RUAS QUE O VENTO VARRE …

Gritos que o vento traz,
ruídos pelos ares.

Amnésias como peugadas aos pares
pelos areais desertos do pensar.

Danças que o vento conduz loucas,
folhas de cores roucas pelo chão.

Árvores tombadas como vontades desistentes.

Destinos que o vento manipula,
frias mãos à deriva por todos os lados.

Janelas cujo olhar pulula
como olhos em silêncio fechados.

Vozes que o vento fala,
detalhes quebrados de esquina em esquina.

Nervura que entorna desesperos
como casas empanturradas de palavras.

Escoras que o vento contorna,
poeiras perdidas nas horas.

Sentimentos como água mole em pedra dura.

Imobilidades que o vento empurra,
estátuas de nós pensantes.

Estragos remendados
como bandeira de corpos andantes sem pátria.

Ruas que o vento varre,
estrondo que estronda constante.

Sinfonias abstratas
como pinceis de luas e escuro
a pintar o tempo da cor dos eclipses.

Mós que o vento pedala e cala,
improvisos imprevistos.

Tonteiras como voos
que o vento inventa nas eiras da alma.

.
.
.
.

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Viernes, Diciembre 14, 2012 - 20:58

Poesia :

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Henrique

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