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Uma Auto-estrada até uma verdade

Estava em casa sozinho, a pensar no que havia de fazer da minha vida, mas estava apertado e fechado naquele quarto vazio e pouco aconchegado, gostava de ir sentir um pouco de ar fresco, por isso caminhei até á varanda aonde avistei o meu carro, acendi um cigarro, e enquanto continuava a olhar para o automóvel, ficava a pensar para onde gostaria de ir a uma hora já tão afastada do dia.
Peguei nas chaves do meu sedan, e segui sem qualquer rumo, como a trajectória que era a minha vida. Fui tão a leste que perdi a noção de onde estava e por isso não conseguia voltar, estava muito longe, e o ponteiro da gasolina aos poucos baixava até que ficou sem mais rampa para descer, e por isso fiquei parado num sítio deveras afastado.
Estava numa auto-estrada, e muita gente passava por mim, mas nunca parava, como as pessoas que passavam na minha vida; aquela auto-estrada não me era indiferente; porque todos os dias passavam lá centenas de pessoas, mas eram poucas as que lá paravam, mas claro, ela seguia um rumo, mas chegava sempre a um destino traçado por outros- eu seguia o mesmo caminho. Mas quis ser dono da minha trajectória porque cansei-me de seguir as direcções que outros me propunham. Quis a liberdade absoluta.
Sai do carro, e ouvia o latir dos cães para lá da ramada, que havia em redor daquela auto-estrada, faziam-me lembrar como desejei estar no lugar de um cachorro vadio, que usufruía todos os dias da sua linda liberdade. As luzes em leque que iluminavam aquela profunda auto-estrada, pareciam as luzes que eu via em constante densidade até chegar ao fundo dum poço, aonde residia apenas mais dúvidas, mais pensamentos, e mais ilusões essas quais que me fizeram atirar para lá.
Aquelas infinitas linhas brancas retratadas no chão, sempre tão orientadas até chegar ao destino. Também eu segui linhas que parecia que nunca acabavam, mas quando finalmente paravam eram sempre os mesmos locais, os mesmos afazeres, ficava tão desesperado pela falta de escolha que podia tomar. Sentei-me nos railes só para conseguir imaginar como podíamos ser tão parecidos eu e aquela auto-estrada, como seguia-mos as regras que outros nos obrigam a cumprir.
Porque eu faltei a essas regras, mas não fiquei impune, fui julgado e fui condenado, só porque desejava a minha liberdade e lutei por ela; a sentença é dura mas agora sou completamente livre, e vivo pelas minhas regras; mas até agora ainda não consegui alcançar nada de que me preze.
Amanheceu, e o tempo perdido naquela auto-estrada abriu-me o caminho a percorrer.
Era um rapaz que gostava de ser um homem, Porque nunca um adulto deixava de seguir as regras, nem deixava a sua conduta pelo simples facto de ter uma liberdade tão abrasiva, mas foi naquela auto-estrada destinada que aprendi a respeitar as regras, que cresci mais um pouco; por causa dela, agora vivo com um sentido, com um propósito, aprendi que criamos os destinos uns para outros, e criamos as regras para que nos oriente-mos e tenhamos sempre um caminho por onde seguir.
Esta auto-estrada pode não vos dizer nada, mas para mim foi como uma lição de um grande sábio.        

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terça-feira, fevereiro 21, 2012 - 03:54

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Tiago Silva

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