Tina (das 14 às 15)

A Tina é o garbo em botas altas de camurça
O passo firme e urgente
O já
O verbo…
Conquistar.
E um olhar onde me demoro
Divã de veludo índigo
Das 14 às 15.

“Então, coração?”

A Tina tem lábios de cetim
Rosa-velho
Nívea

Rosto cândido de mulher-menina
Ar seráfico

Gueixa Roquefort

Madeixas douradas de lavanda
E a palavra certa:
“Putain!”

A Tina recita impropérios
Num tom maternal
Onde me apetece deitar-me
Em posição fetal
Não queria rimar
Mas a Tina tem disto…
Musa
Sem esforço
Mousse das minhas tardes
Naquele Cantinho…

Podíamos esticar o tempo…
Os olhos esperam.
Eu não.

“Bolo de bolacha na Lapão?”
“Sim, coração!”

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Tuesday, April 20, 2010 - 19:06

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