Do Ruído da Chuva...
O profundo ulular da chuva chama-me,
a viajar nas hastes de Cassiopeia
remove constelações lamacentas
ideias que ocultam o reino da concupiscência.
Estranha possessão!
Do ruído da chuva…
daqueles dias que só a memoria se movimenta em forma de quilha
desencadeia nimbo combustões
para proclamar a alquímica nomenclatura
das pupilas ainda quentes.
Estranha movimentação debaixo da pele
faz o corpo entrar num estranho coma !
Do cheiro do café fresco…
das roupas espalhadas no chão,
um cigarro ainda aceso.
Estranha desolação, estupidez, fracasso!
Nesta noite de chuva
tanto tempo depois
teima em recordar-me símbolos de outra galáxia:
nus e ridentes,
o calor da lareira,
da neve colada à vidraça
a sombra do teu corpo na cama
sem sabermos da desolação, estupidez, fracasso
estava escrito no nosso inexorável destino…
…Parou de chover!
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Comments
Re: Do Ruído da Chuva...
…Parou de chover!
Tenho uma empatia enorme com a chuva,dai também contribuir para te dar os meus parabéns e dizer que aprecio o que escreves.
bjo :-)
Re: Do Ruído da Chuva...
Que brilho especial tem este poema apaixonante.
Gostei muito MariaTreva!
Beijo
Re: Do Ruído da Chuva...P/ Todos
Muito obrigada pelos vossos comentários
Beijos
Re: Do Ruído da Chuva...
Parou de chover... talvez na hora exacta de substituir o seu ruído por uma música bonita... "nova"...
Gostei muito!
Bjs
Re: Do Ruído da Chuva...
Que momento romântico...
gostei muito de o ler...
Bj
breizh
Re: Do Ruído da Chuva...
Há memórias que parecem vindas de outro mundo...
Parou de chover mesmo! E se chove, com este poema, quem repara?
Beijo Maria :-)
Re: Do Ruído da Chuva...
Ainda bem que parou de chover.
Ululemos!...
Tá muito bonito, sem dúvida. Parabéns!
Re: Do Ruído da Chuva...
Quase te vejo a escrever:
Do alto da nossa cidade.
No meio da chuva que vai e volta na noite do poema que escreves.