para...III

Querido R,

Olá R. Não sei se já sabes o que se passou comigo. Se já sabes, então eu peço-te desculpa por ter deixado chegar a este ponto. Se não sabes, pois bem, eu vou matar-me. Apesar do teu apoio incondicional, eu não aguento. Eu acho que sou um pouco hipocondriaca. É que eu andei a ver na internet e a fazer testes de auto-diagnostico e todos diziam que eu sofria de Borderline.E comecei a achar que tinha isso. Assim, como achei que me estava a apaixonar por ti. Eram sentimentos tão estranhos, por isso, não te sei dizer se são verdadeiros ou não. Mas, mesmo achando que me estava a apaixonar por ti, eu tentei evitar pensar isso. Até porque eu não merecia uma pessoa como tu na minha vida.
Eu pensei tanta vez eu afastar-te da minha vida. Eu queria que tu não sofresses com os meus problemas. Apesar de tudo, tu és meu amigo e ficaste comigo, mesmo depois de te contar algumas coisas estranhas sobre mim. E eu pensei tanta vez que devia de te afastar, mas quando tu falavas para mim, eu não conseguia afastar-te. Tanta vez eu escrevi uma sms a dizer que deviamos de nos deixar de falar. Mas fui incapaz de ta mandar. Não sei o que sentia por ti, mas no entanto, sabia que nao te queria perder. Acho que tu eras aquela coisa que me prendia à vida. Mesmo sem tu próprio saberes.
Por isso, acho que mereces ler o meu blog, onde divulguei todos os meus sentimentos depressivos. O blog é ana-fm.blogs.sapo.pt.
Eu sei que devia ter sido mais forte. Eu sei que devia ter falado com as pessoas. Mas a unica pessoa com quem eu teria coragem de falar, seria contigo, mas no entanto, não falei porque tu não tinhas culpa nenhuma, nem merecias sofrer com os meus problemas. Eu auto-mutilava-me quando te conheci. Mas, assim que te conheci parei. Mas depois, aconteceram diversas situações que me fizeram ficar pior. E tu, nem sempre podias falar, e isso fazia com que eu precisasse de esquecer a minha dor. Atenção que a culpa não foi tua. Não penses isso. Eu não te culpabilizo por nada. Eu só queria dizer-te que precisava de ti, apesar de não saberes. Os cortes começaram a ficar mais fundos, e eu já nem conseguia conduzir bem. Nao sei o que se passava comigo. Mas, eu não consigo viver num mundo em que seja tudo tão sofredor como me fizeram sofrer. Não aguentarei.
No entanto, eu não estou pronta para me despedir de ti. Não quero dizer adeus. Eu gosto tanto de falar contigo, que não consigo dizer-te adeus. Obrigada por teres sido meu amigo e aturado os meus devaneios.

 

Atenciosamente,
Ana F.M.
 

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Tuesday, March 8, 2011 - 20:36

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