Consultando seu Dotô

Dotô, tô com mucuim duído
Uma baita farta de ar,
Tô cum corpo todo muído
Naum posso nem  rispirar.

Tenho os zóio nuveado
Um zumbido no zovido,
Sinto o bucho quebrado
Como se tivesse  intupido!

Dotô, essa dô nas cadeiras
Tá tirano meu rebolado,
Que faço com essa bicheira
O intalo, o bucho quebrado?

Essa murrinha no corpo
Me dexa com lundu danado,
Reimoso da carne de porco
Que dá essa dô de viado?

Ah dotô, meu aperreio
É por causo desse ispinhaço,
Essa gastura, esse entojo
Diz dotô, o que é que eu faço?

Eu sei que o dotô vei de longe
Que andô mais de cem légua,
Se o Dotô não pode ajudar
Vixe maria, arre égua!

Dotô cubano me acuda
O senhô não sabe português?
Como vai intendê a consuta
Se eu só falo cearacês?

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Wednesday, August 28, 2013 - 03:05

Poesia :

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mase albuquerque

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