Cancioneiro - A minha vida é um barco abandonado

A minha vida é um barco abandonado

A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado ?

Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da ação sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.

Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br

Submited by

Tuesday, September 29, 2009 - 17:02

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 35 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Em toda a noite o sono não veio 0 1.011 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deixo ao cego e ao surdo 0 883 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Depois que o som da terra, que é não tê-lo 0 1.199 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Depois que todos foram 0 1.237 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Desfaze a mala feita pra a partida ! 0 752 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Desperto sempre antes que raie o dia 0 1.241 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deus não tem unidade 0 1.170 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Deve chamar-se tristeza 0 881 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do fundo do fim do mundo 0 1.160 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dói-me no coração 0 1.119 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dói-me quem sou. E em meio da emoção 0 2.165 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do meio da rua 0 1.083 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dorme, criança, dorme 0 1.042 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Dormir! Não Ter desejos nem 'speranças 0 1.348 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Do seu longínquo reino cor-de-rosa 0 1.226 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Cheguei à janela 0 1.117 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Chove. Que fiz eu da vida ? 0 914 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Clareia cinzenta a noite de chuva 0 1.302 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Começa, no ar da antemanhã 0 879 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como às vezes num dia azul e manso 0 759 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como é por dentro outra pessoa 0 984 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como nuvens pelo céu 0 1.182 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Como um vento na floresta 0 1.102 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Criança, era outro... 0 914 11/19/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - De aqui a pouco acaba o dia 0 1.039 11/19/2010 - 16:54 Portuguese