Morri lívido e nu ...
Tudo é eterno enquanto dura,
O choro de um recém-nascido,
O riso, o pranto, a vontade do atleta,
O enquanto, o ouro puro,
A fruta madura, o verde da floresta,
A consciência do mundo !
Morri por ter vivido completamente nu,
O tempo todo, imundo,
O meu sonho cobriu-se
De terra crua e fezes,
Às vezes é o destino,
O embaraço, ou culpada
A inércia de me creditar
Vivo como fosse doença
Curável, quanto a morte
De um César Augusto
Ou dança de Baryshnikov,
Sobre o Arco do Triunfo,
Em Paris, (sem pressa)
Se fosse tão fácil amar,
Eu não falaria de amor, assim
É, das coisas tais, as quais
Não se pode "andar-à-roda-delas",
Daquelas que murcham
Lentamente, sem darmos
Por nada, caiado de lua cheia e bela
E de lugares apenas despertos
Nos sonhos que temos,
Enquanto nus, morri de ter
Vivido inevitavelmente nu,
Tanto tempo, e mudo surdo,
De quando em vez louco...
Jorge Santos 10/2019
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Obrigado pela leitura e pelos momentos em que partilho
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