Ensaio sobre gravidade

É nas pessoas que se conhece o mundo…
Às costas, uma obra em ruínas
Pedregulhos e estilhaços de vidro
Que deixo na berma da estrada

Se a subida fica íngreme
Bebo licores, cambaleio, mas sigo em frente   
Dêem-me o ópio da china
Para sair fora de mim

Conto pequenos dilemas a grito
Deixo os mortos para trás
Mais a dor ao abandono
Para aliviar o peso, porque ainda falta caminho

É esta raiva
Que me leva para ao fim

As juntas já vertem diesel nas plantas
Porque a máquina tem folgas 
Paro na oficina do tempo, uma e outra vez
E espero por Newton

A vida é um alpendre invisível
De tábuas que rangem aos passos
De espanta espíritos magnéticos
De cadeiras empoeiradas 
Com vista para um pomar de macieiras
E descontos fim de estação

É nas pessoas que sinto gravidade.  

Costa da Silva

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Martes, Abril 24, 2012 - 19:54

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CostaDaSilva

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Comentarios

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O mundo é perfeito com todos

O mundo é perfeito com todos os seus defeitos
Mas a pessoas, essas não…

Faz pensar tua poesia, e é bem verdade aquilo que dizes,

Gostei de te ler

Beijo

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