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Lágrimas de um outro Deus
Lá ao longe ouvem-se os gritos,
aqui perto as crianças choram,
no meio dos mortos
surge um Anjo que voa.
Abre as asas, rompe os medos
e ergue a sua espada de sangue
contra todo e qualquer Deus…
Adeus! – ainda gritam os corpos exangues.
Um olhar vazio fita-te,
acusa-te, de quê?
de estares vivo, de sorrires,
ou de ainda amares…
És tu o último de todos os carrascos.
Abre as asas e voa,
ergue a tua espada de sangue
contra os céus.
Já que morreram todos os Deuses,
clama, agora,
pela morte dos Homens!
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Comentários
Lágrimas de um outro Deus
"Já que morreram todos os Deuses,
clama, agora,
pela morte dos Homens!"
Aqui o seu magnifico poema de intervenção diz tudo. É PRECISO INTERVIR!
Como é difícil acreditar num deus se é quase impossível acreditar nos homens.
Lágrimas de um outro Deus
Olá Álvaro
Agradeço as suas críticas. É sempre bom saber que nos vão lendo e pensando sobre o que escrevemos.
Não coloquei no poema essa nota, mas escrevi este texto pouco tempo depois do 11/Setembro de 2001, acontecimento que queiramos ou não, marca o período civilizacional em que vivemos. As razões para acreditar nos homens paracem desaparecer nesses actos de loucura bábara entre nós. Foi um pouco de raiva contra a babaridade que invade as nossas vida que aí está.
Também gostava de ter mais tempo liberto para esta comunidade, mas aqui venho nos entretempos dos dias.
Abraço,
Miguel Raimundo