Tão tanto …
Permitam-me o que vou dizer
E não é segredo, nem será
Depois de dito, nem será
O que parece ser e acabou
Sendo pois nada desse secreto
Estranho, discreto som vou
Emitir se o prezo aquando contar
O segredo que tenho pra
Dizer, obsceno quanto o
Que’screvo e não devo
Não por mim mas por ontem,
Não por outrem, o que vou
Dizer contém o anseio
Que pudessem ser o eu
Que eu não sei ler ver,
A alma de quem a tem, não eu,
O simples fazer chamar o céu
Terra e ao silencioso
Chão caixão meu segredo, meu…
Permitam-me estar a sós comigo
E com o meu franco cabelo,
Pra depois dizer a todos
Que nem alma tenho,
Mas em segredo guardo
As memorias que componho,
Eu tenho ao ouvir-me pensar
O que parecem ser
Só em si, sonhos de estranho
A quem se permite
De quando em quando,
Quem eu dantes era ser
Ou pensei que fosse
Ser hoje tão, tão tanto…
Joel Matos (02/2016)
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A quem se permite
A quem se permite