algo se quebrou no universo

algo se quebrou no universo e sombras emergem da carcaça do mundo com a incessante enunciação de um espaço vazio. eterna e triste é a noite, esse território onde me vejo apátrida, refugiado, imigrante, deslocado. sob o signo do improvável as minhas fronteiras são traços arbitrários criados pela tua partida, limitados pela imprecisão daquilo que me resta por viver. compulsoriamente recebi de ti outro itinerário, outra viagem, outra existência, que perpassam a simetria da ambiência que foi tua. estranhamente tu permaneces, acima do tempo-espaço, as tuas antigas mensagens suturadas ao mutismo da minha boca. como se tivesses abolido os calendários e os relógios, como se o que vivemos não possuísse mais existência concreta, ambos metamorfoseados em seres abstractos. na fuga ininterrupta deste pesado cenário em dissolução, a contínua convulsão enquanto percorro distâncias intermináveis sem outro objectivo definido a não ser a sobrevivência. sem mapas ou direcção, sem me comover, acompanho surdamente a paisagem. procura e perda, presença e ausência: estranheza ao lembrar a textura da tua pele, os teus argumentos e os meus enganos. resta esquecer os teus contornos, esquecer a ferida e a cicatriz. esquecer os lugares que compartilhámos. esquecer o teu instinto, o espaço que ocupavas, o teu toque. esquecer cada vértice de sentido nas nossas histórias e me atirar à desordem das procuras e dos encontros possíveis.

Poema do livro Crônicas do Amor Impossível
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Jueves, Octubre 4, 2012 - 02:28

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jardim

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