CIPRESTE


Nocturna ondulação,
alçapão de estrelas desfocadas.

Elegia desalinhada em tumulto
pelas palpitações das mãos em vertigem terna.

Eterna vegetação
num Verão de espinhos turbantes.

Os arrepios da pele como vindima
de romãs de sabor litúrgico em hálitos de solidão.

Camas como granitos em contramão na carne.

O corpo como paisagem de pinheiros
fecundados de gorjeios engasgados por lassitude.

Infinitude quieta
sobre a aresta submissa ao sobressalto
do tempo servido em rosas de música braçada.

Tábua de cios como ferrões macios do sono.

Cipreste como casulo de lágrimas.

Águas que rebarbam leitos até à foz
que abraça as margens do ser com pontes de amor.

Azuis em bulício
como abelhas zunindo aos tímpanos dos olhos.

Andamento aos molhos,
como copo de vinho teime estar vazio.

 

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Jueves, Agosto 18, 2011 - 17:51

Poesia :

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Henrique

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