Vírus
A imundice que me reveste por dentro
É um fardo sagrado que não ouso contrariar
É uma maldição que me dá prazer espalhar
Não perdoes a crueldade dos meus actos
Não lamentes a sorte que te ofereci
Viverás agora eternamente
No desejo escarlate fundido
Na imaculada carne profanada
Renegas teu destino
Amaldiçoas-me indefesa
Serás trilho, vestígio de mim
Alimentada pelo rasto do veneno
Que te percorre, e se escorre
Lutas para me expulsar de ti
Vãs tentativas que abandonarás
Sei que voltarás na espuma dos dias
Na ânsia do antídoto carnal,
Do placebo do desejo saciado
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Saturday, November 22, 2008 - 14:21
Poesia :
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Comments
Re: Vírus p/ VeraSilva
Geniais são as tuas palavras, de todo inesperadas.
Beijo.
Re: Vírus
Sublime...
de facto o virus e o anti-virus...eh!eh!
Por vezes luta-se contra o desejo...mas torna-se mais forte que a própria razão desconhece...tal e qual as viroses.
Adorei.
bj
Breizh
Re: Vírus p/ Breizh
Obrigado pelas tuas palavras.
Gostei saber que adoraste. :-)
Beijo.