Fábulas desconexas da existência

certas vezes surgem vozes
que gritam desalmadas,
ecos no vazio
dessa prisão demasiado humana
que é a escolha.
compelindo decisões
aboliram-se os sonhos,
criaram-se abismos e falsas questões
... perante outros dilemas brutais,

qual sapiência de séculos?
quais respostas dos outros?
dogmas fiéis à verdade triste de nada existir,
ou melhor... de que nada vale a pena existir!
tombaram-se os mastros, apunhalaram-se os deuses,
perecem os astros e qualquer ilusão do mito do Ser.

na noite profunda, no caos urbano,
nos vãos de escada todos se olham,
a mesma pergunta
....para quê existir?