Pax pristina
Deus é de lata e nata e o homem doença incurável, ser que mata por matar e se mata, eu acredito no silencio do mato e no amor quando posso, pois que, na posse não há amor, nem silencio, impor é pro amor como o azeite para a água ou o vinho na comunhão das almas puras, falso e vicioso o som que faz no altar ao levantar o cálice um frade sacristão, se o vaso é apenas vaso e a água apenas água e fraude.
Cresce mais alto em mim o que digo, do que o que penso, o coração faz peso para um lado, maldigo-me embora procure o equilíbrio, desabafo e desabo na sátira de mim próprio, será na poesia o caminho errado e as minhas palavras abrasem sem queimar, sem nada impor, o que não foi por mim dito em voz alta não terá contradição, nem eu sou de jesuíta servo, nem ajuízo as minhas sensações, embora veja nítido, oculto por vezes o som do que penso, não passo de uma especulação ao vivo, sem fundo, brilho ou realidade e a propósito de nada, faço da minha vida o que a ciência ainda não provou possível, deduzo nos tolos sorrisos as silabas que cobrirão mil dos meus "hocus-pocus" livros, é tão difícil explicar a um demónio a dor da chama viva e o que pensa e sente um santo em forma de diva e mula dos infernos ou um "Semper fidelis" crente perante a morte eminente na pira do Santo Ofício e a orgia de sentimentos que o poeta sente quando escreve e sabe que se está condenando em vida ao purgatório, pelo que diz sem que importe, ele escreve com a expressão no rosto do demónio que tem dentro e que doi numa dor de noite permanente, do desterro de ser gente, tão difícil de explicar por números, muito embora as opiniões nunca fizessem florir uma amendoeira mas na minha cabeça, o centro fica em flor como que por encanto quando penso. Da dor, opinião não tenho, nem tento dar opinião,nem tento, acredito no silencio e no amor quando posso, pois que na posse não há amor nem silencio, impor é pro amor como o azeite para a água ou o vinho na comunhão das almas impuras, falso e vicioso o som que faz um padre se o vaso é apenas vaso e a água apenas água. Sorrio por outros motivos além de não gostar de estar sério, não ter inimigos nem senhorios nem presídios, mesmo que esotéricos e imaginados por espíritas malignos dos infernos, a alegoria não é um sentimento, sonhar não é uma anátema nem uma oferenda, é sonhador quem sonha por si, não por ver sonhar outro, com a alegria passa-se o mesmo, é como no luto, no opróbrio, no desalento e em mim próprio embora cresça quando dito ao sonho, o ingrediente fatal que deveria conter o que não foi dito mas pensado, a eternidade é falsa, Deus é de lata, implorar um vício, fraude quem idolatra os mortos ...
JS/JM
Submited by
Ministério da Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 6188 reads
Add comment
other contents of Joel
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Não sei se meu… | 10 | 1.391 | 03/21/2018 - 16:41 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Não digam depois que era mentira… | 11 | 1.495 | 03/21/2018 - 16:38 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Juro | 10 | 1.192 | 03/21/2018 - 16:36 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Se eu fosse ladrão roubava | 10 | 1.632 | 03/21/2018 - 16:35 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O rio só precisa desejar a foz | 10 | 1.357 | 03/21/2018 - 16:34 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Uma mão cheia de história | 10 | 1.360 | 03/21/2018 - 16:32 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Muda Esperança | 10 | 1.771 | 03/21/2018 - 16:27 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Imperturbável | 10 | 913 | 03/21/2018 - 15:32 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Desfaz da minha alma o novelo | 10 | 784 | 03/21/2018 - 15:28 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Voltam não | 10 | 1.722 | 03/21/2018 - 15:25 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sem ser me são, não sendo… | 10 | 319 | 03/21/2018 - 15:23 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sou um homem mau. | 10 | 873 | 03/21/2018 - 15:22 | Portuguese | |
Poesia/General | Nada me prende ...a Nada | 10 | 1.689 | 03/21/2018 - 15:20 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Com’um pensamento que te s’crevo… | 10 | 2.705 | 03/21/2018 - 15:19 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | À margem de ti | 10 | 3.427 | 03/21/2018 - 15:17 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O que fazes … | 10 | 2.413 | 03/21/2018 - 15:05 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | É desta missão de cifra que sou e padeço… | 10 | 1.120 | 03/21/2018 - 15:00 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Na extrema qu’esta minh’alma possui. | 10 | 1.831 | 03/21/2018 - 13:23 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Coração Peregrino… | 10 | 431 | 03/21/2018 - 13:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Erva Maldita | 10 | 455 | 03/21/2018 - 13:14 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Tudo o que sei do medo… | 10 | 992 | 03/21/2018 - 12:35 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A hora é do tempo, a Ágora | 10 | 2.642 | 03/21/2018 - 12:31 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Estou só ou não existo… | 10 | 1.349 | 03/21/2018 - 12:27 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Breve País este… | 11 | 1.411 | 03/21/2018 - 12:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mal m’alembra o futuro. | 11 | 2.136 | 03/21/2018 - 12:18 | Portuguese |
Comentarios
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.