Erótica - Parte II

De fazer a minha lida
Eu ei pelas curvas tuas.
Ir não pela pele nua:
Pela alma do pudor despida.

Teu corpo vê como sua.
Sinta-o estremecer de gozo
Nos atritos vagarosos
De nossas coxas nuas.

Da mata os estrepitosos
Ruídos, flamejante flora,
Sejam do beijar mais de hora
Quente, intenso e impetuoso.

E que não haja  mais o agora,
Não haja o depois e não haja o antes:
Só calidez no incessante
Arfar do apetite que aflora...

Quero o teu olhar rutilante
Cortando toda a escuridão,
Convidando minha mão
A tomar mais que o bastante.

Com a própria tentação
Eu quero me deparar
E somente a contemplar:
Contemplar-te, Minha Paixão.

De forma tal me encantar,
Como que ante algo divino!
E me sentir um menino
Sem saber teu corpo tomar.

E se ante a ti eu for menino
É por tu ser o mais alto
Pote de doces que de assalto
Tomaria sem desatinos.

E entre ser casto ou incauto
Eu procuraria fazer
O teu orgulho de mulher
Tremer sobre os próprios saltos.

Me pedir para sorver
Do cálido cálice teu.
Nele semaear os grãos meus
E assistir da vida o florescer.

28 de março de 2012 - 13h 39min

Adolfo J. de Lima

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Viernes, Marzo 30, 2012 - 12:02

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