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"A REVELAÇÃO"
Vi rios de sangue. Desconjunturas. Anjos expulsos, asas arrancadas, corpos violados. Vi a escuridão que se abatia sobre a terra, os Homens choravam, crivados pelo peso da culpa. A noite eterna chegava e com ela o festim da lua, as almas dispersas, perdidas no estertor da madrugada.
Vi-me estendido em lençóis de cetim, fantasias eróticas, murmúrios discretos de inanes demónios, musas rasgadas, vícios adquiridos em anos de tragédias.
A revelação, a morte ausente, o estertor do mundo na palma da minha mão. Vi a beleza sombria da minha eterna consorte, a crueldade espelhada nos seus olhos vazios. A fantasmagórica voz dum futuro condenado ao desprezo, um pobre sonho desperto na mente dos inconsequentes.
Vi a minha vida misturada na minha morte, a minha tumba vazia, afogada em pétalas ardidas de rosas sangrentas. Vi o anjo caído da luz, Lúcifer, o caminho despedaçava-se sob os seus pés, a sua voz de trovão rasgou o céu, o relâmpago estilhaçou o véu da pureza e os condenados gritaram em vão o seu nome, Belial.
Foquei a minha visão nas minhas mãos, depois na imagem no espelho, o reflexo carmim de um olhar desprezado, o sorriso rasgado de fúria carregado, um rosto desfigurado, um monumento dedicado à efemeridade da vida.
Torceste o punhal, rasgaste-me o coração, o toque suave da morte nos meus lábios, o teu beijo. Assim ouço o teu último suspiro de prazer, a tua voz definhada pela chamada do vento. Deixo-me cair no vazio, no silêncio ondulante daquele quarto moribundo. Junto-me à memória do tempo.
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Comentários
Re: "A REVELAÇÃO"
Texto bem escrito, boa interpretação das coisas!
:-)