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"PROCURO-TE" 3ª história do livro: "Estrelas Apagadas"

"PROCURO-TE"

 

 


Procurei-te atrás do espelho, todas as manhãs da minha vida, porque, era sempre para mim, que te querias linda; mesmo nos dias escuros.
É em ti que penso, quando me debruço sobre o branco das páginas...
O toque suave das tuas mãos sobre o peito da minha camisa, enquanto ajeitas um olhar e, teus dedos, delgados, delicados; tocam meu colarinho; afinam o nó da minha gravata e descem, para descansar, estirados a meio da torre, aonde, o silêncio empurra um sino que conta as noites da minha vida; como um fermento amassado, esquecido num forno.
Muitas vezes, ao longo da minha vida, desejei que nos tivéssemos unido ali, ou, lá: Do outro lado do reflexo: - Ingrato: Cobrador das minhas emoções; onde, as lágrimas partilham o peso clandestino, de explorar, do lado de fora, aquele amor soberano; transbordando sobre todos os passos do caminho; no palácio que sustenta o badalo, que grita, pela tua imagem no meu destino.
Procuro-te, dentro de mim, como um pedaço de ti; que me falta... Mutilado.
- Vertigem silenciosa, que, acorda o segredo amargo da minha língua...
Tantas vezes olhei o castanho dos meus olhos, enverdecidos dissolvendo-se num fulgor perfeito... “Dos nossos corpos”. Tantas vezes a felicidade foi aquecida, dançando no estreito da passagem: Há porta do teu corpo, de artista... Coberto, como fio de luz que, só o meu coração acendia; como: Pradaria de um mundo macio, festejando a beleza de um voo, somente há tua medida.
- Sim. Vês a pedra que calca a minha saída?!... Sim... Meu doce... Sim.
Procuro-te... Atrasado pelas lágrimas amargas que adoçam a tua chegada. Sim... - Lembraste que eu existia e senti-te o fogo: Aquele amor que no meu peito “ferve” tolhendo minhas goelas que se inclinam; gemendo silenciosas, sussurrando, ao lóbulo do teu ouvido... Um beijo longo, elaborado com a minha própria vida; suspirando: Olá... não feches o sonho! Que, transporta o fluído, nos meus olhos castanhos: Apenas se fecham para te vislumbrar.
Procuro em mim, todas as noites, o pesadelo que me acorda sobre os lençóis aquecidos com a solidão, ornamentada pelo desejo de um sinal de ti, uma carícia esquecida; um murmúrio quebrado na minha cama; de ti, Vazia; sonhando, desfolhando as pétalas da angustia: Desesperada; unida há noite que se esvaia pelo gargalo da madrugada; brilhando uma nova oportunidade de te ver, no azul da minha vontade, esbatida no horizonte, aonde espera nascer para a vida: O dia que chegará numa das manhãs, em que, ao acordar: Todas as estrelas cantarão de alegria ao ritmo dos nossos corações, que distribuem esse amor para de baixo do sol de cada dia; ali; onde a terra é virada ao vento: Semeado dentro de mim como uma semente armazenada, esperando o vaso... Para atingir a intensa finalidade; sem saber o contentamento da bondade: Tornado em sepulcro levantado.
Procuro-te nos meus lençóis, sobre o jeito da cama esticada; beijando a boca da garrafa, para solver o antídoto que me atira em teus braços; como a camisa, no meu peito amarrotada... Que, o prazer do meu corpo, foi aprendido nos sonhos... Pelo teu.
Procuro-te todos os dias da minha vida, dentro de qualquer nome, em qualquer lugar no mundo. Sei que não me conheces – Sei-o muito bem – Sei também, que vivo dentro de ti, mexendo com os impulsos do teu coração. Como esse ar que respiras, sem palha; apenas fogo: Azul, cobrindo a essência alaranjada, que, do vermelho vomitado, incendeia teu peito, batendo desgovernado.
Enquanto todos celebram pelas ruas, nós, nesta nossa distância, amamo-nos. Fabricamos o amor aberto pelo coração, a partir do vazio; no silêncio deslumbrante que descobre as coisas de que somos capaz:
Naquela que não brilha estão os meus silêncios, esperando o teu olhar; que se vira a todos os brilhos esperando, também, neles me encontrar. Ali! Não é o meu lugar. Ali: Vivem todos os sonhos que se podem sonhar... O ser, explora o caminho para lá chegar; digo: Nas maiorias, não sabe sonhar... Então nós; eu! - Tu estás só a passar: - Encontramo-nos nesse lugar, como duas correntes de ar; que, os olhos: Não podem tocar, ou, apagar uma vida inteira, da mágnifícidade, desse fulgor... Deste que, o teu corpo não conhece; aprendendo com o meu... Aquele que ensina e faz o homem chorar, de saudade, o êxtase desse fogo, que lhe apaga todos os poros na pele! Foi esse! Que, meu corpo, ensinou ao silêncio da tua ausência: O único que permaneceu em mim; nos escuros das carícias sugadas. Estonteantes; de um contorno que não precisa comer, beber, ou respirar: Deixando, apenas, que, o vácuo do seu beijo me conduza por todo o teu corpo, sempre que as noites rebolem na minha cama, pelo chão, do meu quarto; abraçado, à minha procura, de ti... Em cima da cómoda; da secretária, ou, pela janela: Ao horizonte, o lugar onde tu moras... Até cair sem ajuda, na espera desmoronada de todas as noites cruas; procurando por ti no escuro da estrela que não quer brilhar.
Chego-me a ti por todas as portas; o teu silêncio desperta vertigens desconhecidas, nas mais secretas noites caminhadas pelos meus pés... Sentindo que me chamas do universo (dentro de mim) dissolvendo-te numa felicidade quente, imensa, do seu ventre; nas minhas procuras – aonde os dentes mordem o teu pescoço inventado por um vento exacto; onde, meu corpo deseja abrir a guarda da tua última fechadura; (que me faz procurar a chave; na prosaica espera; no alto do monte...
A noite só nossa...-Vendaval! Subornas-me para que me apazigúe e me enroles, esperando, resgatado, chorando a salvo, para o destino da imaginação.
Chamo-te louca e desenho o teu vento, para agitar a loucura no meu coração. Quero acordar na terra; fazer parte de uma carne qualquer, que se faça água, para ser bebida a caminho do mar; que, asas, pode criar: Viajando sem os perigos da humanidade; pois que, procuro por ti; em todas as formas, que a ti me podem levar; para poder observar o que sobra de ti, dentro de mim, sem nome, ou rosto que se possa apontar; beijar o teu vento e cair dentro de ti; como o faz o tempo, a todo o momento, Ardiloso: Para te comer; como a mim: Prescindindo das palavras para te perder.
Procuro-te, artista secreta do meu sonho, de asas inventadas ao sono da tua morada e de todas as tuas conversas sem o movimento dos lábios, ocupados. Por todas as palavras que não conheço: Padeço...
– Então? Porque não perguntas ao silêncio das estrelas apagadas: De nós... É por ti que procuro.
Não tenho registos de estudos, licenciaturas, ou ciências; nem trabalho que me satisfaça, além de escrever. Alguma pobreza é certa. Mas, procuro-te dentro do meu coração...
Sempre te encontro, naqueles momentos, em que, teu clamor, sem o saber, por mim chama. Como esse mesmo silêncio, aceso: Do esplendor de todas as coisas; como uma só... Que o conhecimento nos mostra os cantos escuros e, sabemos, por intuito, que ali: Também pode ser um lugar para morar... Que, os sonhos sempre estão aonde não os sabemos encontrar; sim... Aquele amor de que estou a falar é terno e arde na alma como uma essência doce; amarga. Comparada ao século, descubro que, o mundo inteiro vai ficando contaminado: Algo, através dos tempos, vem entornando (depropositadamente) resíduos venenosos, cheios de ódio, engano e crueldade, pela área da humanidade; apresentando uma muralha forte de tronco, mas, sem solidez de fundação: ímpios, arrastam a iniquidade, contaminando a terra; enquanto iludem os céus, com fumos provenientes do fogo; sustentando a contenda.
...Sim; procuro-te...
Procuro-te nos meus passos: Compridos, para te alcançar...
Varoa de pedra esculpida; lapidada pelo meu olhar; que, escorre a lágrima, num adeus, uma despedida, até ao tempo de te encontrar.

 

FIM
 

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segunda-feira, dezembro 20, 2010 - 02:45

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antonioduarte

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