Poesias Inéditas - Bem, hoje que estou só e posso ver

Bem, hoje que estou só e posso ver

Bem, hoje que estou só e posso ver
Com o poder de ver do coração
Quanto não sou, quanto não posso ser,
Quanto se o for, serei em vão,

Hoje, vou confessar, quero sentir-me
Definitivamente ser ninguém,
E de mim mesmo, altivo, demitir-me
Por não ter procedido bem.

Falhei a tudo, mas sem galhardias,
Nada fui, nada ousei e nada fiz,
Nem colhi nas urtigas dos meus dias
A flor de parecer feliz.

Mas fica sempre, porque o pobre é rico
Em qualquer cousa, se procurar bem,
A grande indiferença com que fico.
Escrevo-o para o lembrar bem.

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html

Submited by

Thursday, September 24, 2009 - 16:14

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 12 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Às vezes entre a tormenta 0 870 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Atravessa esta paisagem o meu sonho 0 1.064 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Autopsicografia 0 920 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - (?) Azul ou verde ou roxo 0 858 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Baladas de uma outra terra 0 1.039 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Bate a luz no cimo... 0 817 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Brilha uma Voz na Noute ... 0 955 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Canção 0 763 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Vendaval 0 587 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Vou com um passo como de ir parar 0 792 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Abat-Jour 0 1.275 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Abdicação 0 699 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Abismo 0 754 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - A Grande Esfinge do Egito 0 740 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - A minha vida é um barco abandonado 0 675 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - A morte chega cedo 0 1.241 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Andei léguas de sombra 0 568 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - A alcova 0 927 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Cancioneiro - Ao longe, ao luar 0 869 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Quanta mais alma ande no amplo informe 0 1.576 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Que suave é o ar! Como parece 0 715 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Relógio, morre 0 957 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Se alguém bater um dia à tua porta 0 707 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Se tudo o que há é mentira 0 917 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sim, tudo é certo logo que o não seja 0 1.431 11/19/2010 - 15:55 Portuguese