A COCAÍNA DAS PALAVRAS


Rotina de lágrimas.

Pingares como montes caem em dominó,
uns atrás dos outros como pó no olhar.

Encosta por onde a cosmética do céu
é uma ribanceira de azuis sujos.

Poeiras que delapidam
o tempo de braços em baixo.

Chão raso como lixa alta que engasga o ir do rio.

Água em leito
despronúnciado das margens.

Sol desfigurado em meros vapores amarelos
sobre verdes tingidos de cinza.

Da casa-forte do silêncio
solta-se em rolo a cocaína das palavras.

Alucinações levadas
ao colo de um terramoto nos olhos.

Os lábios como guardanapo babado de sede,
jorro de promessas parede abaixo num sorriso.

Rotura que encobre a escuridão.

Luzir abrolho,
caminho por entre árvores partidas pelo meio.

Copas que em termo
alimentam as suas folhas sem raiz.

Assim como a noite sem nervura morre
na distância dos amantes.

 

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Lunes, Julio 11, 2011 - 16:20

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Henrique

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Um fluxo forte e bem

Um fluxo forte e bem construído.

Abraços,

Alcantra

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