Cristina Poema

Foi assim: numa noite qualquer, eis que surge nesse mesmo retângulo a figura de Cristina. Pudores, talvez indevidos, impediram-me a conceituação de “amor a primeira vista”, pois como isso poderia acontecer meio-século depois de eu ter nascido? Ora, diriam os tristes pragmáticos materialistas e concretistas, deixe de tolice homem! Tu, vivente de tantas coisas e sobrevivente de tantas outras, não deveria se permitir a tais arroubos. Esses são apropriados a adolescentes...

Mas, à ponderação do Consciente, o Inconsciente fez ouvidos moucos e junto com uma ponta de decepção pelo primeiro contato não ter sido respondido, restou-me da noite a figura daquela mulher que eu sabia ter entrado em minha vida para sempre.

Ansiedade, vontade e até uma inexplicável saudade juntaram-se à bolsa que carrego pela vida. E como tantas comoções não passam ilesas pela caneta do poeta (sempre aprendiz) os poemas chegaram. Tão rápidos quanto o meu desejo de viver com Cristina, o sabor de um amor maduro. O gosto da entrega, do cuidado, do carinho, da cumplicidade...

Ansiedade, diga-se, sem disfarces e sem parcimônia confessa. Toda cautela, até a dos “bons modos”, pareceu-me desnecessária. Estava em Cristina o “Parnaso” dos futuros poemas. Estava em Cristina a vida que sempre esperei. O abrigo que busquei e a certeza de que eu a amaria, como jamais amei.

Mensagens, telefonemas, câmeras e todo resto da parafernália que por preguiça chamamos de “WEB” foram usados. E a rosa confirmou o perfume que eu pressenti. Minha vida recomeçou ali. Aeroporto lotado, voo atrasado, trânsito engarrafado (meu Deus essa ponte não termina) e três horas depois do combinado toquei o verso que não fiz, mas que amei junto com o primeiro beijo que ganhei.

E porque o amor é história sem fim, cantei-te, mulher, em cada poesia que um anjo benfazejo reuniu nesse livro. Em cada uma delas, dispo-me de pudores e entrego minha alma inteira. Em cada uma, canto a saudade que a distância nos obriga e que o tempo nos impõe. Canto a magia dos reencontros, a dos planos que fazemos e a Esperança no Futuro que nos espera. Canto e recanto a amplificação dos laços e dos abraços, dos carinhos que se fazem e da delicia de se saber Poeta da Musa que a brisa do Mar colocou nos sonhos que caminho.

Canto, moça do Rio, a nossa história.

                                                                                         Para Cristina
 

Submited by

Lunes, Agosto 22, 2011 - 20:30

Prosas :

Sin votos aún

fabiovillela

Imagen de fabiovillela
Desconectado
Título: Moderador Poesia
Last seen: Hace 8 años 8 semanas
Integró: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of fabiovillela

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Prosas/Otros Voltaire e o Iluminismo francês - Parte V - Cândido (o Otimismo) 0 3.051 09/20/2014 - 21:37 Portuguese
Poesia/Amor Poema do amor exagerado 0 1.738 09/18/2014 - 01:20 Portuguese
Prosas/Otros Voltaire e o Iluminismo francês - Parte IV - Ensaio sobre os Costumes 0 2.755 09/15/2014 - 14:15 Portuguese
Poesia/Amor Reflexos 0 743 09/14/2014 - 15:56 Portuguese
Prosas/Otros Voltaire e o Iluminismo francês - Parte III - Carta sobre os Ingleses 0 3.952 09/12/2014 - 14:58 Portuguese
Poesia/Amor Amanhecer 0 2.312 09/11/2014 - 00:30 Portuguese
Poesia/General O Passarinho 0 938 09/09/2014 - 22:16 Portuguese
Poesia/Amor Areia 0 2.233 09/08/2014 - 13:30 Portuguese
Fotos/Arte Filósofos Modernos e Contemporâneos (Pré Lançamento) 0 9.554 09/07/2014 - 15:54 Portuguese
Poesia/General O Dia da Independência - 7 de Setembro (republicado) 1 1.747 09/07/2014 - 14:11 Portuguese
Prosas/Otros Voltaire e o Iluminismo Francês - Parte II - as Obras 0 2.098 09/06/2014 - 15:35 Portuguese
Fotos/Arte Adaptação de OS LUSÍADAS ao Português atual 0 3.996 09/06/2014 - 00:46 Portuguese
Fotos/Arte Deusas e Deuses Hindus - Resumo Sintético 0 5.950 09/04/2014 - 23:19 Portuguese
Fotos/Arte Livro Solo - Onomástico das Personagens e Lugares Bíblicos 0 4.483 09/04/2014 - 23:06 Portuguese
Poesia/Amor O Verso 0 1.372 09/02/2014 - 22:08 Portuguese
Prosas/Otros Voltaire e o Iluminismo francês - Parte I - Preâmbulo e notas biográficas 0 3.828 09/01/2014 - 20:09 Portuguese
Poesia/Amor Odisseia 0 1.635 08/30/2014 - 20:06 Portuguese
Poesia/General Basta-me 0 1.872 08/29/2014 - 22:41 Portuguese
Prosas/Otros Spinoza e o Panteísmo - Parte XIV - Considerações Finais 0 3.352 08/28/2014 - 21:53 Portuguese
Prosas/Otros Spinoza e o Panteísmo - Parte XIII - O Contrato Social 0 3.502 08/28/2014 - 18:22 Portuguese
Prosas/Otros Spinoza e o Panteísmo - Parte XIII - O Tratado Politico 0 1.622 08/26/2014 - 15:45 Portuguese
Poesia/Tristeza Menino de Rua 1 1.457 08/26/2014 - 02:39 Portuguese
Poesia/Dedicada Mestre Vitalino 0 1.754 08/25/2014 - 22:10 Portuguese
Prosas/Otros Spinoza e o Panteísmo - Parte XII - A Imortalidade e a Religião 0 1.831 08/22/2014 - 14:41 Portuguese
Prosas/Otros Spinoza e o Panteísmo - Parte XII - A Imortalidade e a Religião 0 3.313 08/22/2014 - 14:41 Portuguese