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Amén

 

Padre nuestro que estás en el cielo

puedes olvidarte de ese pan de cada cuanto
de ese soberbio perdón a cada ofensa que esgrimo
de ese reino erigido
en tan falsas tus promesas
que hoy me niego a aceptarlo como mío

y que se haga como siempre
tu infinita e irreprochable voluntad
que todo aquello que pude entender como divino
decidiste guardarlo en algún punto
así entre mi tierra como en tu cielo

puedes también olvidarte de coartarme cada nueva tentación
porque acostumbro conservarme intactas
las pocas malicias que me mantienen vivo

santificadamente vivo

solo te agradezco los males que nunca me ensañaste a librar
y padre nuestro disfruta tu cielo

que de este infierno de papeles en blanco
des-atinos
tristeza
reproches
soledad
y alaridos

ya veré como encargarme

ya sea con puntos y comas
tachones o erratas
o al menos con sorna y padre nuestro
ya nada te debo

amén.
 

No. Registro: 03-2010-112511500800-14

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terça-feira, junho 7, 2011 - 01:11

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