A razão do tempo…

Às vezes pareço ouvir
O tempo a passar, intimo
Do ouvido e penso como
Vale a pena ser cúmplice, não

Do tempo mas do ouvir,
Pois sei do tempo que passa
Ao passar, por ouvido e não
Pela falta de ouvir, nem de

Pauta, às vezes pareço ser
Cúmplice dos homens todos
Que passam, mas sou apenas d’um,
Com o qual passo todo o tempo

A ouvir, a ouvir o tempo que passa
Junto aos ouvidos dos dois,
Sem forma, lento e sem razão,
Tal e qual os ferros em brasa, dois

Que residem e colidem dentro
E bem fundo em mim e ecoam
A voz que emprego, o sentir profundo,
A fantasia e o sonho, irmãos cativos

De meu coração que não sente, nem cansa
De emitir o que interessa,
Bastava buscar na esperança ouvir
A substancia que o reveste,

Mesmo que ele nada contenha,
Sob a pele o sangue e veias,
A imaginação do contentor,
Será o papel de parede deste

Coração que não sente, mas lê e ouve
Todos os dias na paisagem, a mudança
E a ser indiferente a tanta e à tal dor
Falsa, fictícia, desinteressante, baça

Da mesma cor do aço, que não contém
Sob a pele, sangue e veias mas teima
Tal e qual badalo com pressa do sino
Que parece ouvir-mos na cabeça

E nos foge pela boca, às peças…

Jorge Santos 10/2015)
http;//namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Friday, February 23, 2018 - 12:00

Ministério da Poesia :

No votes yet

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 5 days 20 hours ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/General até ao adeus 0 3.032 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General poiais terrenos 0 7.400 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General poiais terrenos 0 3.149 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General frangalhos de sonhos 0 5.276 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General tô aqui no sem-fim 0 2.123 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General salvemos o planeta nosso 0 2.617 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism raio de sol 0 3.788 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated phyllis 0 6.716 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Sadness Tal me fez Pessoa. 0 3.202 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General arch-au-ciel 0 6.063 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism abrunhos 0 6.179 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism irmã tua 0 4.340 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated vivo ao teu lado 0 3.389 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism pinoquio 0 3.983 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism secretos segredos 0 5.582 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism me rendo 0 4.621 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Mandala de papel 0 3.432 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism maquina do tempo 0 5.555 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism cheiro de vento 0 4.665 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sei 0 4.906 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism espanto 0 5.122 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism coraçaõ largo 0 3.287 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sempre 0 3.584 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism quando 0 3.835 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Balada para um turco 0 4.325 11/19/2010 - 18:16 Portuguese