Formas difíceis
As palavras são formas difíceis,
são redes separadas que se juntam tantas vezes insensatas.
Às vezes definem um contacto sem ligação, feito incorrectamente.
Actualizam sentidos mas tornam-se indisponíveis
aos ajustes necessários feitos à alma do momento.
Deixam-se para depois. Tenta-se mais tarde falar com elas,
falar através delas num silêncio correspondido.
Examinam-se e detectam-se falhas na linguagem.
Já não me pretendem, já não me pertencem
nem é seguro pensar nelas ou suportá-las.
.
Esqueco todos os procedimentos da escrita a partir daqui
ja nao ha pontuacao nas palavras nem virgulas ou pontos finais
choro-as tantas vezes que me esqueco do que sao
tracos negros no universo onde nao existo mais
Submited by
Sábado, Octubre 1, 2011 - 17:30
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3632 reads
Add comment
Inicie sesión para enviar comentarios
other contents of rainbowsky
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Sinfonia em sete tons | 0 | 1.328 | 02/06/2011 - 19:00 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Aceitação com mágoa | 0 | 1.511 | 02/02/2011 - 18:58 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Tu, lanças-me | 1 | 1.473 | 02/01/2011 - 19:23 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Alma sóbria | 1 | 825 | 01/31/2011 - 23:15 | Portuguese | |
Poesia/General | Amor sem rumo... | 1 | 911 | 01/27/2011 - 21:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Dúvida infernal | 1 | 1.351 | 01/25/2011 - 21:34 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange XV - A morte que não foi | 0 | 944 | 01/13/2011 - 17:57 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange XIV - As hienas e o meu instinto assassino | 0 | 809 | 01/13/2011 - 17:53 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange XIII - Os mistérios do amor | 0 | 781 | 01/13/2011 - 17:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange XII - Porque choravas? | 0 | 1.497 | 01/11/2011 - 18:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange XI - Errar de novo | 0 | 1.338 | 01/11/2011 - 18:18 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange X - O robô que existia em ti | 0 | 1.192 | 01/08/2011 - 13:20 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange IX - Pura e nítida | 0 | 1.739 | 01/08/2011 - 13:15 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange VIII - Jogo de cartas e música | 0 | 1.775 | 01/08/2011 - 13:03 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange VII - Naufrágios da alma e o fundo do mar | 0 | 692 | 01/07/2011 - 15:29 | Portuguese | |
Culinária/Postres | Pudim de laranja | 0 | 2.638 | 01/07/2011 - 15:25 | Portuguese | |
Culinária/Pasteles | Brisas do Lis | 0 | 3.383 | 01/07/2011 - 15:22 | Portuguese | |
Culinária/Pasteles | Bolo Xadrez | 0 | 3.684 | 01/07/2011 - 15:10 | Portuguese | |
Culinária/Pasteles | Bolo fofo de chocolate | 0 | 2.639 | 01/07/2011 - 15:07 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange VI - A cumplicidade e o medo do escuro | 0 | 868 | 01/07/2011 - 14:41 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange V - A vida é tão curta | 0 | 1.375 | 01/07/2011 - 14:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange IV - A partilha e os caramelos | 0 | 527 | 01/07/2011 - 14:34 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange III - O anjo sonâmbulo | 0 | 1.023 | 01/07/2011 - 14:29 | Portuguese | |
Fotos/Naturaleza | Prece | 1 | 1.476 | 01/06/2011 - 23:56 | Portuguese | |
Poesia/General | Strange I - O peixe e a boca de vidro | 1 | 857 | 01/06/2011 - 17:56 | Portuguese |
Comentarios
As palavras que não são
As palavras
que não são mais
do que apenas...
um momento
ou todo o tempo
que ao vento voam
ao sabor da pena...
e voltam dor
qual doce sabor
de refeitos amores
prontas...
as ardentes palavras
a chama lavradas
transparecem amor
ardor transparecem
se roubar o sorriso quiserem...
De facto um poema forte, carregado de emoção e de profunda desilusão. Um passo mais para a perda da ingenuidade que restava, a triste constactação de que as palavras tem o seu tempo, o seu significado varia com ele e pior... varia com as circustancias!
Um abraço
sem dúvida
Obrigado pelo teu comentário.
Captaste a essência do que ele queria dizer.
Um abraço.
rainbowsky
Aquilo que se diz são
Aquilo que se diz são formas
Que formamos,
Mal formadas, sem conexão
Tempos depois,
Na altura são o certo,
E não são preciso pontos,
Não são precisas virgulas,
Já não há pontuação em mim.
Gostei muito da tua poesia,
Tinha saudades de te ler
E tenho saudades de te ver por aqui.
(com pontos ou sem pontos.)
Beijo