Cancioneiro - Gomes Leal

Gomes Leal

Sangra, sinistro, a alguns o astro baço.
Seus três anéis irreversíveis são
A desgraça, a tristeza, a solidão.
Oito luas fatais fitam no espaço.

Este, poeta, Apolo em seu regaço
A Saturno entregou. A plúmbea mão
Lhe ergueu ao alto o aflito coração.
E, erguido, o apertou, sangrando lasso.

Inúteis oito luas da loucura
Quando a cintura tríplice denota
Solidão e desgraça e amargura!

Mas da noite sem fim um rastro brota,
Vestígios de maligna formosura :
É a lua além de Deus, álgida e ignota.

Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br

Submited by

Tuesday, October 6, 2009 - 16:04

Poesia Consagrada :

No votes yet

FernandoPessoa

FernandoPessoa's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 23 weeks ago
Joined: 12/29/2008
Posts:
Points: 745

Add comment

Login to post comments

other contents of FernandoPessoa

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Mas eu, alheio sempre, sempre entrando 0 1.245 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Mas o hóspede inconvidado 0 1.402 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Minha alma sabe-me a antiga 0 1.550 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Minhas mesmas emoções 0 2.350 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Minha mulher, a solidão 0 993 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Na noite que me desconhece 0 538 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Não digas nada! 0 901 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Não quero rosas, desde que haja rosas. 0 1.508 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - No Fim da chuva e do vento 0 824 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O abismo é o muro que tenho 0 897 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - O Amor 0 1.043 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Fito-me frente a frente ( I ) 0 943 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Fito-me frente a frente ( II ) 0 690 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Flui, indeciso na bruma 0 745 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Glosa 0 1.017 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Glosas 0 853 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Gnomos do luar que faz selvas 0 1.077 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Gostara, realmente 0 1.733 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Gradual, desde que o calor 0 1.035 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Grande sol a entreter 0 1.243 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Há uma música do povo 0 939 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Já ouvi doze vezes dar a hora 0 799 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Há um frio e um vácuo no ar 0 1.045 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Ladram uns cães a distância 0 1.308 11/19/2010 - 16:55 Portuguese
Poesia Consagrada/General Poesias Inéditas - Em torno ao candeeiro desolado 0 744 11/19/2010 - 16:55 Portuguese