Escarlate
Nas rotas da vil leviandade somos soberanos.
Abraçamos com fúria o desejo vicioso
que acorda no âmago e rasgamos
a fachada num impêto sexual e doloroso.
Nos caminhos do macabro, sedentos tiranos
que da dor obtemos prazer delicioso.
Nesta nossa trémula carne que torturamos
com um amor animal e furioso.
Suamos em cascata de espesso mel,
movemo-nos ao tempo que o coração bate.
A língua delicia-se com o mais acre fel
e muito antes que a Besta nos mate
rasgamos as máscaras de pele
e libertamos o rosto escarlate.
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Monday, March 10, 2008 - 10:40
Poesia :
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Comments
Re: Escarlate
O poeta é infinito
e a magia aparece nas palavras naturalmente…
:-)