A hora é ,do tempo,a gorra.

Todas as minhas horas são eleitas p’lo uso.
Por me permitirem um usar diferente
Nas horas cujo fato não me serve de refúgio,
Quer me fite ao espelho, de lado ou de frente,

Uso de fato e gravata que serve a quem se chama vazio,
Vago, inexistente e então esse, sou de facto, eu.
O facto é que as horas sendo um axioma de Descartes
Todas as horas minhas, serão viúvas, ou eu; delas órfão.

Nem penso se sou real pra elas, ou se real existo,
Sei por certo descartar Descartes e visto o tempo,
O fato e as luvas como um tal Maquiavel Fausto,
Ou Abias Rei, tendo na casula, ao invés; o cruxifixo,

As minhas horas, feitas todas de simples uso,
Porque os sentidos que uso não são medíveis,
Nem medível é o céu, que imagina um cego,
Apenas pelo tato, sendo esse lato teto, o meu lema,

A mesma desilusão sem fim, apesar do uso diferente,
E do tema que colo ao peito, em cada hora…
Não estranho pois, se na minha alma ausente,
Não sobrar atenção, pras honras no balcão desta Terra.

Com as horas, é tarde e decresce a aptidão de viver
Entre gente, como se vivesse por viver, sem nada à frente,
Por ser tarde e a hora não crescesse, por dentro da noite
De mim, que tenho a alma fora e a hora é do tempo a gorra..

Jorge Santos (02/2014)

http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Lunes, Febrero 10, 2014 - 18:10

Poesia :

Sin votos aún

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 11 semanas 4 días
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Fantasía O Licórnio 0 4.089 12/16/2010 - 22:16 Portuguese
Poesia/General Cheiro a beijo 0 3.678 12/16/2010 - 22:12 Portuguese
Poesia/General Viagem sem retorno 0 3.658 12/16/2010 - 22:05 Portuguese
Poesia/General Pouco m'importa 0 3.960 12/16/2010 - 22:03 Portuguese
Poesia/Fantasía Navio fantasma 0 4.968 12/16/2010 - 22:00 Portuguese
Poesia/General Lilith 0 3.781 12/16/2010 - 21:59 Portuguese
Poesia/Intervención Canção do pão 0 3.430 12/16/2010 - 21:54 Portuguese
Poesia/General O último poema 0 4.385 12/16/2010 - 21:52 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión barbearia 0 12.025 11/19/2010 - 19:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión assim assim... 0 13.962 11/19/2010 - 19:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Soneto Morcegario 0 9.534 11/19/2010 - 19:24 Portuguese
Ministério da Poesia/Gótico o corvo (poe) tradução livre 0 36.736 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión Asas d' 0 10.007 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención O homem fronha 0 6.363 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Pasión Da paixão 0 13.147 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Parle-moi 0 5.380 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión Vega 0 6.948 11/19/2010 - 19:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención os míseros não têm mando 0 5.695 11/19/2010 - 19:20 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Da Paixão 0 3.094 11/19/2010 - 19:20 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Do tempo cego 0 5.803 11/19/2010 - 19:19 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Sophya 0 6.486 11/19/2010 - 19:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Adverso ou controverso 0 7.852 11/19/2010 - 19:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Parle-moi 0 8.969 11/19/2010 - 19:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Volto já 0 5.085 11/19/2010 - 19:19 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada A minha Pátria 0 28.372 11/19/2010 - 19:18 Portuguese