CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Saudade - uma definição possível
A saudade é um sentimento de ausência de ser, de algo que carecemos e buscamos como uma força livre do intelecto que se dirige ao coração. Ela é uma ausência que é presença, pois a solidão do eu é superada pelo desejo de algo que ocupe o vazio do nosso ser. Note-se que «A saudade não está na distância das coisas, mas numa súbita fractura de nós, num quebrar de alma em que todas as coisas se afundam», como notou Vergílio Ferreiro. A saudade é uma realidade permanente nas profundezas do nosso ser finito e sedento de outro ser.
A saudade é um sentimento como sofrimento, sendo este sofrer não algo que se opõe à alegria e ao prazer, mas que se afigura na afectividade que leva à reflexão a partir daquilo que nos toca. A vivência exige uma consciência saudosa, onde o presente é ponto de partida e permite ultrapassar a estranheza face ao outro ou a indiferença face ao passado e, simultaneamente, persistir como promessa futura. Não se trata de uma superação do homem para um pós-homem, mas apenas da percepção das nossas fronteiras que dividem o ser e o não-ser. Do limite somos levados a avistar um horizonte que se desdobra num ideal ou num retorno às origens. Por isso, devemos dizer que a saudade situa-se num limiar em que o ser vive a tensão entre a finitude real e objectiva e a ideia de perfeição ou desejo de infinito.
A saudade faz a síntese entre a recordação e a esperança. Por um lado, a saudade é dor de presença, de ausência, de privação, de sonho que espera numa consciência plena da finitude e imperfeição humana. Por outro lado, ela é «infinita lembrança da esperança», como definiu Teixeira Pascoaes. Ela é uma virtude existencial que permite ao homem pensar, sentir e dizer além de si mesmo, como reconheceu Eduardo Soveral: «É que a saudade não é trágica; não revela ao homem a sua impotência perante o destino; não o confirma na sua condição de condenado à morte; nem o convida a assumir, com dignidade, a própria finitude.» A saudade é, pois, a recuperação dos momentos felizes da vida enquanto lembrança que apazigua o sentimento de mal-estar e fortalece a esperança.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1761 leituras
other contents of Sandra Martins
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Intervenção | Sem título | 0 | 957 | 10/07/2013 - 11:26 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Teu perfil | 0 | 1.147 | 09/24/2013 - 12:12 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Sem título | 0 | 1.015 | 09/22/2013 - 03:04 | Português | |
|
Fotos/Pessoais | Fotografia de rosto recente | 0 | 2.833 | 09/08/2013 - 11:51 | Português |
Poesia/Intervenção | Poema pobre e popular | 0 | 1.077 | 09/08/2013 - 11:35 | Português | |
Anúncios/Outros - Vende-se | Livro de Poesia | 0 | 1.379 | 09/08/2013 - 11:27 | Português | |
Prosas/Saudade | Saudade - uma definição possível | 0 | 1.761 | 09/04/2013 - 13:39 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Heaven’s not enough | 0 | 1.904 | 08/27/2013 - 22:33 | inglês | |
|
Fotos/Natureza | Linhas cor-de-rosa | 0 | 1.776 | 08/27/2013 - 15:03 | Português |
![]() |
Fotos/Natureza | Kurika - do firmamento das sombras | 0 | 1.672 | 08/27/2013 - 14:58 | Português |
![]() |
Fotos/Natureza | Shizuru - menos gata | 0 | 1.768 | 08/25/2013 - 12:37 | Português |
![]() |
Fotos/Natureza | Shizuru em sono profundo | 0 | 1.783 | 08/25/2013 - 12:34 | Português |
|
Fotos/Natureza | Kouji - luz da verdade horizontal | 0 | 1.778 | 08/23/2013 - 16:28 | Português |
|
Fotos/Natureza | Kouji e a luz das palavras | 0 | 1.852 | 08/23/2013 - 16:20 | Português |
Poesia/Dedicado | Saber é ver o sol nascido sem o ver nascer. | 2 | 1.217 | 08/21/2013 - 21:17 | Português |
Add comment