A 2ª Dose

Uma rosa atônita
pergunta-me de qual
jardim foi exilada;
e chora orvalho
e macula o assoalho.

Está morto o Colibri
que ouvia minha poesia
e assinava minha alforria.
E nu está o vestido
da flamenca dança
que girava M.
ao som da gitana Boheme.

Sinto falta de Ana
das mil noites.
Na Lapa ela me espera
para o drinque que tomaremos,
entre tantos mais,
a um só menos.

Quem dera, fosse agora,
minha última espera.
Quem dera, o Jarro quebrado
lavasse meu Fado.
Quem dera, a janela quebrada
testemunhasse a jura trocada,
a cama desfeita
e a noite perfeita.

Quem dera, só houvesse
depois de amanhã.
E a náusea nem chegasse
ao Espaço onde transito,
no Tempo que habito.

 

                 Para as poetisas - Ana Lago de Luz e Teresa Azevedo.

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Miércoles, Febrero 15, 2012 - 10:34

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fabiovillela

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A 2ª Dose!

Lindo poema, gostei muito!

Meus parabéns,

Marne

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