REENCONTRAR A CULPA DA INOCÊNCIA

Vamos voltar atrás
no tempo.

Ir por lá pelo momento
que não parou.

Voltar a ser promessa.

Parar numa daquelas tantas vezes
que fomos crianças.

Brincar a sério.
Sorrir sem idoneidades.
Voltarmos a fazer de conta.

Remedir as alturas por onde crescemos.
Repesar as razões que conquistamos.
Reencontrar a culpa da inocência.

Renascer… Reler os calendários.

Tirar de vez os monstros lendários de baixo da cama.

Vamos ser como um rio que contorna
a teimosia dos leitos.

Águas calmamente irrequietas.

Arredondar por igual as pedras desiguais
que habitam o nosso fundo.

Organizar os caos que a nós se abeira.
Não galgarmos as margens que nos guiam até à foz.

Que sobre nós as pontes
se estendam seguras ao nosso profundo,
para que o mundo não se interrompas em nós.

Que as nossas nascentes saibam receber as chuvas.
Que as nossas correntes corram sem remoinhos.
Que o ser escorra sem mós.

Inventarmo-nos para existir.

 

 

 

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Jueves, Marzo 8, 2012 - 18:48

Poesia :

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Henrique

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