer? Não sabia mesmo. Liguei a anular o vôo, ficaria mais um dia ou dois na cidade do México, para descansar daquele mês de trabalho intenso.
Pela noite esperei ansiando um novo e-mail, em vão, nada chegou daquela senhora. Passaram-se três dias antes de receber o tão desejado e-mail. Dizia assim:
"A sua amada vai melhor talvez tenha alta ainda esta semana. O senhor perguntava de que mal ela sofria? Eu só sei que é ginecológico. Também sei que têm muito medo do marido até me disse que não quer voltar para casa. Me disse ainda que o senhor nunca virá, pois sabe que não é daqueles que quebram juramentos facilmente, e que segundo ela sabe, nunca quebrou o juramento de amor eterno que lhe fez havia cinco anos. Porém gostaria de te ver."
A minha resposta:
"Aqui lhe envio o meu número de celular, ela que me ligue quando puder. Fiquei no México por algum tempo para descansar das minhas atividades, mas conto partir para Paris dentro de uns dias. Por favor diga a ela para me ligar ainda hoje se possível, obrigado!"
Algumas horas mais tarde, era já noite, ela ligou. Com voz fraca me falou assim:
"Oi, tudo bem? Hoje reconheço que não procedi bem com você, espero que me perdoe. Porque nunca acreditei em você? Tinha razão, ele é um psicopata perigoso e tudo tem acontecido exatamente como você predisse, ele me tem torturado e ameaçado. Nunca falei disto com ninguém só falo com você."
Eu tranqüilizei-a dizendo:
"Peça aos médicos para a deixarem ficar aí no hospital até que eu chegue. Dentro de dois dias chegarei". Ela disse assim: "Você vai quebrar o seu juramento? Não vem não". Eu respondi que não importava esse juramento, o de amor eterno que tinha feito a ela, para mim, tinha muito mais valor que todos os outros juramentos.
Uma vez mais tinha chegado no aeroporto dos Confins em Belo Horizonte, incógnito, como da primeira vez, eu pensava, mas assim que saí tinha toda a mídia mineira à minha espera. Como souberam da minha chegada nunca soube. Para não perder tempo tinha de negociar com eles. Eu pedi desculpa de não os atender, porque vinha visitar alguém que estava muito mal num hospital, e ao mesmo tempo preferia que pelo momento não se falasse da minha vinda a Minas Gerais
Mas prometi que brevemente daria uma entrevista coletiva á imprensa e que o meu representante lhes anunciaria onde e quando. Eles foram compreensivos desta vez, respeitaram o acordo e nada publicaram sobre a minha vinda. Depois de deixar as bagagens no hotel cheguei de táxi no hospital. Ela estava fora do quarto como que à minha espera. Quando me viu veio ao meu encontro e abraçou-se a mim chorando. Fiquei comovido e olhei no fundo dos seus olhos verdes e vi todo o sofrimento que lhe ia na alma. Também fisicamente me impressionou estava muito branca, magra, encurvada e tinha dificuldade em andar. Fomos no seu quarto e então começou a contar: “Lembra me ter dito para ter cuidado com ele e se houvesse algo para te contatar? Uma noite me deu carpirias e cachaça a beber e quis fazer amor comigo, mas eu não queria, de todas as maneiras tinha bebido demais, o que eu queria era dormir, mas ele me estuprou com uma violência que nunca tinha usado antes e dizia: O seu amigo lhe fez isto alguma vez? Sei que não, ele era muito terno e carinhoso com você, mas agora vai pagar bem caro ter-me traído com ele. Està aqui a ver esta sovela? Se você faz queixa de mim eu coserei o seu sexo assim como o sapateiro cose os sapatos, deste modo também, estarei seguro de que você nunca mais me trairá. Vi na sua expressão que estava mesmo louco. Eu fiquei com muito medo e nunca disse nada a ninguém, nem mesmo a você. Que erro da minha parte. Mesmo aos médicos, por causa das ameaças dele, nunca contei qual é a origem das minhas infecções, esta já é a terceira.” – Aqui gemeu e continuou – “A cada vez ameaça coser-me. E até de me matar se eu digo a verdade aos médicos. Tenho muito medo dele. Eu sei e você também sabe qual a origem”.
Eu perguntei:
”O que pensa fazer agora, voltar para casa? Não acho sábio, o melhor é ficar aqui no hospital. De todas as maneiras ele te está torturando e matando aos poucos. Isso ele quer para se vingar. Porém, isso que está fazendo é um crime punido por Lei“.
Ela falou:
”Por favor não faça nada senão ele me mata mesmo. Tenho muito medo dele”.
Eu disse: ”Não se preocupe eu cuidarei do assunto, não precisa nunca mais ter medo dele eu estou aqui ao seu lado! Agora descanse que bem precisa. Amanhã volto de novo.”
Nos despedimos e eu fui diretamente falar com o médico que a tratava e perguntei o que ela tinha? É evidente que por causa do segredo profissional ele não me respondeu.
Então eu falei:
"Esta já é a terceira infecção vaginal e o senhor ainda não sabe qual é a origem do mal? Fizeram todos os exames necessários? Eu sei qual é a origem do mal”.
Então lhe contei do meu amor por ela, do que tinha acontecido entre mim e ela e da reação do marido. Também contei de ter feito o perfil do marido e quais as conclusões a que tinha chegado.
Aqui então o meu interlocutor quebrou o silêncio e falou:
”Mas isso pode ser muito grave, o senhor acha que ele a estupra usando objetos metálicos”?
Eu respondi:
"No seu perfil eu previ isso, e a avisei do perigo que corria mas penso que ela não me acreditou. E quando ele começou a utilizar tais objetos ela não ousou me prevenir como eu lhe tinha pedido, talvez porque entretanto eu me tornei alguém famoso, e não me quis incomodar ou então pelo medo mórbido que tem do marido“.
Ele retorquiu:
”Já não a deixo ir para casa, vamos fazer todos os exames necessários e aprofundados em vista das suas revelações".
Eu falei assim:
"Se os exames provarem que na realidade é ela a causa dessas infecções, o hospital fornecerá os certificados necessários para iniciar um processo judiciário? De todas as maneiras eu penso contatar os pais dela a fim de levar o assunto para frente!"
Ele respondeu:
"Nestes casos somos obrigados a fazer um relatório para a policia civil. Eu vou dar-lhe o numero de telefone dos pais."
Eu disse ainda:
"Eu não farei nada antes de saber os resultados dos exames. Espero que não entreguem tais exames ao marido."
Respondeu ele:
“Conhecendo ele como nós o conhecemos nunca faríamos uma coisa dessas, cada vez que vem visitar a esposa nos assedia sem cessar. Está sempre a querer saber porque nós a guardamos aqui assim tanto tempo. Estamos fartos dele pensamos que é um louco mesmo”.
Dois dias depois, dei a entrevista coletiva á imprensa mineira como prometido.
Á pergunta:
"Porque quebrou o seu juramento de nunca mais pôr os pés em Belo Horizonte?"
Minha resposta foi:
"Se jurei isso foi porque sofri muito nesta cidade e também porque a pessoa amada tinha acabado tudo comigo; depois eu nunca pensei que o livro escrito aqui teria algum sucesso. Porém, se quebrei o juramento foi por razões muito fortes que não poderei revelar neste momento, mais tarde vocês certamente chegarão a saber".
Á pergunta: "Porque recusou a homenagem das autoridades mineiras?"
A resposta foi:
"Primeiro à causa de meu juramento e depois acho que por causa dum livro que foi escrito para honrar a Deus, seria errado eu ser honrado por isso, e também porque naquela altura achava que eles só me queriam bajular" .
Á pergunta: "Tem amigos em Belo Horizonte?"
Respondi:
"Tenho um amigo e uma amiga que sem eles eu nunca teria chegado aonde cheguei e estou muito grato a eles por isso. No entanto penso a partir de agora fazer muitos mais, por exemplo, como vocês respeitaram o meu pedido do outro dia, vejo que mesmo a imprensa mineira é minha amiga".
Á pergunta: "Conta instalar-se definitivamente na nossa cidade?"
Respondi assim:
"Quem sabe? Por agora tenho algo muito importante a fazer aqui. Depois de concluído logo verei".
Outro jornalista não me poupou a pergunta que eu tanto receava:
"Ainda têm a opinião de que os mineiros são desconfiados, mentirosos, vigaristas e sem coração?"
Respondi:
"Como diz a minha grande amiga mineira, não se deve colocar tudo no mesmo saco. Os bons não devem pagar pelos maus. E como só os estúpidos é que nunca mudam de opinião eu concedo que foi um erro tal afirmação. Aproveito para pedir desculpa aos amigos mineiros por ter feito essa declaração".
No dia seguinte os noticiários da rádio e televisão elogiaram a minha modéstia e a minha honestidade. Na imprensa fui objeto de vários editoriais, onde se salientava o aspecto em que um escritor de origem portuguesa tenha escolhido Belo Horizonte para escrever um grande sucesso mundial. Claro que eu ri disso, achando que a bajulação a pessoas públicas é o grande defeito da nossa época.
O que mais me impressionou foi a maneira como a minha humilde amiga da padaria me recebeu. Cinco anos tinham passado. Cinco anos que não nos tínhamos visto. Durante esse tempo eu tinha chegado a ser conhecido no mundo inteiro. Ela continuava a ser a mesma humilde faxineira. Quando cheguei no seu local de trabalho, me reconheceu e me dirigiu um grande sorriso. Ao contrário duma outra pessoa presente, não me bajulou, me beijou como sempre o fez e me disse:
"Vejo que a fama não te subiu à cabeça e que você continua a ser aquele amigo carinhoso que nos deixou havia cinco anos atrás e que nunca nos esqueceu, sempre me escreveu e de vez em quando mandava algo para ajudar na educação das minhas filhas, o que lhe agradeço do coração".
Respondi-lhe:
"Não precisa agradecer nem precisa me considerar de outra maneira, mas me considera como sendo o simples amigo a quem um dia matou a fome."
Falou assim:
"Sabe, as minhas filhas estão sempre falando de você, pois sabem que foi graças à sua ajuda que terminaram os estudos. Olha a mais velha é professora de geografia e história e já està casada e até já sou avó duas vezes. As outras têm bons empregos e estão noivas. Eu como está vendo ainda estou trabalhando aqui ganhando um salário de miséria, embora gostaria ainda de exercer a minha profissão de professora."
Tomei algo que ela me serviu, e me despedi da minha boa amiga. Eu soube ser também ser seu amigo fazendo trabalhar as minhas relações, a fim de resolver o seu problema de emprego como professora. Algum tempo depois me informaram que ela já estava exercendo numa das escolas da cidade. Ela também ligou a agradecer.
Vários dias passaram, ia toda a manhã visitar a minha amada, eu estava feliz, pois o seu estado melhorava a pouco e pouco, mas o moral dela estava em baixo e me dizia:
"Se eu melhorar você não vai me deixar voltar em casa, não?"
Eu respondi:
"Você é dona da sua vida e por uma vez seja decidida e escolha onde quer viver. Os seus filhos já estão casados, porque continua vivendo uma relação que està ameaçando a sua própria vida? Se você quiser poderá vir viver comigo no meu hotel".
"Se eu separo dele, louco como ele é certamente me matará", respondeu ela.
Enquanto falávamos chegou o médico e pediu para eu vir no seu gabinete. Vi pela sua testa franzida e pelo semblante carregado que não tinha boas notícias. Falou-me desta maneira: "Infelizmente as melhoras dela são apenas temporárias, e eu não sei como lhe anunciar isto!”
Eu respondi:
"Por favor doutor seja franco, pois seja qual o resultado dos exames devemos tomar decisões importantes no que diz respeito a ela".
Ele retorquiu de cabeça baixa:
"Ela tem gangrena, ou seja, seu útero està podre e não havia alguma cirurgia que a possa salvar, em breve todo o corpo estará assim, segundo as nossas previsões não terá mais de um mês de vida".
Então aflito e indignado, falei:
"Não foi isso um enorme erro medical? Porque não diagnosticaram isso antes?"
Respondeu o doutor:
"A razão é simples uma infecção vaginal acontece com muitas pacientes, pode ser urinário ou devido a muitos outros motivos e os exames que se fazem nestes casos são bastante superficiais para se diagnosticar gangrena; e se a doente não nos diz mais sobre a origem do seu estado nós não poderemos adivinhar o que a paciente tem realmente. No caso da sua amiga, o senhor sabe bem o que se passou. Seu medo do marido a impediu de nos dizer tudo sobre o seu estado."
Eu falei em resposta:
"Mas o psicopata do marido, sabe bem o que està fazendo ele a mata deste modo e nunca será acusado de assassínio".
"Ah isso não é bem assim se a família estiver de acordo o nosso relatório será enviado à delegacia".
"Por favor ligue aos pais dela" eu falei.
Eles chegaram algum tempo depois. Após terem sido colocados ao corrente daquela triste situação, nós quatro decidimos ir à delegacia da policia civil apresentar queixa. Quando chegamos já o advogado do pai dela nos esperava. Imediatamente o juiz de plantão foi contatado e deu autorização para perquirir no apartamento deles. Lá foram encontrados e apreendidos todos os objetos usados por ele para estuprar a sua esposa, e até mesmo a famosa sovela. Entretanto ele chegou e perguntou o que fazia a policia na sua casa e disse que conhecia toda a Policia Militar Civil e Federal e que isso ia custar-lhes caro.
Como resposta passaram-lhe as algemas e o levaram. Depois voltamos ao hospital. A questão era:
Como anunciar a verdade à minha amada? Os pais dela emocionados disseram que lhes era impossível fazer isso, não tinham a coragem. O médico embora habituado a essas delicadas situações, preferiu que fosse eu a fazê-lo.
Mas como iria eu fazer uma coisa dessas, anunciar à minha amada a morte dela? Nunca na minha vida tinha anunciado a morte a alguém, e a ela ainda me seria mais difícil, pois de maneira nenhuma a queria magoar. E ainda mais difícil para mim, foi porque a minha mãe também morreu de gangrena. Fomos todos no seu quarto ela ficou feliz de ver três das pessoas que mais amava à sua cabeceira. Um a um saíram e eu fiquei só com ela.
Então eu disse:
"Meu mor não precisa ter mais medo dele, ele està na prisão, não sairá senão daqui a alguns anos".
Ela disse:
"Ah foi por isso que vieram os quatro, aposto que vieram da delegacia. Mas eu ainda não estou morta, como conseguiram que fosse preso?"
Como foi difícil para eu responder:
"Meu mor você ainda não està morta, mas ele cometeu o crime de estupro e tortura. No entanto quero ser sincero com você e sabe bem como eu sempre fui honesto e sincero nos tratos que tivemos junto. Segundo o doutor o seu estado é muito pior do que se pensava e não se sabe se o meu mor vai sobreviver ou não. No entanto quero que esteja segura de que seus pais, seus filhos e eu estaremos ao seu lado para te encorajar “.
Ela triste, mas digna, de cabeça baixa chorando me disse:
”Obrigado pelos vossos cuidados, mas desde o primeiro dia que ele me estuprou eu sabia que mais tarde ou mais cedo eu ia morrer e sei que vai ser agora, sinto que não chegarei ao meu aniversário e que nunca completarei os meus quarenta e sete anos”.
Eu reprimindo as lágrimas respondi:
"Passe o que passar no seu caso quero que esteja segura do nosso amor por você. Estaremos aqui perto de você o tempo que for necessário. Também os médicos vão fazer tudo por te salvar“.
Esta foi a minha primeira e única mentira dita a ela, pois eu sabia que não havia nenhuma salvação possível. Entretanto o inquérito policial avançava a passos de gigante, o advogado da família estava fazendo tudo para que justiça fosse feita. Mas a máfia daquela cidade também estava tentando tudo para obter a libertação do psicopata, até mesmo lançaram uma petição na imprensa pedindo a libertação dele. Mas nada conseguiram, a opinião pública estava contra às suas ações iníquas. Mais tarde os responsáveis da prisão descobriram que alguns policiais seus amigos estavam preparando a evasão dele. Sabendo disso liguei ao meu amigo e representante que tinha um irmão também juiz e expliquei a situação. Ele me tranqüilizou dizendo: "O Brasil é ainda um país democrático onde as leis foram feitas para serem cumpridas e não é um criminoso junto com seus amigos mafiosos, policiais que sejam, que vão mudar a Lei. De todos modos o Juiz que se ocupa desse caso é como o meu irmão, íntegro e aplicado na letra da Lei. Esse criminoso não tem nenhuma chance de escapar à justiça dos homens, e como você diz, e muito bem, no seu livro, muito menos escapará à justiça de Deus".
Quanto agradeço a esse amigo essas palavras encorajadoras! Mas nem sempre tive encorajamentos. Dirigindo-me ao hospital como todas as manhãs, senti que alguém me estava seguindo.
Pensei:
Isto é algum jornalista em busca de noticias sensacionais, e não me enganei, eles eram dois um homem e uma mulher. Dissimulei e voltei para trás ao passar pelo carro deles li o letreiro "Imprensa" colado no para brisas. Contornei o hospital e entrei por outra porta, errei, devia ter ido embora e voltar mais tarde; não queria de maneira nenhuma que eles descobrissem a razão da minha vinda ao hospital todo o dia. Tanto mais que a imprensa estava falando periodicamente do caso do marido dela. Mas eles não desistiram e como se entra facilmente nos hospitais, tal como se entra num moinho, foram de quarto em quarto até que nos descobriram. Começaram por fazer perguntas querendo saber quem era a doente e porque razão uma pessoa famosa vinha vê-la amiúde.
Respondi:
"Por favor respeitem a intimidade dum quarto de hospital, esta senhora està gravemente doente e não é o momento de responder a perguntas de jornalistas. Mais tarde prometo que responderei ao que desejarem".
Mas os paparazzis não desistem facilmente; o que sei dizer è que na edição do dia seguinte de um jornal à sensação aparecia na primeira página o título: "Escritor famoso visita no hospital a mulher estuprada com objetos pelo marido" O artigo era asqueroso e sórdido, falavam que quando da minha primeira estadia nesta cidade ela tinha sido minha amante, e que o marido tinha descoberto. Baseava-se em fabulações e deturpava a verdade. O que mais me custou foi que falava do verdadeiro estado de saúde da minha amada. Mas terem publicado isso custou muito caro a esses jornalistas e ao jornal, pois tinham publicado informações clinicas confidenciais. Violaram o segredo medical. A família e eu intentamos um processo, nós ganhamos, e o jornal teve de pagar uma enorme indenização que foi distribuída a várias associações caritativas da cidade. Entretanto este caso tinha verdadeiramente arrasado o moral da doente e depois o seu estado piorava. Fazíamos tudo para a encorajar, mas as dores eram atrozes e para aliviar davam-lhes injeções de morfina. Mas sentíamos que ela se estava indo como diz a bíblia "pelo caminho de toda a terra" por outras palavras nem sequer acabaria o mês previsto no inicio pelos médicos. Logo nos foi proibido visitas longas e só podíamos entrar no quarto um de cada vez. O seu estado piorava, sentia-se muito cansada após as injeções. Já quase no fim, no último dia mesmo, ela pediu para os filhos virem no quarto, quando saíram eles vinham chorando muito. Ela sentira que estava chegando o seu fim e quisera despedir-se deles. Quando as visitas se retiraram eu pedi autorização para ficar sozinho no quarto com ela. Quando entrei me falou com muita dificuldade:
"Porque não foi embora? Você já está aqui há muitas horas e deve estar cansado".
Retorqui:
"A minha amada está muito mais cansada do que eu, e tenho vontade de estar perto de você, te segurar a mão e recordarmos junto o que foi a sua vida e a minha até hoje".
Falei muito, ela pouco ou nada apenas me ouvia e de vez em quando sorria, quando as dores acalmavam, mas estava já muito fraca, eu senti mesmo que ela não passaria daquela noite. Sempre segurando sua mão comecei a sentir que estremecia e seus olhos reviravam. Chamei as enfermeiras, mas quando elas chegaram a cabeça dela estava caída para o lado, nada a fazer, ela falecera, me deixara pela segunda vez, mas desta vez para sempre. Uma vez mais na minha vida estava chorando a minha amada. Dois dias depois no cemitério a quando do funeral toda a família estava reunida, mesmo os sogros e cunhados da falecida estavam presentes. Fui solicitado para dizer algumas palavras. Após uns instantes de recolhimento diante do caixão disse o seguinte:
"Minha amada, você agora està dormindo, està em paz, acabou o seu sofrimento, mas para nós os seus entes queridos, não vai ser fácil suportar a sua ausência, porque te amamos muito e nos vai ser impossível te esquecer. Alguns de nós talvez tivéssemos podido te ajudar enquanto ainda era tempo, mas infelizmente nunca nos demos conta da sua situação. O seu viúvo não està aqui conosco para te dizer adeus. Mas me tem aqui a mim, eu sou um pouco ou talvez mais que o seu viúvo. Au revoir minha querida e até quando Deus quiser".
O caixão desceu à terra, havia lágrimas em todos os olhos, a nossa amada e amiga já não estaria mais conosco. Os primeiros dias foram muito penosos para mim, até tive de ficar quinze dias internado no hospital, a minha pressão arterial tinha subido muito. Os médicos receavam que o meu coração não suportasse isso. Depois melhorei e tive alta. Como a vida continua, tinha de tomar algumas decisões importantes. Dentro de alguns meses teria lugar o julgamento do psicopata, embora isso não me agradasse muito, eu tinha sido citado como testemunha. Não sabia o que fazer, se voltar para casa ou ficar em Belo Horizonte esperando o processo. Decidi assim viajar para casa, pois tinha muitos assuntos a pôr em ordem. Era preciso dar o toque final no meu segundo livro. Também era necessário dar atenção a vários assuntos financeiros, pois devido a ter estado ausente pôr mais de seis meses, havia muitos assuntos a regularizar
. Fiquei em casa quatro meses e meio. Durante este tempo terminei o segundo livro e comecei o terceiro, o titulo era: "Duas Almas Gêmeas" e seria uma homenagem à minha querida falecida. A convocação para o processo chegou e eu viajei para Minas Gerais. No dia do julgamento a sala do tribunal estava lotada, muitas pessoas ficaram fora, por não terem lugar e viam-se jornalistas por todas as partes. Quando o acusado entrou várias pessoas gritaram: "Assassino". Batendo com o martelo diz o Juiz: "Silêncio ou faço evacuar a sala".
Depois de ser lido o ato de acusação começou o interrogatório do acusado. Á medida que este decorria tornou-se evidente que ele não estava num estado normal, às vezes não dizia coisa com coisa; (para os jornalistas ele estava fazendo teatro) o que ficou claro foi que tudo o que fizera à esposa foi para se vingar de ter sido traído por ela. Quando falou isso olhou na minha direção e li nos olhos dele ódio e raiva assassina. No dia seguinte começou a deposição das testemunhas. Algumas afirmaram que era impossível que um conceituado cidadão mineiro tivesse feito tal coisa, achavam que tudo isso tinha sido uma armação para o arruinar financeiramente. Outros, porém, testificaram que achavam o acusado não sendo uma pessoa normal, às vezes tinha reações dum louco, alguns até tinham medo dele. Uma amiga da vitima veio afirmar que às vezes até tinha medo de ligar lá para casa, pois ele a insultava cada vez que atendia ao telefone. Uma senhora afirmou que nos negócios ele era um vigarista e que ela fora vitima dele e que quis agredi-la quando ela apresentou queixa. Eu fui o último a ser ouvido. O advogado da acusação perguntou: “Como é que o senhor veio a estar dentro deste caso penoso que està sendo julgado aqui?”
Respondi:
“Muito involuntariamente senhor doutor, a vítima sendo minha amiga, quando já estava muito mal, pediu a alguém para me enviar um e-mail que dizia: A sua querida està morrendo. Como estava no México, assim que pude vim vê-la no hospital." A partir daqui contei toda a nossa história, inclusive de ter feito o perfil do acusado e desta maneira ter ajudado os médicos a descobrirem o mal dela.
Nova pergunta do advogado: “O senhor é psiquiatra?”.
"Não senhor doutor, mas durante 15 anos lidei com muitos casos parecidos aos do acusado, pois fui profiler na policia do país onde vivo".
Pergunta do advogado: "Que acha, o acusado é louco?"
Resposta minha:
"Eu penso que é um desequilibrado mental, mas quem poderá melhor se pronunciar sobre isso são os peritos em psiquiatria".
Este foi um processo difícil, o advogado de defesa pedia a absolvição do réu, afirmava que não havia suficientes provas, embora elas estivessem à vista diante do juiz, também a classe social a que o réu pertencia, tinha na família homens políticos e outras influências, era muito a seu favor, daí algumas testemunhas tentarem influenciar o tribunal. Mas após vários dias de julgamento e de serem ouvidos alguns peritos em psiquiatria, chegou o momento do veredicto.
"Atendendo ao enorme desequilibro mental do acusado o tribunal decidiu que ele será internado à vida numa clinica psiquiátrica".
A família da vítima estava fora de si, achavam que era melhor a prisão para fazê-lo pagar o seu crime; mesmo a família do acusado preferia a prisão. Até a imprensa estava contra a internação, falaram que o tribunal tinha sido manipulado pelos psiquiatras e que neste caso justiça não tinha sido feita.
No entanto eu pessoalmente e mesmo os peritos psiquiátricos e uma parte da opinião pública, achávamos que com as comutações de pena, anistias, reduções de pena por bom comportamento etc., em poucos anos o acusado sairia livre e poderia fazer novas vítimas. De todos os modos era um doente mental e como tal devia receber os cuidados médicos necessários ao seu caso. Após o processo fiquei ainda alguns meses em Belo Horizonte, aproveitei para continuar a escrever o terceiro livro. E acostumei-me a ir cada dia ao cemitério depor uma ou duas flores na sepultura da minha querida e passava horas falando com ela, e ao mesmo tempo escrevia. Ás vezes quando chegava lá, vinha triste e acabrunhado, depois desabafava com ela, lembrava os maravilhosos momentos que passamos juntos e também os momentos piores e dolorosos durante a sua doença, quando voltava, me sentia mais aliviado com o moral levantado, era como se a tivesse visto. Porém a vida segue o seu rumo, logo tive de voltar na Europa e recomeçar minhas atividades. O segundo livro já estava sendo impresso e a saída dele estava marcada para dentro de duas semanas, o seu titulo era: "Pobre na vida, mas rica no coração".
Para desenvolver tal tema me tinha inspirado na vida da minha amiga da padaria. Neste livro conto uma entrevista com o próprio Presidente do Brasil de quem consegui a promessa de que o valor do salário mínimo nacional seria dobrado, afim de que os trabalhadores pudessem ter uma vida mais decente. O que mais tarde se tornou realidade. A Lei que promulgava esse aumento levava o nome da minha amiga. Quanto ao terceiro livro estava quase a meio, mas não o pude continuar. Logo depois começaram as viagens para a apresentação do livro, diga-se de passagem, que teve ainda mais sucesso do que o primeiro tinha saído primeiro em francês, mas com o avanço da tecnologia se fizeram traduções simultâneas em nove línguas. Isto não me dava tempo para descansar. Estava viajando muito não só por causa do segundo livro, mas em alguns países ainda era a apresentação do primeiro.
Uma experiência interessante desta época foi quando o meu primeiro livro saiu no Japão. Neste país tem muito brasileiro de origem japonesa eu chamo-lhes os japinhas. Ora fui convidado para apresentar o livro num canal de televisão Japonês. Como eu não falava, nem ainda falo inglês teria necessidade dum tradutor português. No dia da emissão foi uma senhora muito elegante, de óculos, e que vinha acompanhada duma menina de uns dez ou onze anos, que me interpretou. De vez em quando me sorria eu estranhei isso porque não a conhecia. No final me perguntou: "Sabe quem sou?"
Eu respondi:
"A sua cara me diz qualquer coisa, mas é tudo, talvez já vi a sua foto em algum lugar".
Ela falou:
"Eu sou aquela sua amiga da net e também amiga da sua amada e esta é a minha filha".
Então lembrei como nós éramos amigos ela, a minha amada e eu. Não consegui reter as lagrimas e ela tão pouco. Estivemos falando bastante sobre os últimos dias do meu mor (como eu sempre a tratei) e do que ela tinha sofrido, porque esta amiga, nunca tinha sabido exatamente porque razão tinha falecido ainda tão jovem. Antes de partir prometi enviar-lhe um exemplar do meu terceiro livro quando fosse publicado, pois fora escrito em homenagem à sua amiga, e lá ela poderia ler todos os pormenores do calvário que passou.
Com as viagens e o tempo passando o meu vigor começou a diminuir já estava com sessenta e oito anos, às vezes sentia que a pressão arterial subia, tomava medicamentos e ela descia, mas sentia que estava a precisar parar um pouco e descansar, foi então que pedi aos editores para enviarem representantes no meu lugar.
Tinha começado tarde a carreira de escritor e à quase setenta anos era o tempo de pedir a "aposentadoria", já tinha dado a volta ao mundo duas vezes as minhas contas no banco não cessavam de crescer, já tinha doado uma boa parte da minha fortuna aos meus filhos e netos. Mas ainda me faltava fazer uma coisa muito importante na vida, para isso teria de deixar a minha casa na Europa e regressar definitivamente a Belo Horizonte. Já por muito tempo uma idéia tinha germinado no meu espírito.
Queria fazer algo importante em homenagem à minha amada falecida. Queria organizar uma fundação para ajudar as crianças pobres a poderem se iniciar na informática gratuitamente. Devido a que a minha amada era uma apaixonada pela informática e pela Internet, eu bem sabia que ela certamente aprovaria essa fundação, para que as crianças pobres pudessem desfrutar da sua paixão. Embora eu tivesse bastante dinheiro sabia que só isso não chegaria para levar a cabo esse enorme projeto. Assim enviei várias cartas com o projeto, às autoridades estaduais, à prefeitura da cidade solicitando para se possível me conseguirem um local adequado e um certo apoio da sua parte afim de que o meu projeto de fundação chegasse a ser uma realidade. Recebi uma carta do governador de Minas que dizia assim:
"Caro senhor, em certa ocasião quisemos homenageá-lo pela sua obra e a sua contribuição para que o nosso Estado fosse conhecido pelo mundo; mas diante da sua recusa, ficamos decepcionados. Por outro lado agora ficamos satisfeitos por nos ter contatado afim de que a sua fundação possa ser criada na nossa capital, assim temos o prazer de lhe comunicar que acedemos à sua solicitação e que estamos ao seu dispor, dispostos a dar todo o apoio necessário ao seu projeto. O Estado de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte estão já buscando um local adequado para a sua fundação. Esperamos desta maneira trabalhar juntos para tornar as crianças mineiras pobres, menos pobres. Atentamente. O Governador".
Fiquei a pensar que não tinha sido muito má a minha atitude de recusar a homenagem.
Então respondi àquela carta:
“Senhor Governador quero agradecer a Vossa Excelência a atenção que deu ao meu projeto, eu espero realizá-lo até ao fim e conto com a colaboração das autoridades mineiras. Ao mesmo tempo quero também pedir desculpas da minha atitude de alguns anos atrás. Mas saiba Vossa Excelência que detesto homenagens. Muito atenciosamente”.
Em pouco tempo tínhamos o local, era um belo edifício situado na linda avenida Afonso Pena, bem como outras infra-estruturas essenciais ao projeto, tais como mesas cadeiras instalações sanitárias, tudo isso providenciado pelas autoridades de Minas. Agora só faltavam os computadores. Nesta ocasião tive um convite dum canal de televisão mineiro que me queria entrevistar sobre a minha vida e obra, depois de responder gentilmente às perguntas do apresentador, pedi para falar da fundação. Após ter agradecido publicamente às autoridades a sua contribuição para o projeto, falei das muitas dificuldades que encontrava. Sobretudo para conseguir pelo menos oitenta computadores. E também falei que precisaríamos de pessoal benévolo para assegurar o enquadramento das crianças. No final do programa tinha mais de vinte ligações telefônicas de diversos dirigentes de empresas que estavam dispostos a patrocinar o projeto da minha fundação contribuindo com computadores, impressoras e outros itens necessários. Os trabalhos de renovação e adaptação levaram bastante tempo e foi gasto todo o dinheiro que investi no projeto. Eu também me dei a fundo, dirigindo os trabalhos, chegava todos os dias às 8 horas da manhã e só saía de lá às 21 horas da noite, até esqueci o meu terceiro livro. Mas nunca esqueci de aos domingos ir colocar flores na sepultura da minha querida falecida. Ao fim de sete meses a fundação estava pronta para a inauguração, eu estava totalmente esgotado, mas tinha valido a pena. Os cursos começariam logo a seguir à inauguração, não só já tínhamos o pessoal para cuidar das crianças bem como alguns patrocinadores enviariam benevolamente professores de informática. Tudo estava organizado, a inauguração podia ter lugar. Assim num sábado de Janeiro em pleno verão às 21 horas começou o programa de inauguração da Fundação Isabel Maria. Este nome foi escolhido por ser o da minha amada e ao mesmo tempo o da minha mãe. O governador fez um discurso onde elogiou o esforço consentido pelos diversos contribuintes para a Fundação e desejou as maiores felicidades para as novas atividades, e acrescentou: "tal empreendimento pôde também ser realizado graças à tenacidade do escritor mineiro de adoção mais famoso no mundo, sem ele certamente as nossas crianças pobres nunca poderiam tocar num computador. Foi graças a ele em particular, que tal empreendimento se tornou hoje uma realidade. Ele foi realmente o motor essencial para que o projeto fosse levado até ao fim. Obrigado
".
Outras autoridades também discursaram, todos os discursos foram unânimes em salientar a importância de tal fundação no que respeita à educação da juventude no Estado de Minas Gerais.
No final eu fiz um pequeno discurso:
“Senhor governador minhas senhoras e meus senhores, antes de mais quero agradecer o acolhimento maravilhoso que foi dado a este projeto e também o a vossa contribuição.
A partir da próxima segunda feira cem crianças pobres poderão se iniciar à informática gratuitamente. Inicialmente só tínhamos previsto oitenta, mas graças ao esforço comum de todas as partes envolvidas, sim, cem crianças pobres desfrutarão do programa educacional de informática. Espero do fundo do coração que todo o esforço realizado por todos vós duma maneira ou de outra, seja recompensado. Para terminar, quero dizer duas palavras muito pessoais. Em toda a minha vida duas mulheres contaram muito para mim, a minha mãe, embora eu mal a tenha conhecido, faleceu tinha eu quatro anos, mas viveu sempre no meu coração e a minha mineirinha amada. As duas se chamavam Isabel Maria, que esta fundação que leva o nome delas seja a melhor homenagem que se lhes possa render...”
Eu não pude acabar, a emoção era tanta que caí desmaiado.
Todos os presentes ficaram aflitos, em pânico, sem saberem o que fazer. Os serviços de socorro vieram imediatamente e parece que recebi ali os primeiros cuidados médicos. Quando voltei a mim estava rodeado de batas brancas, estava no hospital onde falecera a minha amada. O médico de serviço me assegurou que não tinha sido mais que um choque emocional, mas me recomendou de ficar uns dias ali para me repousar e para me fazerem alguns exames. Quatro dias depois tive alta, mas o doutor cardiologista me recomendou:
"Sabe, o seu coração já não tem mais vinte anos, tem quase setenta, a sua pressão arterial às vezes sobe muito, também o coração é maior do que a caixa, por isso deve evitar as emoções fortes. Desfrute calmamente da vida uma vez que você realizou coisas maravilhosas, escreveu dois grandes sucessos mundiais, é conhecido no mundo inteiro, sendo a Fundação Isabel Maria a sua coroa de glória".
Eu lhe agradeci e prometi me repousar. Cá para mim disse:
"O dia em que parar de fazer algo, morro e me reunirei à minha alma gêmea".
O meu terceiro livro ainda não tinha sido publicado, quase um ano tinha levado o projeto da fundação, não tinha tido tempo para o terminar, mas agora ia fazê-lo.
Estava vivendo no hotel, mas não ficava lá. Saía caminhando. Todo o dia ia colocar umas rosas na sepultura da minha Isabel ali conversava com ela e até lhe pedia algumas idéias para o livro, e ali escrevia. Ali estava terminando o manuscrito e ali se passavam as minhas tardes conversando com o meu amor. Como me tem sido difícil viver sem ela, já faz mais de cinco anos que faleceu, quanta saudade tenho dela. Quando da primeira vez que estivemos juntos, ela às vezes me enviava mensagens pelo computador no meu celular, mas eu não lhe podia responder, meu celular não estava equipado para responder às mensagens de computador. Hoje sou eu que falo com ela e è ela que não me responde. Por isso sinto uma tristeza enorme, como queria que ela saísse lá de dentro e me viesse beijar! Como tenho vontade de beijar a pedra fria da sua sepultura...
... .

F I M


Nota do amigo e representante do autor:
O autor deste livro faleceu dum ataque cardíaco, sobre a campa da Dona Isabel Maria, tendo o manuscrito na mão. O titulo original do livro era "Almas gêmeas", mas nós com o acordo dos seus filhos e do editor tomamos a liberdade de mudar para "O VIÚVO DE BELO HORIZONTE" pois ele foi o verdadeiro viúvo da senhora falecida. Não só cuidou dela durante a sua doença como até a assistiu ao ultimo sopro de vida da sua amada. E ainda mais, vinha cada dia colocar umas rosas na campa dela. Não é o que faz normalmente um verdadeiro viúvo? Quero ainda dizer umas palavras sobre quem foi este amigo. Conheci-o dois dias antes da sua partida para a Europa, da primeira vez, fora um período muito difícil da vida dele aqui em Belo Horizonte, pois até fome tinha passado. Mais tarde conheceu o sucesso a fama e a riqueza. Mas nunca deixou que essas consecuções lhe subissem à cabeça, era uma pessoa humilde e dotada dum grande coração. E praticamente no fim da sua vida quando poderia usufruir um repouso merecido, investiu a si mesmo, com afinco e luta, para concluir o seu projeto. Durante sete ou oito meses trabalhou arduamente e realizou o seu sonho que era perpetuar o nome de sua mãe e ao mesmo tempo o da mulher amada. Criou a maravilhosa Fundação que leva o nome das duas senhoras que mais amou. Esse enorme esforço consentido, talvez tenha provocado a sua partida bem mais cedo. Como recompensa, os seus amigos e as autoridades locais, conseguiram que a sua sepultura ficasse ao lado da sua amada. Embora ele detestasse as homenagens as autoridades estaduais e os seus amigos mais íntimos organizaram uma pequena recepção em sua memória nos salões do Palácio da Liberdade em Belo Horizonte, onde um dos seus filhos presente recebeu a titulo póstumo a Medalha do Mérito, que fora atribuído ao seu pai.
Obrigado querido amigo e até sempre!

 


 

 


 

 


 

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sábado, abril 9, 2011 - 09:26

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