Cancioneiro - Teus olhos entristecem
Teus olhos entristecem.
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fonte: http:// www.ciberfil.hpg.ig.com.br
Submited by
Tuesday, October 6, 2009 - 15:53
Poesia Consagrada :
- Login to post comments
- 2320 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of FernandoPessoa
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Mas eu, alheio sempre, sempre entrando | 0 | 1.221 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Mas o hóspede inconvidado | 0 | 1.375 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Minha alma sabe-me a antiga | 0 | 1.529 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Minhas mesmas emoções | 0 | 2.294 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Minha mulher, a solidão | 0 | 981 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Na noite que me desconhece | 0 | 503 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Não digas nada! | 0 | 891 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Não quero rosas, desde que haja rosas. | 0 | 1.484 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - No Fim da chuva e do vento | 0 | 776 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - O abismo é o muro que tenho | 0 | 844 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - O Amor | 0 | 1.011 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Fito-me frente a frente ( I ) | 0 | 921 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Fito-me frente a frente ( II ) | 0 | 653 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Flui, indeciso na bruma | 0 | 742 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Glosa | 0 | 1.011 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Glosas | 0 | 847 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Gnomos do luar que faz selvas | 0 | 1.067 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Gostara, realmente | 0 | 1.674 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Gradual, desde que o calor | 0 | 937 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Grande sol a entreter | 0 | 1.239 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Há uma música do povo | 0 | 916 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Já ouvi doze vezes dar a hora | 0 | 790 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Há um frio e um vácuo no ar | 0 | 1.037 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Ladram uns cães a distância | 0 | 1.173 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese | |
Poesia Consagrada/General | Poesias Inéditas - Em torno ao candeeiro desolado | 0 | 705 | 11/19/2010 - 15:55 | Portuguese |
Comments
Longa é a noite em mim,
Longa é a noite em mim,
Os Lugares afiguram-se-me
E eu perdido na noite escura,
-Coisas do sem-fim-
Triste é acordar,
A noite dentro d’ mim,
Saberei eu acordar,
Da noite em que sinto
O princípio de tudo, o infinito,
Noite de máscaras, caretos,
Noite irreal, estranha,
Como eu , o mundo.
Longa é a noite em mim,
Em minha roda,
A alma dança, uma dança
Sem fim.
Garça negra que passa, mansa,
No luar do sentir,
No lugar do explicar,
No silencio, sem falar…
Não sei explicar se durmo,
Ou a noite dorme em mim,
Durmo um certo sono, em tudo
Igual à noite que dorme,
E dorme em mim, calma.
Conduz-me coração,
P’lo cosmos e em orbita,
Sem forma e sem volta,
Triste é acordar a noite,
Dentro de mim,
Se tudo quanto sou,
A ela devo, à lua o outro lado.
Longa é a noite em mim…
Jorge Santos (10/2014)
http://joel-matos.blogspot.com