QUIMERA

QUIMERA

Sebastião Cruise, homem valoroso e destemido,
estava já cansado e farto de tudo o que ouvia e acontecia.
Resolveu partir e fazer a viagem à Carverna de Nereu,
nas profundezas do Oceano Atlântico,
onde este converge com o Oceano Índico.
A noite estava calma e era quarto crescente.
Sebastião entrou no seu "marescórpio",
último grito da engenharia náutica lusitana,
e meteu-se ao mar!....
Visitou todos os pontos de referência,
reviu todas as espécies marítimas e viu os detritos e as barbaridades
que os humanos tinham feito, no último século,
e continuavam a fazer: arpões ainda espetados ,
baleias a sangrar, tartarugas sem carapaça,
bidões de lixo nuclear, barcos e aviões afundados, etc...
30 dias depois, chegou ao seu destino.
A Caverna de Nereu, que só Sebastião conhecia, estava lá.
Era uma enorme cavidade sob a rocha, onde a água não entrava.
O Polvo gigante, que sempre vedava a porta de entrada
com um dos seus enormes tentáculos,
saudou-o com seus longos braços, quando o viu aproximar.
Sebastião desligou os motores, apagou as luzes e os olofotes de cor
e fez-lhe um gesto com o se dedo polegar,
pintado de verde e rubro, que ele identificou.
Estendeu-lhe o seu tentáculo, cumprimentou-o e abriu-lhe
a porta. Entrou, sentou-se na velha cadeira, ligou o computador
e percorreu, rapidamente, todas as notícias e publicações
dos grupos e dos amigos no facebook e da imprensa on line.
Saudou novamente o seu amigo Polvo e perguntou-lhe as novidades
do último ano.
- Consegui que me trouxessem quatro caixas pretas e uma branca,
que lhe vou buscar, respondeu ele!...
A curiosidade de Sebastião centrou-se, de imediato, na caixa branca.
Branca, porquê?!..
Perguntava-se a si próprio, ansioso por a abrir.
Abriu a caixa.....Eram três CD de "missão".
Colocou, então, os CD, um a um, no computador.
Viu os alvos, os objetivos e os recursos.
Os CD destruíam-se em cinco segundos, à medida que os ia lendo.
Depois de beber um trago de água fresca, que jorrava naquela gruta,
e de dar um beijo de saudação na velha sereia adormecida,
que ali continuava a pernoitar, envergonhada do seu mar,
que conhecia há mais de cinco séculos,
Sebastião deu ali a sua estada por terminada.
Despediu-se, com um grande abraço, do seu amigo Polvo,
entrou no marescórpio e fez-se de novo ao mar!...
Os três alvos definidos tinham que ser cumpridos.
Custe o que custar,
- Alimentos, saúde e educação para todos.

© Acácio Costa

Submited by

Domingo, Septiembre 30, 2012 - 15:18

Prosas :

Promedio: 5 (1 vote)

Acácio Costa

Imagen de Acácio Costa
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 11 años 23 semanas
Integró: 09/01/2012
Posts:
Points: 232

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Acácio Costa

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General O Lince-Ibérico 0 850 10/17/2012 - 21:30 Portuguese
Poesia/General O RISO DA HIENA 0 1.149 10/17/2012 - 21:28 Portuguese
Poesia/General A CALHANDRA DE-TRÊS -RABOS 0 791 10/17/2012 - 21:26 Portuguese
Poesia/General NUNCA EU SEREI NADA 1 693 10/05/2012 - 11:21 Portuguese
Poesia/General A ESTRELÍCIA 0 795 10/03/2012 - 20:07 Portuguese
Poesia/General LÍRIO AZUL 0 900 10/03/2012 - 20:05 Portuguese
Poesia/General BRINCOS DE CEREJAS 0 1.095 10/03/2012 - 20:02 Portuguese
Poesia/Amor UM AI DO CORAÇÃO 0 691 10/02/2012 - 21:11 Portuguese
Poesia/General O erro de Descartes?!... 0 814 10/01/2012 - 14:18 Portuguese
Poesia/General O PAVÃO 0 743 09/30/2012 - 15:23 Portuguese
Prosas/Contos QUIMERA 0 1.141 09/30/2012 - 15:18 Portuguese
Poesia/General SAUDADE DE UM CASTANHEIRO 0 859 09/30/2012 - 10:23 Portuguese
Poesia/Fantasía AS NINFAS DO MAR EGEU 0 1.553 09/29/2012 - 14:31 Portuguese
Poesia/General A FLOR DO PESSEGUEIRO 0 1.650 09/29/2012 - 14:22 Portuguese
Poesia/General OS PEIXES DO LAGO DO MEU JARDIM 0 882 09/29/2012 - 13:58 Portuguese
Poesia/Tristeza SÔDADE 0 762 09/27/2012 - 22:15 Portuguese
Poesia/Amor O CÉU ERA O CAMINHO 0 966 09/27/2012 - 21:47 Portuguese
Poesia/General ODE AO ÍNDICO 0 693 09/26/2012 - 14:09 Portuguese
Poesia/General NAQUELA TARDE DE SETEMBRO 2 886 09/26/2012 - 11:34 Portuguese
Poesia/General DESPEDIDA DE UMA ANDORINHA 0 1.113 09/25/2012 - 18:54 Portuguese
Poesia/General É OUTONO 0 761 09/24/2012 - 19:38 Portuguese
Poesia/Desilusión O ADEUS 3 994 09/24/2012 - 16:36 Portuguese
Poesia/Amor O TEU OLHAR 3 877 09/24/2012 - 16:33 Portuguese
Poesia/General FESTA DAS VINDIMAS 0 1.885 09/24/2012 - 13:27 Portuguese
Poesia/General amor calado 0 739 09/24/2012 - 10:47 Portuguese