Silêncios estridentes

Por vezes ouço-te chamar-me baixinho…
Num ténue e imperceptível lamento.
Ficas ao longe, vendo-me,
Um braço esticado que tenta me alcançar
De punho cerrado.
Há essa lágrima que cai, que te faz manter afastada,
Um hesitar que tem tanto de perplexo
…como de mais sabendo.
Vejo-te sobretudo de madrugada,
A cada luar que te reflete.
E o teu recorte, na noite, qual tormento,
É negro e frio.
É no meu peito vazio que me aqueces a cada noite que não te tenho e te sinto sombra,
E no meu sangue fervilhas porque em tempos me foste vida.
E de seguida…
Ouço-te chamar-me baixinho…
Num suspirar de falta, que finjo não acreditar,
Porque também ainda te quero
E não consigo dizer-te.

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Monday, October 15, 2012 - 10:41
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