Ninguém dá por nada

 

O pólen da nossa flor
Cai dos dedos
Enquanto o sol se deita
No precipício de nós
E morremos gelados
Entre tempos relógios
Que separam homens.

Vermelho sangue
Corta-se a carne.
Enche-se o copo
Bebe-se até ao fim.

Letras cansadas.
Arde âmbar incenso  
No fogo da manhã
E hoje é o nosso ar
Espalhado nesta sala
Que servirá os mortos.

Fecha-se a carta
Quem escreveu, escreveu.
Vira-se a página
E sente-se a vibração na pele.
Uma rosa entre palmas
A Amália canta baixinho

E ninguém dá por nada
Bis
Bis

 

Costa da Silva

 

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Martes, Enero 24, 2012 - 10:01

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O pólen da nossa flor Cai

O pólen da nossa flor
Cai dos dedos
Enquanto o sol se deita
No precipício de nós
E morremos gelados
Entre tempos relógios
Que separam homens.

 

tudo se defaz 

faz-se noite

quase no fim(quase  caímos...)

as horas separam nosso mundo.

 

gostei muito, de todo o poema.

mas principalmente do primeiro verso.

 

Beijo 

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