LUAS INÓCUAS

Vil suspiro
nos açoita medo
num teatro de espinhos
sob escombros de ilusões
que se averbam lixo na alma.

Sofrer
é uma overdose
de desdém à deriva
por cais de desesperança
que desfigura a cor dos desabafos
antagónicos à síntese das quimeras.

Tristeza
é o eco cáustico
de um trauma em busca de nadas
encarcerados por cadeados invisíveis.

Toldam talvezes
os sentidos hieráticos
em finais felizes por escrever
no era uma vez do mais nada a ver
além da coreografia da vida encalhada.

Pueril agonia
em torno da solidão
que nos expulsa do pensamento
rosas sem mar num deserto de luas inócuas.

Choram
em nós sinos
tocados por insónia
num estranho vazio escamoteado
por sonhos abandonados num tédio bizarro.

Desnorteia-se
o desejo em nós labirinto
de náuseas escritas no olhar dos mortos
escutados no frio que nos encarquilha o ego.

Soterrados em sombras
já lidas do passado solenizamos
a nudez da memória num trago de sol
incoerente sem principio nem meio nem fim.

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Domingo, Diciembre 13, 2009 - 00:19

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Henrique

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Re: LUAS INÓCUAS

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!

Soterrados em sombras
já lidas do passado solenizamos
a nudez da memória num trago de sol
incoerente sem principio nem meio nem fim

Meus parabéns,
MarneDulinski

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