A Chuva Lenta (Gabriela Mistral)
Esta água medrosa e triste,
como criança que padece,
antes de tocar a tierra,
desfalece.
Quietos a árvore e o vento,
e no silêncio estupendo,
este fino pranto amargo,
vertendo!
Todo o céu é um coração
aberto em agro tormento.
Não chove: é um sangrar longo
e lento.
Dentro das casas, os homens
não sentem esta amargura,
este envio de água triste
da altura;
este longo e fatigante
descer de água vencida,
por sobre a terra que jaz
transida.
Em baixando a água inerte,
calada como eu suponho
que sejam os vultos leves
de um sonho.
Chove... e como chacal lento
a noite espreita na serra.
Que irá surgir na sombra
da Terra?
Dormireis, quando lá foram
sofrendo, esta água inerte
e letal, irmã da Morte
se verte?
Gabriela Mistral(1889-1957), poetisa chilena. poema traduzido por Ruth Sylvia de Miranda Salles
Professora primária em zona rural, foi a primeira figura literária feminina a ganhar o Prêmio Nobel no continente americano. É autora, entre outros livros, de Desolacióm, Ternura, Tala y Lagar.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 8203 reads
other contents of AjAraujo
| Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío |
Idioma | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Dedicada | Auto de Natal | 2 | 5.436 | 12/16/2009 - 02:43 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | Natal: A paz do Menino Deus! | 2 | 7.450 | 12/13/2009 - 11:32 | Portuguese | |
| Poesia/Aforismo | Uma crônica de Natal | 3 | 5.586 | 11/26/2009 - 03:00 | Portuguese | |
| Poesia/Dedicada | Natal: uma prece | 1 | 4.608 | 11/24/2009 - 11:28 | Portuguese | |
| Poesia/Dedicada | Arcas de Natal | 3 | 7.923 | 11/20/2009 - 03:02 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | Queria apenas falar de um Natal... | 3 | 8.454 | 11/15/2009 - 20:54 | Portuguese |






Add comment