Poesias Inéditas - Depois que o som da terra, que é não tê-lo

Depois que o som da terra, que é não tê-lo

Depois que o som da terra, que é não tê-lo,
Passou, nuvem obscura, sobre o vale
E uma brisa afastando meu cabelo
Me diz que fale, ou me diz que cale,
A nova claridade veio, e o sol
Depois, ele mesmo , e tudo era verdade,
Mas quem me deu sentir e a sua prole?
Quem me vendeu nas hastas da vontade?
Nada. Uma nova obliquação da luz,
Interregno factício onde a erva esfria.
E o pensamento inútil se conduz
Até saber que nada vale ou pesa.
E não sei se isto me ensimesma ou alheia,
Nem sei se é alegria ou se é tristeza.

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html

Submited by

Friday, September 25, 2009 - 14:32

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 19 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sonhei, confuso, e o sono foi disperso 0 860 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sossega, coração! Não desesperes! 0 1.365 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Sou o Espírito da treva 0 1.172 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Tenho esperança? Não tenho. 0 1.062 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Tenho pena até... nem sei. . . 0 788 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Todas as cousas que há neste mundo 0 1.097 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Uma maior solidão 0 896 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - ...Vaga História 0 1.055 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O céu de todos os invernos 0 812 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O meu coração quebrou-se 0 1.823 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O ruído vário da rua 0 710 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O som do relógio 0 983 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Outros terão 0 510 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Parece às vezes que desperto 0 1.102 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Parece que estou sossegando 0 1.094 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Pela rua já serena 0 1.178 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Paira no ambíguo destinar-se 0 972 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Dói viver, nada sou que valha ser. 0 1.112 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Doura o dia. Silente, o vento dura 0 980 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Análogo começo 0 742 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Por quem foi que me trocaram 0 2.876 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Poemas dos Dois Exílios - Qual é a tarde por achar 0 2.028 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Lá fora onde árvores são 0 821 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Leve no cimo das ervas 0 1.038 11/19/2010 - 15:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Mais triste do que o que acontece 0 937 11/19/2010 - 15:55 Portuguese