Cálice de mágoa

Bebo
Em tragos cheios e demorados
Mais um cálice de mágoa.
Bebo
Durante as madrugadas
Toda a dor
Que se embriaga em mim,
Como se destilasse passados,
Súplicas variadas,
Ébrias dúvidas do meu peito.

Bebo
De uma assentada,
Cálices cheios
De desgostos e envelhecidos anseios
Que agora azedam de raiva...
E abro mais uma ira que mantenho engarrafada.

Bebo
Promessas vãs,
Juras não cumpridas,
Desculpas adiadas...

Todas as manhãs
Bebo mais um cálice de mágoa,
Como se me fossem meros copos com água
Todas as mentiras
Que me têm sido brindadas.

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Jueves, Enero 19, 2012 - 11:10

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Rui Costa

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