CHEIO DE NADA À CHUVA QUE NÃO MOLHA

Pico tardio, anteontem sem consenso,
estufa de impactos sem compromisso.

Incêndio afugentado da alma.
Fogo submisso aos neutrões da calma.

Cidade fugaz. Abrigo incapaz de falar o andar.
Rua que arde em grito de pressa invertida.

Esplanada sem saída.
Varanda dispersamente desdobrada
em matemática surda. Responsabilidade absurda.

Sorriso oculto, consumido em fracasso… Fusão fria.

Democracias raras.
Caras cobertas de excelências falsas
como colete de silêncio salvasse o tempo.

Renda isenta. Pânico pintor de discórdia.
Contenda de insultos descambados em socorro.

Ciclone abrupto.
Silicone corrupto nos seios do amanhã. Cheio de nada.

Golpe profundo.
Zaragata de facas encapuzadas de lua nula
a espancar as lagoas estagnadas das madrugadas.

Guilhotina voz cuja lâmina
não sabe por onde cortar o som à palavra.

Dizeres como aço que não torce.
Ouvires como nó que não desata.
Sentires como chuva que não molha.

Morte como película frágil. Rixa
que rasga os confins entre as dimensões do mundo.

Espaço desapetrechado.
Esboço empedrado, lido como poço dentro do poço.

 

 

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Martes, Diciembre 13, 2011 - 15:45

Poesia :

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Henrique

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