Incêndio é uma palavra galga

Incêndio é uma palavra gasta
Mas que permanece, pelo que
Devemos limitar as horas da cólera
Ao fora delas, como coisas graves
Que se rejeitam, a respeito

De labaredas, estas não me
Dizem nada, crepitam apenas,
Os outros sentidos, tão carnais
Quanto basta no que me toca,
Incêndio uma palavra banal, falsa

Quando morta de grandeza
E de facto palha, faísca acesa
Incenso, papel jornal centelha,
Nada me dizem apenas indicam
Estados de alma, movimentam

Os lábios, “um-tudo-nada” chamado
Desassossego, Inquietação detrás
Prá frente, enredo ficção em negro,
Incêndio é uma palavra, basta descer
Os olhos pra ignorar da narrativa

A linhagem que simula e a facilidade
Do fogo na origem do mundo, eu me
Expresso pela vista, nunca pelas
Paixões que me dão vida, assim como
O fogo eterno é solene, permanece

Como que passando por mim mil
Vezes sem que me cure do prazer
Que é estar vivo, talvez a última
Versão seja essa, dar a outros ilusão
De ter na alma verdes labaredas

E no coração os mortais desejos
De quem dorme quieto, assim como
Uma vela acesa ou o silêncio branco,
Incerto e sem os galgos argumentos
Possuídos por todos e tantos outros

Cegos…

Jorge Santos (Janeiro 2022)

https://namastibet.wordpress.com

http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Domingo, Noviembre 20, 2022 - 19:47

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 1 día 21 horas
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42103

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Fantasía O Licórnio 0 3.448 12/16/2010 - 21:16 Portuguese
Poesia/General Cheiro a beijo 0 3.446 12/16/2010 - 21:12 Portuguese
Poesia/General Viagem sem retorno 0 2.950 12/16/2010 - 21:05 Portuguese
Poesia/General Pouco m'importa 0 3.483 12/16/2010 - 21:03 Portuguese
Poesia/Fantasía Navio fantasma 0 4.419 12/16/2010 - 21:00 Portuguese
Poesia/General Lilith 0 3.381 12/16/2010 - 20:59 Portuguese
Poesia/Intervención Canção do pão 0 3.168 12/16/2010 - 20:54 Portuguese
Poesia/General O último poema 0 3.644 12/16/2010 - 20:52 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión barbearia 0 10.143 11/19/2010 - 18:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión assim assim... 0 11.212 11/19/2010 - 18:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Soneto Morcegario 0 8.169 11/19/2010 - 18:24 Portuguese
Ministério da Poesia/Gótico o corvo (poe) tradução livre 0 28.112 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión Asas d' 0 8.542 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención O homem fronha 0 5.297 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Pasión Da paixão 0 10.730 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Parle-moi 0 5.071 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión Vega 0 6.175 11/19/2010 - 18:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención os míseros não têm mando 0 4.626 11/19/2010 - 18:20 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Da Paixão 0 2.028 11/19/2010 - 18:20 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervención Do tempo cego 0 4.526 11/19/2010 - 18:19 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada Sophya 0 6.060 11/19/2010 - 18:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Adverso ou controverso 0 6.839 11/19/2010 - 18:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Parle-moi 0 7.602 11/19/2010 - 18:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General Volto já 0 4.206 11/19/2010 - 18:19 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada A minha Pátria 0 27.164 11/19/2010 - 18:18 Portuguese