As horas e a chuva

As horas e a chuva... de que precisa o homem? A chuva nos olhos e as horas nos livros. Há um comboio que anda a uma velocidade aborrecida e é por isso que as horas tambem ocupam nos olhos a viagem demorada dos livros.
Sentado na cadeira, aquele que espera come o cacho de uvas e acaricia o pelo ás horas. A chuva é como um carro em ponto morto, é assim como a escola que nos obriga aqueles livros que provocam crueldade aos olhos. Por isso é que os rapazes simples enlouquecem durante a leitura dos livros. Deitemos as horas nos jornais e a chuva na relva dos estádios, no corpo de uma criatura aquela voz interior, quando nada nos apetece, nem a chuva, nem os livros, nem as horas. Comer os tremossos e beber a fria cerveja, a noticia do homem que ganhou o prémio nóbel dos livros que nunca vão ser lidos porque foram ocupadas muitas horas a vestir as estantes, um passatempo normal como ir ás compras e sentir que não serviu de nada mas que estamos muito felizes. As horas e a chuva, os livros que andam á chuva com vagabundos dentro desses livros, perdidos dentro do percurso das páginas que levam ás ruas onde as horas esperam pacientemente.

lobo

Submited by

Saturday, August 28, 2010 - 01:20

Poesia :

No votes yet

lobo

lobo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 years 25 weeks ago
Joined: 04/26/2009
Posts:
Points: 2592

Comments

Henrique's picture

Re: As horas e a chuva

A chuva nos olhos e as horas nos livros. Há um comboio que anda a uma velocidade aborrecida e é por isso que as horas tambem ocupam nos olhos a viagem demorada dos livros.

Esta é genial!!!

Aplausos...

:-)

Add comment

Login to post comments

other contents of lobo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Dedicated O noite vem vestir o povo 0 1.994 07/11/2011 - 08:21 Portuguese
Poesia/General A noite é uma mosca 0 2.286 07/10/2011 - 08:50 Portuguese
Poesia/Dedicated Estás dentro do poço 1 1.810 07/09/2011 - 17:18 Portuguese
Poesia/Love Anda não fiques ai 0 2.240 07/08/2011 - 08:00 Portuguese
Poesia/General De que amarga água 1 2.309 07/07/2011 - 02:55 Portuguese
Poesia/Dedicated Os bichos e as pessoas 0 2.325 07/05/2011 - 10:28 Portuguese
Poesia/Dedicated Escrevem na pele com tinta limão 0 2.347 07/04/2011 - 13:31 Portuguese
Poesia/Thoughts Como se faz para levantar o corpo 0 2.315 07/03/2011 - 14:18 Portuguese
Poesia/General A morte da mulher do dono do hotel 0 2.874 07/03/2011 - 12:59 Portuguese
Poesia/Thoughts Os dias marcados no corpo 0 2.600 07/02/2011 - 22:15 Portuguese
Poesia/Love Fim 1 1.741 07/01/2011 - 22:48 Portuguese
Poesia/Thoughts Vamos juntar palavras 1 1.823 07/01/2011 - 17:07 Portuguese
Poesia/Love O amor se escondeu 0 1.630 07/01/2011 - 09:16 Portuguese
Poesia/Dedicated Volto no mar 0 2.390 06/30/2011 - 08:44 Portuguese
Poesia/Thoughts A lembrança é uma faca 2 1.100 06/29/2011 - 23:58 Portuguese
Poesia/General Os barcos que se perdem dos rios 0 1.959 06/27/2011 - 17:21 Portuguese
Poesia/Aphorism O fogodas mãos 0 1.895 06/26/2011 - 20:35 Portuguese
Poesia/Love Vou virar essa carta pra ti 0 1.608 06/26/2011 - 13:32 Portuguese
Poesia/Poetrix A transparencia ou o outro modo de criar um pacto 0 1.641 06/26/2011 - 09:09 Portuguese
Poesia/General Vou-te contar menino 1 2.072 06/25/2011 - 17:45 Portuguese
Poesia/Erotic Como era aquele movimento 0 1.891 06/24/2011 - 22:09 Portuguese
Poesia/Thoughts Vou sacar um cigarro 0 2.040 06/24/2011 - 19:51 Portuguese
Poesia/Fantasy Quando se prova a folha da coca 0 3.066 06/24/2011 - 16:12 Portuguese
Poesia/General As lagartas andam no deserto 0 2.027 06/24/2011 - 14:51 Portuguese
Poesia/Thoughts Como me soubesse a triste 1 2.503 06/24/2011 - 09:32 Portuguese